Mohammad, o Selo da Profecia

Por: Ahmed Ismail

Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso.

O plano divino, no que diz respeito à revelação das diretrizes do din (religião), se cumpriu em etapas, pelo envio de Mensageiros (profetas) aos povos antigos. Assim, a comunicação das leis e preceitos divinos foi um encargo destinado a homens escolhidos em diversas épocas e nações, investidos de dons proféticos e que cumpriram missões específicas e dirigidas aos povos a que pertenciam.

Todavia, o plano divino representado por este Din (Islam) em nenhuma época e em nenhuma escritura antiga (revelada a qualquer profeta) definiu-se como uma senda restrita a um ou outro povo, apenas as mensagens tiveram um caráter específico.

É evidente que o gênero humano em sua totalidade encontra-se sob os mesmos deveres diante de seu Criador e goza dos mesmos direitos perante ele, por conseguinte, a Senda Divina para sua salvação possui um caráter UNIVERSAL e que no momento histórico certo deveria ser revelada e anunciada.

Não obstante as muitas distorções dos seus textos sagrados e as dissidências sectárias, os sábios judeus ou ao menos uma considerável parte deles, estavam cientes de que esta revelação aos povos teria sido profetizada por Moisés (A.S.) e que ela se daria por um profeta, que devido a sua missão era conhecido pelos sábios como o “O ESPERADO DOS POVOS”.

Porém, como é sabido, entre os judeus prevaleciam os maus sacerdotes que haviam se apossado da lei e do templo, distorcido os preceitos divinos e que haviam criado inúmeros privilégios para si próprios, ocultando a verdade do povo. Sendo estes majoritários e dominados pela mentalidade exclusivista de “povo escolhido”, rejeitavam as evidências da profecia de Moisés (A.S.), de que este profeta esperado “se levantaria dentre os descendentes de Ismael”.

Em virtude das várias adulterações dos textos revelados aos judeus, não se pode afirmar ao certo se esta anunciação foi omitida ou velada nas versões modernas e nas traduções em outros idiomas.

Comumente, aqueles conhecedores da tradição antiga e do idioma hebraico, inclusive alguns teólogos cristãos convertidos ao Islam apontam a passagem constante no Livro Deuteronômio cap.18, versículo 17-19 como uma evidência da anunciação do Profeta do Islam, por parte de Moisés (A.S.). Diz o texto:

“Então o Senhor me disse: bem falaram naquilo que disseram. Eis que suscitarei um Profeta dentre seus irmãos, semelhante a ti, e porei as minhas palavras em sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. Mas o que não quiser ouvir as palavras que ele disser em meu nome, eu me vingarei dele”.

O argumento destes sábios é que a passagem “dentre seus irmãos” é uma referência aos ismaelitas (árabes), do contrário o texto diria “dos filhos de Israel”, ou “de Israel”. A distinção de “um semelhante a ti” é absolutamente clara. Teólogos cristãos sempre tentaram identificar essa semelhança em Jesus (A.S.). Contudo, na vida de Jesus não há nenhuma semelhança nas características de sua missão com a missão e as características de Moisés. Na realidade, nenhum outro profeta com as características de Moisés surgiu em Israel. O próprio texto de Deuteronômio atesta isso em seu último capítulo, versículo10, dizendo: “Não se levantou mais em Israel profeta algum como Moisés”…

Tanto Moisés como Mohammad nasceram e morreram de modo normal, casaram e tiveram filhos, foram líderes e estadistas, e foram por fim aceitos por seu povo. No caso de Jesus, seu nascimento foi miraculoso, não casou nem teve filhos, não liderou tampouco foi estadista, sua mensagem divina foi rejeitada pela maioria do povo a quem se dirigiu.

Com efeito, esta questão permaneceu restrita ao meio dos sábios, sacerdotes e escribas como uma das verdades ocultas ao povo comum (desde que os sacerdotes e sábios eram os únicos com acesso aos pergaminhos sagrados da lei).

Não por acaso, encontramos uma referência a isso no evangelho atribuído a João quando os judeus enviaram sacerdotes e levitas para inquirirem o Profeta João Batista (Yahia) (A.S.): “Perguntaram-lhe quem és tu? Ele confessou a verdade e não a negou e confessou: Eu não sou o Cristo. Eles perguntaram-lhe: Quem és pois, És tu Elias? Ele respondeu: “Não sou.” És tu o profeta esperado? Respondeu: “Não.” (c.1 v.19 a 21).

