Proteção Ambiental

“A corrupção surgiu na terra e no mar por causa do que as mãos dos humanos lucraram. E (Deus) os fará sentir o gosto do que cometeram. Quiçá assim se abstenham disso” (Alcorão Sagrado, 30:41). O poeta apresentou uma queixa contra o vizinho que cortou uma árvore que lhe havia inspirado muitos e belos poemas. Estranhou, contudo, que o fórum não aceitasse uma queixa como a sua.  Nós nos solidarizamos com o poeta, por ter sido ele privado da fonte de sua inspiração. Talvez o fórum aceite as queixas de uma mulher contra os comerciantes que caçam animais raros, de belas peles, para transformá-las em casacos femininos para proteção do frio intenso, ou por mero enfeite. Talvez uma delas diga: “Isso faz parte da graça concedida por Deus a nós para nos aquecermos e nos enfeitarmos. Por que nos privam disso?” Devemos considerar grave um grande incêndio na floresta amazônica, mesmo que os bombeiros despendam os seus maiores esforços para apagá-lo, que a floresta não seja uma zona residencial e que, Graças a Deus, não tenhamos vítimas ou perdas humanas.

A cena de um petroleiro atingido durante um conflito armado ou, devido a um defeito, despejando a sua carga de petróleo na água, formando uma mancha de óleo que asfixia a fauna marinha; peixes e baleias boiando, mortos e espalhados pela praia. Essas imagens não se equiparam para mim ou para você, à cena de vítimas de guerra, ou à um lamentável acidente de carro, ou a um choque entre trens, ou a um acidente de avião, resultando na morte de alguns ou de todos os passageiros.

Podemos nos divertir num passeio à beira de um rio ou na orla marítima e jogar, na água limpa, pedras, resto de alimentos ou sacos vazios, sem perceber que estamos poluindo e interferindo no movimento da água corrente. Talvez, em breve, causemos o seu desaparecimento, pela quantidade de detritos e pedras ali jogadas.

Certamente vemos, algumas vezes, fumantes ignorando os grandes avisos que proíbem e advertem contra o fumo. Eles lançam os círculos de sua fumaça, sem se importar com nada. Exibem o seu maléfico vício em locais públicos fechados ou em salões de freqüência mista, ou em salões sem exaustores. Mesmo que haja avisos, eles não se importam com os malefícios que causam à saúde dos não fumantes, presentes no mesmo recinto, em suas residências, nas casas vizinhas, nos recintos comerciais, nas ruas, nos locais de lazer, seu impacto sobre as plantas, animais, fontes de água, no continente, no meio aonde vivemos, no nosso meio-ambiente.

Mas, o que queremos dizer por meio-ambiente?

O meio-ambiente é o conjunto dos seres e elementos, animados e inanimados, que cercam o indivíduo e a sociedade, que têm influência sobre eles, psicológica, sanitária e socialmente. Por isso, podemos dizer: O “ambiente natural”, que significa o ambiente geográfico, como a água, a terra, as plantas, os animais, o ar… e “ambiente social”, que significa o meio social em que nascemos e vivemos, abrangendo os nossos familiares, nossos amigos, nossos vizinhos, os nossos colegas da escola e do trabalho e as demais pessoas com quem nos relacionamos.

Podemos também utilizar o termo “ambiente ideológico” ou “cultural”, caracterizando-os como as potencialidades e atividades ideológicas e culturais, que visam moldar a personalidade do indivíduo e da sociedade. O meio-ambiente, então, é o mundo objetivo exterior, formado pela natureza, pela sociedade e pelas ideologias relacionadas a elas.

