A História do Profeta Abraão (A.S.)

Por Kamal al-Sayyd
Traduzido por Ismail Ahmed Barbosa Júnior

Quando a primavera chegava, os rios Tigre e Eufrates enchiam. O povo ficava muito satisfeito, assim, celebrações ocorriam na cidade de Ur e em outras cidades da Babilônia. Quando a primavera chegava e o nível da água nos rios subia, os agricultores ficavam alegres, pois suas colheitas prosperariam. O povo de Ur ia a Zaqqura, um templo piramidal. Levavam com eles oferendas a serem consagradas aos seus deuses , especialmente ao deus Murdoch. O povo da Babilônia celebrava fora de suas cidades. Escolhiam lugares bonitos para dançarem, comerem e beberem. Quando as festas acabavam, retornavam para as cidades e iam ao templo. O templo era no topo de Zaqqura na cidade de Ur. Havia uma longa série de ídolos feitos de pedra. O povo da Babilônia adorava o sol, a lua, as estrelas, Vênus e o Rei. Naquele tempo, há mais de quatro mil anos atrás, Nimrod Bin Kanaan era o rei. Ele aprisionava e matava pessoas. Pegava tudo o que queria de suas colheitas. Algumas pessoas lhe prestavam culto por temerem seu poder. Na primavera as pessoas iam ao templo levando suas oferendas, tais como cabras e trigo. As ofereciam aos deuses de maneira que estes se agradassem e os abençoassem. Alguns eram adivinhos e astrólogos, assim, o próprio rei se aconselhava e o povo em geral os presenteava, pois também os temiam.

O Nascimento de Abraão (A.S.)

Um dia, os adivinhos do templo foram a Nimrod e disseram: “As estrelas dizem que uma criança nascerá e que porá fim a teu reinado.” Nimrod perguntou com ansiedade: “Quando nascerá ?” Responderam os adivinhos: “A criança nascerá este ano.”

Naquele ano, Nimrod ordenou que todos os meninos recém-nascidos fossem mortos. Nosso Profeta Abraão, chamado “o Amigo de Deus”, nasceu naquele ano. A mãe de Abraão temeu por sua segurança, então, ela levou o bebê para uma caverna. Ela o pôs ali e foi para casa.

Ninguém sabia o que estava acontecendo. Nimrod assassinou muitos meninos recém-nascidos naquele ano. As mães choravam por seus bebês. Alguns deles tinham poucos meses, outros tinham poucas horas de vida. Nimrod estava com medo do bebê anunciado pelos adivinhos. O ano passou, assim Nimrod ficou calmo, pois pensou que tinha matado a todos os meninos recém-nascidos.

Nosso Profeta Abraão (A.S.) nasceu na cidade de Kawthariya, nas proximidades de Ur e da Babilônia. Ele cresceu na caverna. Deus, Nosso Senhor, cuidou dele. Ensinou-lhe como sugar seus dedos para que sobrevivesse. Nimrod quis matá-lo, mas Deus quis que ele vivesse. Deus queria que ele guiasse o povo pagão de maneira que abraçassem a adoração ao Deus Único. Abraão cresceu na caverna e um dia, sua mãe veio até a caverna. Ela lhe abraçou, beijou e levou para casa. Os soldados de Nimrod pensaram que Abraão tinha dois ou três anos de idade. Não perceberam que ele tinha apenas poucas semanas, assim, não o levaram embora.

Os ídolos

Naquela época o povo adorava os ídolos. Adoravam Murdoch, o que chamavam de deus dos deuses, Ay, o deus da justiça e da lei, Seen, o deus do céu, Ishtar e muitos outros. Muitas pessoas adoravam a Venus, a lua e o sol. Naquela época, ninguém adorava a Deus, o Glorioso. Nosso Profeta Abraão (A.S.) nasceu e cresceu nesse tempo.

Azar

Azar era um astrólogo que fabricava ídolos que representavam diferentes divindades. O próprio Nimrod o consultava. Nosso Profeta Abraão vivia na casa de Azar, pois Azar era seu avô, por parte de mãe. Por esta razão, nosso Profeta Abraão o chamava de pai. Quando Abraão se tornou um jovem, Deus, o Glorioso, o abençoou com grande inteligência. Como ele tinha um coração puro, não acreditava nos ídolos nem se prostrava a eles. Ficava surpreso ao ver o povo prestando culto aos próprios ídolos que tinham fabricado com suas próprias mãos. Ele sabia que Deus era maior do que aqueles ídolos. Quando anoitecia, Abraão ia a cidade à procura da verdade. Havia luz apenas no templo. As pessoas que adoravam a Vênus olhavam para o céu de modo submisso. Pensavam que Vênus era seu deus e que os proveria com o sustento e os abençoaria. Abraão ficava de pé com eles olhando para o céu. Ele estava procurando pela verdade. Buscando pelo verdadeiro Criador do mundo. Nisso, a lua brilhava. Surgia no céu com sua luz prateada.