Nesta referência consta claramente a distinção de 3 personagens aguardados segundo o conhecimento dos judeus: o Profeta Elias (do qual as escrituras judaicas não registram a morte, mas sim uma ascensão aos céus), O Messias e um profeta esperado o qual seria a confirmação da anunciação feita por Moisés (A.S.) na Torah.

Entre os primeiros cristãos, em vista da ausência de textos concordantes e unanimemente aceitos, e com base (pelo menos até o começo do segundo século) apenas nas muitas tradições orais, o conhecimento de que Jesus teria anunciado um Profeta, existiu, se bem que a medida que a cristandade se afastou da tradição judaica se aproximando do pensamento grego as divergências deram um rumo diferente às interpretações teológicas. Correntes minoritárias e perseguidas pela igreja sustentaram a crença na vinda de um novo profeta e há provas históricas de que tenham permanecido até meados do quarto século.

Grupos de monges espalhados pela Ásia Menor ainda no século V mantinham o conhecimento e a interpretação de uma anunciação de Jesus sobre um Profeta. No evangelho apócrifo de Barnabé constam diversas passagens em que Jesus teria anunciado e detalhado os sinais que acompanhariam este Profeta. Alguns estudiosos buscam identificar essa anunciação no Evangelho canônico atribuído a João (cap. 14:16, 15:26 e 16:7 a 13). Nestas passagens Jesus refere-se em Aramaico, usando o nome “Ahmath”, porém, o texto redigido em grego, apresenta o termo “paracleto” (paraklétos) comumente traduzido nas edições modernas como “Consolador” ou “espírito de verdade”. Tais traduções produziram dúvidas na interpretação, levando os teólogos cristãos a entenderem que Jesus estaria anunciando o “espírito Santo” (que já estava presente naquele momento).

O termo parácleto na verdade poderia ser traduzido como “o que louva, o que traz o louvor ou mesmo o Louvado”. De qualquer modo a palavra original (Ahmath) em aramaico (Himadah em hebraico), possui todas estas conotações e é a tradução literal de “AHMAD” OU “MOHAMMAD” (em árabe).

Além disso, há a afirmação alcorânica no versículo 13, cap. 16:

“Pergunta-lhes: Quem é o Senhor dos céus e da terra? E afirma-lhes: Deus! E dize-lhes: Adotareis, acaso, em vez d’Ele, ídolos, que não podem beneficiar-se sem defender-se? Poderão equiparar-se as trevas e a luz? Atribuem, acaso, a Deus parceiros, que criaram algo como a Sua criação, de tal modo que a criação lhes pareça similar? Dize: Deus é o Criador de todas as coisas, porque Ele é o Único, o Irresistibilíssimo”.

Que não deixa dúvida que Jesus estava anunciando um profeta que receberia uma revelação conclusiva (integral) e ainda especifica o “modo”como esta revelação se daria (o que se confirma plenamente na revelação do Alcorão, onde o profeta ouvia os versículos ditados pelo anjo e então os anunciava).

O Advento de Mohammad (S.A.A.S.)

O momento histórico em que o último Profeta surgiu, foi marcado por uma situação de decadência e sectarismo nos povos a quem o Alcorão denomina de Ahlul Kitab (povos do livro, os que receberam escrituras sagradas) muito especialmente entre os adeptos do judaísmo e do cristianismo.

Os primeiros, muito embora mantivessem o Monoteísmo como fundamento formal de fé, há muito haviam se afastado da senda correta e da observância da Lei divina. Seus sacerdotes em sua maioria, haviam tomado a religião como um meio de garantir privilégios e se davam a interpretar a lei a seu bel-prazer. Se mantinha pois a mesma situação encontrada pelo Messias Jesus (A.S.) com o agravante da descrença para com o mesmo e a rejeição da sua mensagem divina.

Os cristãos por sua vez, haviam se dividido em conjecturas e doutrinas confusas que concorriam para o afastamento do Monoteísmo e a adoção da crença politeísta que divinizava a figura de Jesus (A.S.), num flagrante desvio da crença original dos profetas e do próprio Messias (A.S.).

Em meio a esta conjuntura de crise e afastamento da mensagem divina o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) surgiu.

A revelação que trazia, de maneira inédita se dirigia a todos os povos e crenças, ora os versículos tinham uma ênfase particularizada a um determinado grupo, ora iniciavam com a conclamação a toda humanidade.