Números que assustam

As estatísticas e fatos que vamos apresentar a seguir foram tirados de fontes científicas oficiais recentes e constituem uma introdução ao assunto que iremos discutir:

• 2/5 dos seres humanos – a maioria constituída de mulheres e crianças – estão sujeitos a níveis catastróficos de fumaça gerada pelas chamas de cozinha e de aquecimento.
• 100 bilhões de litros de água são consumidos diariamente somente nos Estados Unidos e a maior parte vai para o ralo ou os canos sanitários.
• Semanalmente, milhões de árvores são utilizadas para a produção de jornais americanos de domingo e 30 milhões de árvores são transformadas anualmente em papeis de jornal.
• A camada de ozônio, que absorve a maior parte dos raios ultravioletas gerados pelo sol, possui dois buracos enormes, cada um equivale à superfície da América, o que provoca a elevação da temperatura da terra e o aumento do calor acima do normal, ameaçando derreter o gelo dos dois pólos.
• O número de animais raros, que era de 60 milhões, foi reduzido, devido à caça ilegal, para apenas algumas centenas.
• Voluntários extraíram, em 2003, 25 toneladas de lixo do leito do rio Mississipi.
• 1/3 dos habitantes da terra sofrem de falta de água e isso está cada vez pior.
• O corte das árvores da floresta amazônica ameaça o regime de chuva, restringindo-a ou elevando sua queda em volumes ameaçadores.
• O lançamento de milhões de toneladas de gases venenosos pelas chaminés das indústrias, como dióxido de enxofre, faz com que eles se misturem às gotas d’água, nas nuvens, provocando a chuva ácida, o que leva à diminuição da produção agrícola.
• A exposição ao chumbo utilizado nas indústrias e nas fábricas provoca a perturbação do desenvolvimento mental e do sistema nervoso.

Verdades científicas

O meio-ambiente, com todas as suas variáveis, constitui uma só família com vários membros. Seus papéis e suas funções são diferentes, porém a obra da natureza ou do meio-ambiente opera de acordo com um sistema preciso, no qual nenhum elemento se separa do conjunto, nem um membro difere do sistema ambiental.

Pier Kaufer diz: “A primeira regra na ciência ambiental é que tudo está interligado.”

Eis alguns exemplos:

1. As coisas e os fenômenos do meio-ambiente estão interligados de uma forma ou de outra. Os grandes peixes se alimentam dos pequenos. Os animais ferozes se alimentam dos animais mais fracos ou domésticos. Uma parte de nossa alimentação depende dos animais. Dessa forma, todos os seres vivos estão interligados numa rede vital complexa que impõe a existência de um tipo de ligação entre eles.

2. O meio-ambiente tem duas faces: A parte vital, representada por todo ser vivo (animal ou vegetal); o aspecto não-vital, representado pelos seres inanimados, nas suas variedades e formas, como a terra, a luz, a temperatura, as rochas e a água. Ambos representam um todo, significando duas faces da mesma moeda.

3. Há uma situação de disputa no meio-ambiente e que constitui o segredo de seu movimento, atividade e vitalidade, quer essa disputa seja pelo alimento ou pela habitação, ou por outros motivos. Além disso, há áreas de interesse comum entre os membros do meio-ambiente. As pessoas estão associadas na utilização da água, por exemplo.

4. Há a ação da produção da energia e a ação de seu consumo. Os ambientalistas dizem que o consumo, atualmente, é superior à produção, o que ameaça as fontes ambientais. Em relação a isso, surgem, mesmo que lentamente, tentativas de regular o consumo, implantar a reciclagem e instituir leis em defesa e proteção do meio-ambiente. Sabe-se que a demanda por energia se reduz permanentemente até um nível baixíssimo, toda vez que materiais são reutilizados e reciclados.

5. Os elementos vivos do meio-ambiente são criaturas que vivem dentro de parâmetros ambientais específicos quanto à temperatura, umidade e fertilidade. Uma influência negativa sobre as condições de vida e sobre os elementos de seu desenvolvimento e continuidade ameaça-os com o desaparecimento ou a ruína, reduzindo a sua população.

6. O crescimento demográfico e, em algumas sociedades, o aumento dos níveis de fertilidade humana, não tem relação apenas com a cultura dos povos e sua situação econômica, mas avança também sob os recursos ambientais, o que provoca desequilíbrios entre o ritmo de produção de bens e serviços e as quantidades de nascimentos.