Nosso Profeta Abraão era um jovem sábio. Desejava que as pessoas corrigissem suas crenças. Queria dizer a elas que Deus era maior do que os ídolos. Portanto, ele disse: “A lua é meu Senhor!” Os que adoravam a Vênus se viraram para ele e perguntaram: “Por que escolheste a lua por teu Senhor?” Abraão respondeu: “Vênus se pôs, assim não é o deus verdadeiro, o deus verdadeiro não deve se pôr.” O tempo passou e a lua atravessou o céu e desapareceu. Depois de algum tempo o sol brilhou, então Abraão disse: “Eis o meu Senhor! Eis o Maior!” Algumas pessoas acreditaram em suas palavras e disseram entre si: “Talvez ele esteja certo porque o sol nos dá luz e calor.” Quando o sol se pôs e escureceu de novo, Abraão olhou para o céu e disse: “Eu me afasto da adoração ao sol, pois ele se põe e o verdadeiro Deus não se põe! Então, adorarei a Deus, quem criou Vênus, a lua, o sol, a terra e todos nós!”

O Jovem Crente

Abraão disse: “Não temo os ídolos e não temo a Nimrod.”

Estas suas palavras se propagaram pela cidade, assim, todo o povo soube que ele zombava dos ídolos. Quando Abraão completou 16 anos de idade, todo o povo da Babilônia soube que ele não adorava os ídolos e que zombava deles.

Um dia, Azar, o avô de Abraão, o viu fabricando um ídolo mais bonito do que aqueles que ele fabricava. No começo, azar ficou contente, pois pensou que Abraão zelaria pelos ídolos no templo, mas, depois, ficou triste quando o viu fazendo o ídolo em pedaços.

Azar se irritou com Abraão, e disse a ele: “Abraão, por que quebraste este deus? Não temes a ira dos deuses?” Abraão educadamente respondeu: “Pai, por que adoraste o que não lhe ouve e nem lhe vê, tampouco pode beneficiá-lo afinal? Pai, não adoreis a Satã. Em verdade, Satã é desobediente para o Mais Misericordioso.” Azar disse com ira: “Tu detestas meus deuses, Abraão? Se não desistires, apedrejar-te-ei, afasta-te de mim.”

Abraão era um jovem educado, amava seu avô, assim, chamava-o: “Pai.” Abraão saudou Azar antes de deixar seu lar, dizendo: “A paz esteja sobre ti. Orarei a meu Senhor para que te perdoe. Em verdade, Ele é o Mais Afetuoso para mim.”

Abraão orou a Seu Senhor para que guiasse Azar a luz e a fé. Ele separou-se de seu povo para adorar Deus, O Único. As pessoas iam a seus templos continuamente. Curvavam-se aos ídolos e faziam oferendas, mas Abraão não se curvava aos ídolos e nem fazia oferendas a eles.

A Primavera

Todas as pessoas ali adoravam os ídolos, as estrelas, o sol e a lua. Também adoravam a Nimrod, o Rei. Assim, nosso Profeta Abraão (A.S.) pensou numa maneira de guiá-los a adoração a Allah, o Deus Único. A primavera chegava, flores desabrochavam e o rio estava cheio. O povo estava alegre com a primavera: celebrava sua chegada, a fertilidade e a prosperidade. Naquele tempo o povo se retirava da cidade para celebrar. Eles comiam, dançavam e se divertiam. Em seguida, retornavam a cidade para fazer oferendas aos deuses e aos adivinhos.

Quando o povo se aprontava para sair da cidade o Profeta Abraão não foi com eles, então perguntaram a ele: “Abraão, por que não vens conosco?” “Eu estou doente.” respondeu Abraão.

Nosso Profeta Abraão (A.S.) estava triste por seu povo, pois não conheciam a Senda Reta (da verdade). Abraão era diferente de seu povo, pois suas roupas eram limpas e ele aparava suas unhas e seus cabelos. Todo o povo, inclusive Nimrod e os adivinhos, saíram da cidade para a celebração da primavera. O Profeta Abraão permaneceu na cidade. Ele pegou um machado e foi ao grande templo. Havia muitos ídolos de barro no templo. Alguns pequenos e outros grandes. Havia um ídolo bem grande. O povo o chamava de Murdoch, o deus dos deuses.

O templo estava completamente vazio quando Abraão entrou. Não havia nada lá dentro, exceto ídolos e um mau cheiro de sangue e carne. O Profeta Abraão (A.S.) olhou para os ídolos e então disse para si mesmo: “Por que o povo adora ídolos que não podem ajudá-los?” Os ídolos estavam imóveis em seus lugares. Não se moviam, falavam ou faziam coisa alguma. Abraão perguntou aos ídolos, zangado: “Por que não comem?” Não houve resposta, senão o eco de suas palavras no templo vazio.