O primeiro ponto a se destacar ao analisarmos o conjunto da revelação alcorânica em conexão com a missão do profeta (S.A.A.S.) é justamente a sua universalidade enquanto mensagem divina e seu apostolado.

Diz Deus, o Altíssimo no Alcorão:

“E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos; porém, a maioria dos humanos o ignora”. (C.34 – V.28)

E diz ainda:

“Certamente, não é mais do que uma mensagem, para o universo”. (C.81 – V.27)

Nenhuma das escrituras sagradas anteriores e nenhum dos mensageiros predecessores reivindicaram esta característica universal. Não obstante os teólogos cristãos afirmem identificar esta universalidade na mensagem de Jesus (A.S.) não há nada nos textos aceitos (evangelhos canônicos) e em seus discursos que sustente isso. Ao contrário, em várias passagens consta que Jesus (A.S.) tenha frisado sua condição de mensageiro “senão para as ovelhas desgarradas da casa de Israel” e que também tenha instruído seus discípulos a pregar apenas para os judeus. Na verdade, toda ênfase de seus discursos (segundo estes evangelhos) se restringe ao âmbito judaico.

O segundo ponto que destaca-se na anunciação alcorânica da missão do Profeta (S.A.A.S.) é a natureza de confirmação e da reafirmação da FÉ MONOTEÍSTA ORIGINAL ou o que podemos chamar de fé de Abraão (A.S.), origem da corrente profética semítica.

Diz Deus, o Poderoso, no Alcorão:

“E quem rejeitaria o credo de Abraão, a não ser o insensato? Já o escolhemos (Abraão), neste mundo e, no outro, contrar-se-á entre os virtuosos. E quando o seu Senhor lhe disse: Submete-te a Mim!, respondeu: Eis que me submeto ao Senhor do Universo! Abraão legou esta crença aos seus filhos, e Jacó aos seus, dizendo-lhes: Ó filhos meus, Deus vos legou esta religião; apegai-nos a ela, e não morrais sem serdes submissos (a Deus)”. (C.2 – V. 130 a 132)

Tal reafirmação foi acompanhada da refutação as discrepâncias e rivalidades dos judeus e cristãos, que haviam se afastado dessa diretriz original com a confirmação da palavra divina anunciada aos profetas de maneira única (não discordante como os povos interpretavam).

Diz Deus, Exaltado Seja, no Alcorão:

“Disseram: Sede judeus ou cristãos, que estareis bem iluminados. Responde-lhes: Qual! Seguimos o credo de Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os idólatras. Dizei: Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distinção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele”. (C.2 – V.135 e 136)

O terceiro ponto de destaque também se refere à confirmação da palavra Divina revelada anteriormente. Como parte da missão do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), estava o dirigir-se aos judeus e cristãos e conclamá-los a aceitação da nova revelação, o que se evidencia pela descida dos seguintes versículos sagrados:

“Concede-nos uma graça, tanto neste mundo como no outro, porque a Ti nos voltamos contritos. Disse: Com Meu castigo açoito quem quero e Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Deus) que pagam o zakat, e crêem nos Nossos versículos. São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em sua Tora e no Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e que proíbe o ilícito, prescreve-lhes todo o bem e vedalhes o imundo, alivia-os dos seus fardos e livra-os dos grilhões que o deprimem. Aqueles que nele creram, honraram-no, defenderam-no e seguiram a Luz que com ele foi enviada, são os bem-aventurados”. (C.7 – V.156 e 157)

Estes versículos ressaltam algo de extrema relevância: na época de sua revelação a vinda de um Profeta era conhecida por uma boa parte dos judeus e cristãos (ao menos dos eruditos entre eles) e isto se encontrava registrado nas escrituras, pois, do contrário, o Profeta (S.A.A.S.) ao anunciar o que havia sido revelado, cairia prontamente em descrédito no meio destes eruditos. Em outras palavras, como poderia Mohammad reivindicar a profecia nesses termos, se não fosse conhecida pelos judeus e cristãos daquela época a anunciação da vinda de um Profeta e se os sábios dessas comunidades não conhecessem os sinais distintivos que o acompanhariam?