Os problemas ambientais contemporâneos

Quanto mais o homem se lança na direção do materialismo, mergulhando no egoísmo, afastando-se dos valores espirituais e humanos, mais problemas ambientais enfrentará, às vezes bastante complexos. O meio-ambiente é um colo misericordioso. Dele extraímos o nosso alimento, nele encontramos algum consolo pela fadiga do trabalho e o cansaço da vida. Às suas portas lançamos as nossas preocupações. No seu campo agimos vital e dinamicamente na construção do nosso presente e futuro.

O meio-ambiente é o nosso lar, nosso asilo, nosso albergue, o local do nosso deleite. Fornece o nosso alimento, nossa provisão e as boas coisas da vida. O meio-ambiente é a água que utilizamos para beber, regar as nossas plantações e obter as nossas verduras. O meio-ambiente é o ar que respiramos, o perfume das flores, o frio e o calor que sentimos. O meio-ambiente é a nossa escola, nosso trabalho, nosso comércio, nossos estabelecimentos, nossas casas, nossas ruas, nossos locais de lazer. O meio-ambiente é a nossa família, nossos vizinhos, nossos parentes e colegas e nós estamos incluídos nele.

Um ambiente tão amplo necessita de considerações especiais. Se a nossa pequena casa que abriga a nossa família é objeto de cuidados de cada um de seus indivíduos e não responsabilidade dos pais, apenas, a nossa grande casa, o meio-ambiente, também precisa de cuidados. Afinal, ela nos proporciona uma tenda de segurança, de tranqüilidade, de comodidade, indispensáveis para qualquer atividade humana.

O nosso meio-ambiente, a nossa grande casa, está ameaçada por mais de um problema. Talvez colaboremos, com intenção e conhecimento, ou por ignorância e sem intenção, para piorar a situação. Olhemos ao redor. Vemos o desleixo do lixo em locais que não lhe são destinados, mesmo estando a lixeira próxima. Porém, a negligência e o ato de imitarmos os preguiçosos nos fazem jogar entulho fora dos cestos, nas ruas, praças, recantos, rodovias, avenidas ou na gaveta da carteira escolar!

Vemos o fumante não se importando em impregnar o local em que está com a sua fumaça e sem considerar ou respeitar os sentimentos dos outros. Talvez ignore que o fumo é maléfico, ou que a fumaça de seu cigarro faz mal à saúde dos fumantes passivos, que estão ao seu redor. Mas, se sabe disso e prejudica aos outros intencionalmente, além de se prejudicar, torna o problema mais grave ainda.

Se você estiver viajando com seus familiares ou amigos e vocês pararem à beira da estrada para comer, deixando o resto da comida e as latas vazias no local, estarão colaborando para dar-lhe aspecto poluído. Imagine-se o que acontecerá se tal ato de negligência for praticado por várias pessoas que não dão importância à limpeza.

Outra situação de risco iminente ocorre quando se acende uma fogueira no meio de uma floresta para passar o tempo, ou se aquecer, e ela é deixada arder. O fogo atinge as folhas secas e vai se espalhando, queimando áreas que podem somar milhares de hectares. Fica difícil até para os bombeiros apagarem o incêndio, a não ser depois de muito trabalho – e, às vezes, infelizmente, vidas humanas.

Sem contarmos os outros grandes problemas ambientais, como a emissão de fumaça dos escapamentos dos automóveis, das chaminés das indústrias dentro das cidades e próximas às zonas residenciais. É verdade o que foi dito: “A poluição do ar envelhece a mãe-natureza antes de seu tempo.”

Estamos observando a elevação incomum da temperatura em algumas áreas, causando a evaporação excessiva da água e a queda de chuvas torrenciais, inundando muitas áreas e matando milhares de inocentes; o fenômeno Tsunami no nordeste da Ásia, no ano de 2005, as enfermidades estranhas e perigosas que ceifam milhares de vidas acometidas por gripe aviária, ou por deficiência de defesa do organismo; os milhares de atingidos por terremotos, vulcões, ciclones, guerras biológicas e não biológicas, atingindo pessoas e propriedades.