O Profeta Abraão (A.S.) queria destruir os ídolos para mostrar ao povo que não eram nada mais do que pedras. Ele sacou seu machado e começou a desfigurar as faces dos ídolos e em seguida os fez em pedaços. Quando chegou ao maior deles, não o destruiu. Apenas deixou o machado pendurado no ombro do ídolo e saiu do templo. Ele olhou e viu pombos brancos voando calmamente no céu. Quando as celebrações da primavera terminaram, o povo da Babilônia voltou à cidade. A noite já tinha caído, de maneira que era tempo do povo levar suas oferendas. As pessoas foram ao Grande templo numa longa procissão carregando tochas e oferendas. Os adivinhos a lideravam.

Os adivinhos e o povo ficaram atônitos ao ver seus deuses destruídos. Os deuses tinham sido reduzidos a pedaços. Todos eles exceto o maior. O maior dos ídolos tinha ficado imóvel em seu ligar por muitos anos. Porém, agora tinha um machado sobre um dos ombros. Ninguém foi até o maior dos ídolos para perguntar o que tinha acontecido. O ídolo maior estava silencioso, como sempre, pois era apenas uma pedra.

A confusão irrompeu quando os adivinhos perguntaram-se: “Quem destruiu nossos deuses sagrados?” Um deles respondeu: “Eu sempre ouvi um rapaz chamado Abraão zombando dos deuses. Ele diz que são inúteis. Eu acho que ele foi quem os quebrou.” Com isso, os adivinhos ficaram muito irados com Abraão.

O Julgamento

Nimrod veio ao templo porque algo de muito grave tinha ocorrido. Ele temia por seu trono, portanto, ordenou que Abraão fosse detido e que fosse julgado no templo. O Juiz sentou-se junto a Nimrod no templo, que estava tomado pelo povo. Os soldados trouxeram o jovem Abraão. Fizeram-no ficar de pé diante de Nimrod e o Juiz. O julgamento se iniciou com as perguntas do Juiz.

Ele perguntou a Abraão: “Sabemos que tu zombas de nossos deuses. Também sabemos que não celebras a chegada da primavera como o povo da Babilônia faz. Então, dize a nós quem quebrou nossos deuses. Tu os quebraste, Abraão?” Abraão respondeu calmamente: “Não, o maior deles os quebrou. Pergunta, se ele puder responder.” Todo o povo olhou para o ídolo maior, que carregava um machado em seu ombro. Eles sabiam que não podia responder.

O Juiz disse a Abraão: “Tu sabes que os deuses não podem falar e que não podem responder.” Abraão perguntou (a todos): “Então por que adoras o que criastes com vossas próprias mãos? Por que adoras o que não pode prejudicar nem beneficiar a ninguém, nem falar ou receber vossas oferendas?”

Todos abaixaram suas cabeças. O juiz também. Perguntavam entre si: “Abraão está certo. Os deuses não deveriam ser feitos de pedra. Por que adoramos ídolos que não possuem vida tampouco alma?”

Os adivinhos estavam irritados com Abraão. Eles não queriam que o povo seguisse o caminho certo, pois seu poder chegaria ao fim. Assim, eles gritaram: “Não perdoem a Abraão! Ele destruiu os deuses sagrados! Não o perdoem! Destruiu nossos deuses que nos abençoavam e nos davam fertilidade!

Nimrod apoiou os adivinhos. Ele lembrou a profecia deles: “Uma pessoa nasceria e destruiria seu reinado.” Enraivado, Nimrod disse: “Abraão cometeu um crime! Juiz, deves puni-lo!” O povo todo concordou com Nimrod. Então, ele disse: “Devemos proteger nossos deuses sagrados! Devemos punir Abraão lançando-o no fogo!”

O povo e mesmo Azar, o avô de Abraão, ficou contra Abraão. Poucas pessoas sentiram pena dele. Dentre elas estavam Sarah, prima de Abraão e Lot. Sarah era uma sábia jovem. Ela acreditou nas palavras de Abraão. Lot também era um homem sábio. Ele acreditava em Allah, o Deus Único, e na mensagem de Nosso Profeta Abraão (A.S.).

O Profeta Abraão (A.S.) foi aprisionado enquanto o povo juntava um monte de lenha para fazer uma grande fogueira para lançá-lo nela. Então, Nimrod quis discutir com Abraão sobre Allah, o Deus Único. Abraão foi levado ao palácio de Nimrod. Ele ficou em pé diante do Rei. Nem se curvou, tampouco se prostrou a ele. Nosso Profeta Abraão (A.S.) não temia ninguém senão Deus. Não adorava nada e ninguém exceto Deus, o Glorioso.