Consta nos relatos biográficos do Profeta (S.A.A.S.), relatos muito bem fundamentados, por exemplo, o testemunho de Waraqah Ibn Nufil, tio de Khadijah (A.S.), um sábio cristão de sua época entre os árabes. Ao ouvir dela o relato da ocorrência da primeira Revelação a Mohammad na caverna de Hira, Waraqah disse: “De acordo com o que está mencionado na Torah e no Evangelho, está claro que ele é a pessoa que Jesus nos informou em sua boa nova. Ele possui a mesma religião de Moisés, é um Profeta…”

O Alcorão confirmou em outro versículo que Jesus (A.S.), havia anunciado o Profeta (S.A.A.S.) tal como era de conhecimento de alguns doutos e monges naquela época:

“E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou o mensageiro de Deus, enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Tora antecipou no tocante às predições, e alvissareiro de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será Ahmad! Entretanto, quando lhes foram apresentadas as evidências, disseram: Isto é pura magia!” (C.61 – V. 6).

E de fato, o que se verificou foi a conversão de uma parte dos eruditos cristãos e judeus ao Islam. Este acontecimento foi posteriormente citado pelo próprio Alcorão com um significativo versículo sendo revelado:

“Quanto àqueles a quem concedemos o Livro, conhecem isso, tal como conheceram seus filhos; só os desventurados não crêem”. (C.6 – V.20)

Aqui, Deus o altíssimo declara que os homens apegados à verdade reconheceriam a verdade, enquanto os que tinham seus corações impuros e que estavam apegados ao erro (e que por isso mesmo lhes era negado o discernimento espiritual) seriam os renitentes e os que negariam a mensagem divina.

Em outra passagem o Alcorão exorta os cristãos e judeus de modo reiterativo quanto a missão do Profeta (S.A.A.S.) em relação a eles:

“Ó adeptos do Livro, foi-vos apresentado o Nosso Mensageiro para mostrar-vos muito do que ocultáveis do Livro e perdoar-vos em muito. Já vos chegou de Deus uma Luz e um Livro lúcido, Pelo qual Deus conduzirá aos caminhos da salvação aqueles que procurarem a Sua complacência e, por Sua vontade, tirá-los-á das trevas e os levará para a luz, encaminhando-os para a senda reta”. (C.5 – V.15 e 16).

O quarto ponto a ser destacado numa análise do apostolado do profeta (S.A.A.S.) a partir do Alcorão Sagrado, é a declaração de sua autoridade (conferida por Deus) no que se refere a implantação da Shariah Divina e da conseqüente aceitação por parte dos humanos de sua missão.

Evidencia o Alcorão:

“Jamais enviaríamos um mensageiro que não devesse ser obedecido, com a anuência de Deus. Se, quando se condenaram, tivessem recorrido a ti e houvessem implorado o perdão de Deus, e o Mensageiro tivesse pedido perdão por eles, encontrariam Deus, Remissório, Misericordiosíssimo”. (C.4 – V.64)

Em adição a isto, o Alcorão assevera que o advento do Profeta (S.A.A.S.) constituía uma graça divina para todos os humanos indistintamente:

“E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade”. (C.21 – V.107)

A evidência de que tanto os que haviam recebido escrituras sagradas haviam se afastado da senda revelada por Deus, como os demais, escravizados pela ignorância e pela idolatria necessitavam da ORIENTAÇÃO DIVINA descida dos céus e anunciada pelo Profeta (S.A.A.S.) também se faz presente quando Deus, no Alcorão, afirma o caráter decisivo desta mensagem e a missão restauradora e unificadora do Profeta (S.A.A.S.):

“Que (este Alcorão) é a palavra concludente …” (C.86 – V.13)

“Haverá alguém mais iníquo do que quem forja mentiras acerca de Deus, apesar de ter sido convocado ao Islam? Sabei que Deus não encaminha os iníquos. Pretendem extinguir a Luz de Deus com as suas (infames) bocas; porém, Deus completará a (revelação de) Sua Luz, embora isso desgoste os incrédulos. Foi Ele Quem enviou o Seu Mensageiro, com a orientação e com a verdadeira religião, para fazê-las prevalecer sobre toda a religião, ainda que isso desgoste os idólatras”. (C.61 – V.7 a 9).

Um último ponto relevante ao propósito desta análise, é o caráter definitivo declarado pelo Alcorão concernente ao apostolado do Profeta (S.A.A.S.) como Selo da Profecia (último profeta enviado) e portanto, a MENSAGEM DIVINA trazida sendo igualmente definitiva (que selava todas as anteriores e as ab-rogava).