Rafael Carzon disse: “Cada ser humano está sujeito aos perigos dos produtos químicos desde o seu nascimento até a sua morte.” Essas calamidades ambientais são geradas, de um lado, pela corrupção na terra, e do outro, pelos fenômenos naturais que estão advertindo o homem e tentando fazê-lo retornar à razão, e se arrepender de seus atos. Deus, exaltado seja, diz: “A corrupção surgiu na terra e no mar por causa do que as mãos dos humanos lucraram. E (Deus) os fará sentir o gosto do que cometeram. Quiçá assim se abstenham disso” (Alcorão Sagrado, 30:41).

A corrupção do meio-ambiente acontece, às vezes, devido à prática de muitos pecados. Essa é uma verdade reconhecida por muitos versículos do Alcorão e pelas tradições proféticas. Sem dúvida que todo desvio ou transgressão deixa a sua marca sobre o meio-ambiente. Foi dito: “O exemplo do pecado e da transgressão é o de um alimento envenenado, que certamente deixará a sua sequela no corpo, o que evidencia a relação entre o pecado e os reflexos ambientais.” Uma tradição diz: “O número de quem morre devido aos pecados é maior dos que morrem por predestinação.”

Num congresso a respeito do meio-ambiente, promovido em 1972, lemos nas recomendações finais: “Esquecemos como ser bons hóspedes e como caminhar sobre a terra como fazem as outras criaturas!” Os ambientalistas dizem: “O homem é quem está destruindo o meio-ambiente, fazendo-o chegar à situação dramática que encontramos na atualidade.”

A Flora

Esse mundo de ervas, plantas, árvores, selvas, jardins e florestas é o agradável sopro divino de verde na nossa vida. Se não fosse ele, a terra seria um imenso deserto amarelo e árido. Se não fosse a água, não haveria verde espalhado por todo lugar. Por isso, a água e o verde são companheiros inseparáveis para a introdução da alegria em nossos corações.

O verde forma os jardins de Deus sobre a terra, em cujos campos pastam as ovelhas e o gado; sobre ele são lançados os olhares contemplativos do homem. A Ciência confirma que apreciar o verde é benéfico para a saúde e ativa o cérebro; o perfume das plantas reduz a toxicidade da poluição, gerada pelas nuvens de fumaça que podem nos atingir, causando impacto sobre o aparelho respiratório e sufocação, além de doenças graves.

Infelizmente, a civilização e sua urbanidade invadiram o campo de forma arbitrária e o ocuparam. Esta expansão contínua e acelerada faz parte da natureza da civilização contemporânea. Ela se estende por diversas áreas, de forma desorganizada. No lugar das oliveiras, romãzeiras, macieiras, no lugar das plantações de arroz e trigo, que fornecem à terra seus zéfiros mimosos, perfumados e brandos, que fornecem ao agricultor as boas graças da colheita, são plantados blocos de concreto que param o vento, encobrem a luz, inibem a vista e reduzem o prazer. Talvez acabe impedindo, também, que percebamos o que Deus criou nos céus e na terra.

Se o Partido Verde, criado no final da década de 1970, na Alemanha, luta pela continuidade do verde – plural, palpitante e sorridente perante a severa vida contemporânea – de quantos partidos como ele precisamos para proteger o que sobrou de nossos tesouros verdes, mesmo que não consigamos aumentar sua área ou desenvolvê-la?

Nós consideramos importantes os seguintes valores ambientais:

1. A racionalização para lidar com o meio-ambiente e com o consumo;

2. O ambiente social saudável, agraciado com a segurança e a justiça social;

3. Semear o verde e plantar árvores (replantio) em cada área não utilizada, para desfrutarmos da sua vitalidade aonde quer que nos dirijamos;

4. Condenamos a violência e suas conseqüências, porque representam ameaça permanente ao meio-ambiente e à vida dos seres humanos;

No ano de 2001, reuniram-se 600 representantes dos países do mundo na Austrália para assinar um acordo com as condições e os princípios citados acima. Se houvesse uma campanha para reunir assinaturas a respeito da questão, teríamos, também, assinado com os nossos dez dedos.