Nimrod perguntou com arrogância: “Abraão, quem é o deus que tu adoras?” O Profeta Abraão (A.S.) respondeu: “Eu adoro a Deus, quem dá a vida ao que está morto e faz morrer o que está vivo.” De novo, de maneira arrogante Nimrod disse: “Eu também faço com que as pessoas vivam e as faço morrer!” Ele bateu palmas e ordenou a seus guardas: “Tragam-me dois prisioneiros: um que tenha sido sentenciado a prisão e um que tenha sido condenado à morte.”

Os guardas trouxeram dois prisioneiros acorrentados. Nimrod ordenou a um guarda que portava uma espada: “Cortai a cabeça deste prisioneiro. Depois, libertai aquele que tinha sido condenado à morte.” Nimrod se voltou para Abraão e perguntou: “Viste o que fiz. Dei a morte aquele que apenas tinha sido condenado à prisão e dei a vida a outro, que havia sido sentenciado à morte.”

O Profeta Abraão (A.S.) não discutiu com Nimrod sobre esta questão, pois aquilo que o Rei tinha feito estava errado. Por esta razão, Abraão perguntou: “Eu adoro meu Senhor, que faz o sol nascer no oriente, podes acaso fazer com que nasça do ocidente?” Nimrod ficou surpreso com a pergunta de Abraão, ninguém jamais tinha feito semelhante pergunta a ele. Porém, Nimrod ficou calado e não foi capaz de responde-la.

Os Quatro Pássaros

De novo, Nimrod voltava a debater com Abraão sobre as questões da vida e da morte. E disse: “Eu posso dar vida e provocar a morte. Entretanto, teu Senhor não é capaz de fazê-lo. Tu apenas afirma isso.” Abraão, posto novamente de pé diante do Rei pelos guardas, foi perguntado por Nimrod: “Tu não dizes que teu Senhor dá a vida e a morte? Vamos, demonstre isso!” O Profeta Abraão (A.S.) olhou para o céu e disse: “O poder de Meu Senhor está sobre todas as coisas!” Em seguida, Abraão (A.S.) ergueu suas mãos ao céu e disse: “Ó Senhor meu, mostra-me como ressuscitas os mortos.” Deus, Nosso Senhor, respondeu: “Acaso, ainda não crês?” Abraão disse: “Sim, porém, faze isto, para a tranqüilidade de meu coração.” Então Deus, o Altíssimo, ordenou a Abraão que pegasse quatro pássaros, que os sacrificasse e os cortasse, dividindo em quatro partes seus corpos e as colocasse sobre quatro montanhas.

Ninguém seria capaz de dar vida aquelas aves mortas, exceto Deus, que criou todas as coisas e dá vida ao homem, aos animais e as plantas. Nosso Profeta Abraão ficou numa das montanhas e gritou com toda sua voz: “Pássaros sacrificados venham a mim com a permissão de Deus!” Então, algo extraordinário aconteceu. As cabeças, as asas e o espírito das aves retornaram formando seus corpos. Os corações daquelas aves recomeçaram a pulsar. Suas asas começaram a bater. Então, as aves voaram alto no céu. Rapidamente elas pousaram aos pés de Abraão e ele se prostrou a Deus, o Criador Todo-Poderoso. Todavia, Nimrod não acreditou neste sinal e ordenou aos guardas que levassem Abraão (A.S.) para a prisão.

A Grande Fogueira

O povo da Babilônia possuía muito combustível, alcatrão e enxofre. Portanto, decidiram fazer a maior fogueira de seu país para castigar o Profeta Abraão (A.S.), que havia destruído seus deuses. Eles juntaram lenha fora da cidade por mais de um mês e derramaram alcatrão e combustível sobre ela. O dia de cumprir a punição de Abraão chegou, assim, o povo da Babilônia foi assistir sua execução. Os soldados de Nimrod trouxeram Abraão e em seguida os adivinhos chegaram e fizeram uma grande fogueira. A lenha se incendiou rápido por ter sido encharcada de alcatrão e óleo combustível. As chamas da fogueira tinham dezenas de metros de altura. O povo da babilônia recuou para que o fogo não os queimasse. Quanto a Abraão, olhava calmamente para a fogueira, pois acreditava em Deus e não temia ninguém senão Ele.

As mãos de Abraão estavam atadas. Os adivinhos achavam que ele temeria o fogo e pediria desculpas por ter destruído seus deuses. Entretanto, Abraão esperava com serenidade seu destino. Então, um problema surgiu, pois ninguém conseguia se aproximar daquela grande e furiosa fogueira. Os adivinhos perguntavam-se: “Como poderemos lança-lo na fogueira?” Eles se reuniram e pensaram num meio de resolver o problema. Um deles sugeriu uma idéia demoníaca: “Devemos colocá-lo numa catapulta.” Os adivinhos fizeram um desenho de uma catapulta no chão. O desenho era satânico, pois a catapulta seria capaz de atirar Abraão no fogo à distância. Os trabalhadores começaram a construí-la. Quando já estava pronta, os soldados trouxeram Abraão e o puseram nela, mas ele continuava muito calmo.