Evidencia o Alcorão:

“Em verdade, Mohammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o prostremos dos profetas; sabei que Deus é Onisciente”. (C.33 – V.40)

Nas fiéis tradições encontra-se também que o Profeta (S.A.A.S.) tenha declarado que “não virá depois de mim nenhum profeta” o que implicitamente também significa que nenhuma outra fé se levantaria. (É historicamente comprovável que após o advento do Islam, todas as muitas formas de religião surgidas só podem ser classificadas como seitas religiosas e filosofias sem nenhuma veracidade espiritual, baseadas em flagrantes inovações e distorções das tradições religiosas já existentes).

Quanto ao caráter conclusivo da Mensagem trazida pelo Profeta (S.A.A.S.), diz Deus o Poderoso, no Alcorão:

“E quem quer que almeje (impingir) outra religião, que noa seja o Islam, (aquela) jamais será aceita e, no outro mundo, essa pessoa contar-se-á entre os desventurados”. (C.3 – V.85)

O conjunto de peculiaridades do apostolado de Mohammad (S.A.A.S.) e da Mensagem que lhe foi revelada, demonstram um absoluto senso de coerência com o cumprimento do Plano Divino. Se reportarmos a título de exemplo, a dois dos mensageiros que o precederam e o anunciaram, Moisés (A.S) e Jesus (A.S.) encontraremos neles similaridades no que diz respeito a AUTORIDADE DECISIVA conferida por Deus.

Quando Moisés (A.S.) recebeu a Torah e as tábuas da Lei e foi a seu povo, esta autoridade se fez presente: os que acreditavam antes (que eram monoteístas) deveriam aceitar a Moisés (A.S.) e acatar a Lei Divina anunciada por ele. Não lhes seria suficiente dizer: “Somos da fé de Abraão e isso nos basta!” Se desprezassem a Moisés (A.S.) e a Lei trazida tornar-se-iam descrentes e todas as suas boas ações e devoções se tornariam nulas perante Deus. E como “descrentes e rebeldes” estariam afastados da Graça Divina.

E quando Jesus (A.S.) foi ao povo judeu com uma nova Mensagem (o Injil), os que antes acreditavam e professavam a Fé de Abraão (A.S.) o patriarca, e observavam a Lei Divina trazida por Moisés (A.S.) tinham o dever de aceitar o Messias (A.S.) e acatar a nova Shariah (lei divina) anunciada por ele. Também a estes não foi suficiente dizer: “Somos da Fé de Abraão e de Moisés e isso nos basta!” Os que assim fizeram tornaram-se descrentes e todas as suas boas ações e devoções se tornaram nulas e foram igualmente afastados da Graça Divina.

O mesmo ocorreu com o advento do Selo da Profecia, pois sendo investido da mesma autoridade decisiva, e portador de uma nova e definitiva Shariah (lei divina), tornava-se um dever de todos (daquela geração até o final dos tempos) acreditar em sua condição profética e acatar a Mensagem trazida por ele (o Alcorão).

De modo similar, não é suficiente para ninguém (ao tornar-se ciente do Islam e do advento do Ultimo Profeta) que diga: “Sou cristão ou sou judeu e isso me basta.” Se o fizer tornar-se-á um descrente (káfir) e sua fé, suas boas ações e devoções se tornarão nulas perante Deus; e como tal estará afastado da Graça Divina. Sendo a verdade única, não há como crer em Abraão (A.S.) sem crer em Moisés (A.S.), não há como crer em Moisés (A.S.) sem crer em Jesus (A.S.) e não há como crer em Jesus (A.S.) sem crer em Mohammad (S.A.A.S.), pois a mesma Luz Divina que desceu para qualquer um deles é a mesma Luz Divina que desceu para os demais.

Por isso Deus o Altíssimo diz no Alcorão:

“Quanto àqueles a quem concedemos o Livro, conhecem isso, tal como conheceram seus filhos; só os desventurados não crêem”. (C.6 – V.20)

Desta maneira, o Plano Divino da Profecia se completou com uma Mensagem e uma conclamação universal para uma senda única e clara em que a verdade se separou do erro e a palavra pura de Deus se manteve preservada das muitas adulterações humanas, sem nenhum outro objetivo senão para que o gênero humano a adotasse em busca da salvação e da graça divina.

«
»