Os mais importantes princípios e artigos do que poderíamos chamar de Código da Terra, como acordo internacional, são:

1. Preservar a terra e a vida, em todas as suas formas;

2. A preocupação efetiva com o Ecossistema;

3. Criar associações democráticas, participativas, cooperativas e seguras para proteger o meio-ambiente;

4. Preservar a natureza das ações muitas vezes degradantes das gerações presentes e futuras;

5. Proteger as organizações ambientais;

6. Estabelecer legislações que inibam a agressão ao meio-ambiente;

7. Adotar medidas de contenção do consumo abusivo, incentivando, entre outros procedimentos, a reciclagem.

Percebemos que, atualmente, em todo o mundo, estão em debate questões relativas à segurança agrícola. Porém, quantos crimes e agressões são cometidos, ao mesmo tempo, contra essa segurança, diariamente. Quanto ao tema da proteção ao meio-ambiente natural, não precisamos ir tão longe. Temos um código islâmico ambiental fabuloso. O Mensageiro de Deus (S) disse: “Quem vivificar uma terra árida, esta será dele.”

Vivificar a terra significa limpá-la, fazer chegar a água até ela e prepará-la para a agricultura. O Islã não deseja que a terra potencialmente fértil seja mantida como propriedade improdutiva ou negligenciada. Isso seria desperdício das dádivas e dos recursos, das oportunidades de evolução e desenvolvimento. Um dos pensadores muçulmanos, Málik Ibn Nabi, considerou a terra um dos recursos que levam ao desenvolvimento, não como um bem que deva ser mantido intocado. Quatorze séculos e meio atrás, o Emir dos Crentes, Áli Ibn Abi Tálib (AS), dizia: “Quem tiver água e terra e ficar pobre, que Deus o afaste de nós.” Queria ele dizer com isso que se trata de uma pessoa negligente com as dádivas e bênçãos com as quais o Altíssimo o cumulou.

Para o Islã, quando uma pessoa emprega suas terras na produção de alimentos, para beneficiar, portanto, os outros, mesmo que ele tenha falecido é como se ele se beneficiasse disso em vida. O Imam Jaafar Assádiq (AS) disse: “Há seis qualidades que beneficiam o crente após a sua morte: um filho piedoso, que pede perdão por ele; um Alcorão que possa ser lido; um poço aberto; plantas semeadas por ele; água corrente e um método benéfico (de comportamento), que seja seguido por outros depois dele.” O benefício gerado por alguém que cultiva a terra, quer seja o beneficiado desse cultivo um ser humano ou animal, é considerado caridade e zakat. O Nobre Profeta (S) disse: “Todo muçulmano que plantar uma árvore ou semear uma plantação e dela comer um ser humano, ave, ou animal, isso será para ele caridade.”

Não encontramos em todos os círculos de discussão sobre o meio-ambiente que possamos descobrir um princípio tão claro e justo de preocupação com o cultivo da terra quanto o dito do Santo Profeta do Islã (S): “Se a Hora do Juízo Final chegar e algum de vós tiverdes uma semente na mão prestes a plantá-la, que a plante.”

Entre as coisas que o Islã proibiu está a colheita das frutas não maduras, porque não se completou ainda o seu ciclo de vida e o seu sabor, a sua aparência e seu valor nutritivo não são adequados. O Islã estabeleceu a rega das plantas e árvores. Não permitiu cortar árvores durante os tempos de guerra, a não ser quando extremamente necessário. Ele evitou e desaconselhou o corte das tamareiras, pelo que essa árvore fornece de benefícios. Tudo na tamareira é benéfico. O Nobre Mensageiro (S) disse: “Sejam generosos com as tamareiras, vossas parentes.”

Narra-se que o Imam Ali (AS) estava, um dia, carregando um saco nas costas, cheio de semente de tamareira. Alguém lhe perguntou: “O que está levando, óh, Abul Hassan?” Ele respondeu: “Cem mil tamareiras, se Deus quiser.” Ele semeou tudo sem deixar uma só semente. Talvez algumas tâmaras que os habitantes de Medina e seus visitantes comam atualmente sejam fruto de algumas daquelas tamareiras. Veja quão valioso foi aquele ato contínuo!

Entre as condições da preservação do meio ambiente no Islã está a proibição de se urinar ou defecar debaixo de qualquer árvore frutífera, mesmo que ela não esteja na época de dar frutos, para não poluí-los e não causar dano às árvores.

 

 

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