As pessoas olhavam para aquele jovem. Estavam surpresas com sua paciência e firmeza. Naquele momento crítico um anjo veio a Abraão e perguntou: “Necessitas de alguma ajuda ?”Abraão não pensava em nada senão em Deus, o Glorioso. Apenas a Ele pediu por socorro. Ele rogou a Deus, o Grandioso e Todo-Poderoso, para que suprisse sua necessidade e disse ao anjo: “Eu não necessito de ninguém senão Deus, não pedirei a ninguém senão Ele para que me socorra em minha necessidade.” Abraão era leal a Deus e acreditava Nele. Portanto, Deus, o Altíssimo, examinou sua fé e lealdade. Os soldados puxaram para trás as cordas da catapulta. Num instante, Abraão foi lançado no ar e impulsionado para o meio daquela grande fogueira.

Como Deus, o Glorioso, criou o fogo e lhe deu a capacidade de queimar, Ele também era capaz de retirar-lhe esta capacidade. Deus, o Glorioso, ordenou ao fogo: “Ó fogo, sê conforto e paz para Abraão.” As labaredas continuaram crepitando mas, de modo extraordinário, não queimaram Abraão. O fogo não feriu Abraão. Apenas queimou as cordas com que os soldados o tinham amarrado. O local onde ele caiu se transformou num jardim florido, enquanto o fogo o rodeava. As labaredas continuavam ardendo no ar, mas eram conforto e paz para Abraão.

Deus, o Glorioso, testou Abraão. Ele conhecia sua fidelidade. Ele honrou-o, salvou-o do fogo e amparou-o contra seus inimigos. Nimrod esperou que o fogo se extinguisse. Queria saber o destino final de Abraão a fim de celebrar sua vitória sobre ele. A fogueira era muito grande, assim continuou ardendo por dias e noites. Então, gradualmente diminuiu e se apagou.

Nimrod veio até a fogueira para ver o que tinha acontecido a Abraão. Queria saber se ele tinha sido reduzido a cinzas ou não. Nimrod e o povo da Babilônia ficaram atônitos ao verem Abraão vivo. Eles compreenderam que o Senhor de Abraão era poderoso, Grande e soberano. Assim, deixaram que Abraão vivesse em paz.

A Emigração

Depois de alguns anos, o Profeta Abraão casou-se com sua prima Sarah (que acreditara em sua Mensagem). Sarah era uma jovem abastada, possuía terra e rebanhos, ela doou tudo a seu esposo Abraão. O Profeta Abraão (A.S.) trabalhou em suas terras e cuidou de seu rebanho. Deus o abençoou, de modo que sua terra prosperou e seu rebanho cresceu.

Abraão era generoso, ele era hospitaleiro e amava os pobres. Dessa maneira, viveu entre seu povo e conseguiu convocá-los a adoração a Deus e a que se afastassem da adoração dos ídolos. Os adivinhos o odiavam, Nimrod temia por seu reinado. Portanto, decidiu banir a Abraão da Babilônia e confiscar suas propriedades, dizendo que tudo pertencia a Babilônia. O Profeta Abraão (A.S.) disse a Nimrod: “Se queres tirar minhas propriedades então devolvei a mim os anos que passei neste país.” A questão foi submetida ao Juiz da Babilônia. Este, decidiu que Abraão (A.S.) deveria entregar toda sua propriedade ao Rei em troca, o Rei deveria compensar a Abraão os anos que tinha passado na terra da Babilônia.

Nimrod permitiu que Abraão levasse seus pertences e emigrasse. Ao deixar a Babilônia, nosso Profeta Abraão (A.S.) disse: “Eu irei para meu Senhor, Ele me guiará.’ Abraão foi para uma outra terra. Ali, ele convocou o povo a adoração a Deus e a que se afastassem da idolatria.

Hajar

O Profeta Abraão (A.S.), seu esposa Sarah e Lot chegaram ao Reino dos Egípcios. Abraão teve que pagar 10% de suas propriedades ao Faraó do Egito. Depois de pagar isso, al-Ashir (o responsável da cobrança dos impostos) permitiu que ele entrasse no país. Al-ashir percebeu a beleza de Sarah e quis levá-la para o Faraó. O Profeta Abraão (A.S.) se irritou com o al-Ashir e disse: “Darei a ti todos os meus bens mas, não aceitarei que me tire Sarah.” E disse ainda: “Lutarei contra ti a fim de proteger minha esposa!” Al-Ashir informou isso ao Faraó. Portanto, o Faraó intimou a Sarah e a Abraão. Quando o Faraó do Egito viu Sarah, ele quis tocá-la. O Profeta Abraão (A.S.) estava só e muito triste. Ele virou sua face para não ver alguém tocando sua esposa. Abraão pediu a proteção de Deus para Sarah contra a perversidade do Faraó. Deus, o Glorioso, atendeu sua prece. Ele socorreu Seu profeta Abraão e paralisou a mão do Faraó.

O Faraó do Egito não conseguiu tocar em Sarah. Ele percebeu que o Senhor de Abraão o impedia de fazer aquilo. Ele perguntou a Abraão: “Teu Senhor me impediu de fazer isso?” Abraão respondeu: “Sim, em verdade Meu Senhor é Misericordioso.” O Faraó disse: “Teu Senhor é Misericordioso. Tu também o és, então rogai a teu Senhor que cure minha mão e eu nunca mais farei algo assim.”

O Profeta Abraão (A.S.) rogou a Deus para que curasse a mão do Faraó, e Deus, o Glorioso, assim o fez. O Faraó do Egito olhou com respeito para Abraão e sua esposa, e então deu a Sarah uma jovem para servi-la. Seu nome era Hajar.

A Palestina

Abraão foi para a terra da Palestina. Quando chegou à costa do Mar Morto, deixou seu primo Lot na terra de Sodoma para que convocasse o povo à fé em Deus e para a prática do bem. Quanto a Abraão, foi para a cidade de al-Khalil na Palestina. Viveu nesta cidade por muitos anos.

Ismail

Deus, o Exaltado, não tinha dado um filho a Abraão. Como Sarah, sua esposa, era estéril, ela decidiu dar sua serva a Abraão para que se casasse com ela e tivesse filhos. Nosso Profeta Abraão (A.S.) tinha setenta anos de idade, não obstante, ele a tomou como esposa e ela deu-lhe um filho.

Deus, o Altíssimo, ordenou a Abraão para que levasse Hajar à terra de Hijaz (atual Arábia Saudita). Nosso Profeta Abraão (A.S.) obedeceu a ordem de Deus. Ele pegou sua esposa Hajar e seu filho Ismail e se dirigiu para o sul. Ele atravessou os desertos áridos. Sempre olhando para o céu, mas o anjo avisou-o que não tinha ainda chegado a terra do Hijaz. Após muitos dias e noites, Abraão chegou a uma terra árida. A terra era um vale seco, não tinha árvores, nem água. Era cheio de areia e pedras. Solitárias montanhas rodeavam o vale. O anjo desceu até o Profeta Abraão (A.S.) e disse: “Tu chegaste a Terra Sagrada. Deves deixar Hajir e Ismail aqui. Retornai a Palestina.”

Nosso Profeta Abraão não sabia senão obedecer a Deus. A visão de Hajar e Ismail sozinhos naquele lugar inóspito era comovente. Abraão se despediu de sua esposa. Em seguida beijou seu filho Ismail e foi embora. Hajar perguntou a seu marido: “Por que nos deixa neste lugar agreste?” Abraão respondeu com tristeza: “Em verdade, Deus ordenou-me fazer isso.” Hajar acreditava em Deus e a Mensagem de seu marido, assim, ela disse para si mesma: “Já que Deus o ordenou fazer isso, Ele não esquecerá de nós.” O Profeta Abraão (A.S.) foi embora. Voltou a Palestina. Quanto a Hajar e seu bebê, Ismail, ficaram sozinhos naquele vale agreste.

Isaac

Abraão e sua esposa Sarah envelheceram. Abraão não se agradava de comer sozinho. Como gostava de convidar as pessoas, ele mesmo as servia e oferecia a elas comida deliciosa. Um dia, três homens vieram até Abraão e o saudaram educadamente. Abraão foi rapidamente a seu rebanho e trouxe um gordo cordeiro. Ele o sacrificou e preparou uma boa refeição para seus hóspedes. Algo extraordinário aconteceu. Abraão viu que seus hóspedes não tocaram na comida. Quando eles perceberam que o Profeta Abraão ficara preocupado, disseram: “Nós somos mensageiros de Deus para a terra de Sodoma, somos anjos de Deus. Ele nos enviou para castigar o povo de Sodoma.”Abraão se tranqüilizou. Porém, pensou no destino do povo de Sodoma e disse aos anjos: “Lot está na terra de Sodoma!” Os anjos esclareceram: “Conhecemos o povo de Sodoma. Deus nos ordenou destruir a cidade e seu povo, exceto Lot e suas filhas.”

O Profeta Abraão (A.S.) queria guiar aquele povo a senda reta, assim, pediu aos anjos para que adiassem a punição, mas eles insistiram no cumprimento da ordem de Deus, posto que eram seus mensageiros.

O povo de Sodoma era descrente e se comportava mal. Eles atacavam os viajantes e ofendiam seu Profeta Lot (A.S.). Portanto, os anjos disseram: “Abraão, deves desistir disso, a ordem de teu Senhor chegou.”

O Profeta Abraão perguntou-se: “Por que os anjos vieram aqui?” Os anjos deram uma boa nova a Abraão. Disseram: “Sua esposa idosa dará a luz a um filho .” Sarah ouviu a notícia dos anjos, então ela se surpreendeu com aquilo e disse: “Darei a luz a um filho, quando sou uma mulher idosa e meu marido é um homem idoso? Decerto que isto é algo extraordinário.”

O anjo disse: “Vos surpreende a ordem de Deus? A misericórdia e as bênçãos de Deus estão sobre vós, ó povo da Casa . Em verdade Ele é Louvado e Glorioso.”

Sarah e Abraão se alegraram com a boa nova dos anjos. Porém, o Profeta Abraão estava triste pelo povo de Lot. Desejava afastar deles a ira de Deus, mas os anjos avisaram-no que a ira de Deus sobreviria a Sodoma, pois seu povo era mal e rebelde. Ademais, ofendiam seu Profeta, Lot (A.S.). Os anjos deixaram a casa de Abraão e foram cumprir sua tarefa na terra de Sodoma.

Erigindo a Casa

O Profeta Abraão (A.S.) foi para a terra de Hijaz em visita a seu filho Ismail. Ismail já era um jovem e vivia com a tribo árabe de Juhrum na terra do Hijaz. Ali, o Profeta Abraão e Ismail erigiram a Casa Sagrada de Deus para que fosse a marca da Unicidade Divina no mundo.

A Ca`aba foi a primeiro templo a ser construído para os humanos de acordo com a ordem de Deus. Nela há os sinais evidentes como a estância do oratório de Abraão e quem quer que entre nela estará em segurança. O Profeta Abraão (A.S.) e Ismail terminaram a construção da Casa e em seguida disseram: “Ó Senhor Nosso, aceita-a de nós pois Tu és Oniouvinte, Sapientíssimo”. Deus o Altíssimo, escolheu uma terra inóspita para que sua Casa fosse construída. Quando a Casa tinha sido construída, Deus, o Glorioso, enviou a Pedra Negra do Paraíso para a Ca`aba, que tem sido o símbolo da Unicidade Divina desde então.

O Teste Final

O Profeta Abraão (A.S.) e seu filho Ismail realizaram o hajj (peregrinação). Quando Abraão estava correndo entre o Monte Safa e o Monte Marwa, ele relembrou o sofrimento de sua esposa Hajar, que havia corrido entre os dois montes procurando por água para seu bebê Ismail. Também recordou como a água tinha miraculosamente jorrado do solo para seu filho. Quando recordou todo esse sofrimento, ele ficou triste. Além disso, recordou o sonho que tinha tido poucos dias antes. Ele se via sacrificando seu filho e oferecendo-o em sacrifício a Deus, o Glorioso.

Como os sonhos dos profetas são verdadeiros, Abraão decidiu sacrificar seu filho como uma clara prova de sua virtuosa fé em Deus. Estaria Ismail pronto a sacrificar-se por Deus? Isto angustiava o Profeta Abraão (A.S.). Quando Ismail viu seu pai triste, perguntou: “Pai , por que estás triste?Abraão voltou-se para seu obediente, piedoso e bondoso filho e respondeu: “Estou triste porque vi num sonho que eu degolava a ti. Sabes o que isso significa.” “Queres me matar ? perguntou Ismail. “Sim” disse Abraão.

Abraão não tinha tempo para pensar, pois Deus o ordenara sacrificar seu filho Ismail. Deus, o Glorioso, queria testá-lo outra vez. Queria saber a extensão da fidelidade e da submissão de Abraão a Ele.

O fiel jovem Ismail disse: “Pai, faça isso. Já que Deus assim o quer. Eu suportarei a dor de ser sacrificado.’

Nosso Profeta Abraão amava muito seu filho Ismail. Contudo, amava a Deus muito mais. Ele também amava muito seu avô Azar e o chamava de pai. Porém, renunciou a Azar quando ele não acreditou em Deus. Assim, Abraão amava bastante seu obediente e fiel filho Ismail, porém amava sobretudo a Deus. O profeta Abraão beijou seu filho Ismail. Ele havia preparado a faca. Ismail se submeteu as ordens de Deus. Ele era tão corajoso que estava pronto a sacrificar-se por seu Senhor. Apenas uma coisa preocupava a Ismail. Ele achava que a dor de ser sacrificado o faria resistir e lutar. Pensava que resistência e luta magoaria seu pai, que era um homem de idade avançada com um coração sensível.

Ismail disse a seu pai: “Pai, amarra minhas mãos e pernas com força! Sacrifica-me rápido!”

O Profeta Abraão (A.S.) chorava por seu filho. Ele o beijou como a se despedir dele pela última vez. Ismail estava pronto a ser morto naquele momento. O Profeta Abraão (A.S.) pegou a faca. Ismail ergueu sua cabeça para o céu, de modo que seu pescoço aparecia aos raios de sol. Naquele momento crítico, uma coisa maravilhosa ocorreu. Abraão ouviu um chamado celestial dizendo: “Abraão, teu sonho se realizou. Deus ordena que tu sacrifiques um carneiro no lugar de Ismail.”

O Profeta Abraão (A.S.) viu um carneiro descendo a montanha. Ele sacrificou o carneiro. Em seguida, ele e seu filho Ismail completaram o hajj. Nos dias atuais, nós cortamos o cabelo e as unhas e circuncidamos nossos filhos varões. Fazemos tudo isso para seguir o exemplo de nosso pai Abraão. Foi nosso Profeta Abraão (A.S.) que nos ensinou a fazer todas essas coisas. Também nos ensinou a crer na Unicidade de Deus.

Agora, os judeus, os cristãos e os muçulmanos crêem em Deus. Este é um dos favores de nosso Profeta Abraão. Deus, o Glorioso, o escolheu por profeta, mensageiro e Imam. Nosso Profeta Moisés (A.S.) foi da descendência de Isaac (A.S.), filho de Abraão (A.S.). Nosso Profeta Jesus (A.S.), filho de Maria (A.S.) também foi da descendência de Isaac (A.S.). Nosso Profeta Mohammad (S.A.A.S.) foi da descendência de Ismail (A.S.), filho de Abraão (A.S.). Os Imames dos Ahlul Bait (A.S.) também pertenciam a descendência de Ismail (A.S.).

Por esta razão dizemos: Ó Deus, abençoa Mohammad e sua Família como abençoaste a Abraão e sua Família . Em Verdade Tu és Louvado e Glorioso!

O Amigo de Deus

Deus, o Glorificado, sabia que Abraão era fiel, obediente e submisso a suas ordens. Sabia também que Abraão não tinha medo de ninguém, senão Dele. Portanto, o escolheu como amigo. Desde então, Abraão tem sido conhecido como o amigo de Deus.

Nosso Profeta Abraão viveu por muitos anos. Talvez tenha vivido mais do que 120 anos. Então ele envelheceu. Não podia mais ir ao Hijaz para visitar a Casa de Deus e encontrar seu filho Ismail. Por esta razão, Ismail foi à Palestina para visitar seu pai Abraão, o Amigo de Deus. Durante este período, o Profeta Abraão adoeceu. Tendo devotado sua longa vida ao esforço na causa de Deus, e na convocação do povo a fé Nele, Abraão fechou seus olhos e descansou. Ele partiu desse mundo. Partiu para Deus, seu Amigo e Criador.

O Profeta Abraão (A.S.) ordenou a seus dois filhos Ismail e Isaac que convocassem o povo a crer em Deus, o Deus Único. Então, se juntou a seu Melhor Amigo.

“Ó Deus, abençoa Mohammad e sua Família como abençoaste Abraão e sua Família . Em verdade Tu és Louvado e Glorioso!”

“Não reparaste naquele que disputava com Abraão acerca de seu Senhor, por lhe haver Deus concedido o poder? Quando Abraão lhe disse: Meu Senhor é Quem dá a vida e a morte! retrucou: Eu também dou a vida e a morte. Abraão disse: Deus faz sair o sol do Oriente, faze-o tu sair do Ocidente. Então o incrédulo ficou confundido, porque Deus não ilumina os iníquos. Tampouco reparastes naquele que passou por uma cidade em ruínas e conjecturou: Como poderá Deus ressuscitá-la depois de sua morte? Deus o manteve morto durante cem anos; depois o ressuscitou e lhe perguntou: Quanto tempo permaneceste assim? Respondeu: Permaneci um dia ou parte dele. Disse-lhe: Qual! Permaneceste cem anos. Observa a tua comida e a tua bebida; constata que ainda não se deterioraram. Agora observa teu asno (não resta dele mais do que a ossada); isto é para fazer de ti um exemplo para os humanos. Observa como dispomos os seus ossos e em seguida os revestimos de carne. Diante da evidência, exclamou: Reconheço que Deus é Onipotente! E de quando Abraão implorou: Ó Senhor meu, mostra-me como ressuscitas os mortos; disse-lhe Deus: Acaso, ainda não crês? Afirmou: Sim, porém, faze-o, para a tranqüilidade do meu coração. Disse-lhe: Toma quatro pássaros, treina-os para que voltem a ti, e coloca uma parte deles sobre cada montanha; chama-os, em seguida, que virão, velozmente, até ti; e sabe que Deus é Poderoso, Prudentíssimo”. Alcorão Sagrado C.2 – V. 258 a 260.

«
»