O Imam al-Khomeini (K.S.): Sua vida e sua abençoada revolução

Por Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

O Imam Khomeini (K.S.) nasceu em 1900, na cidade de Khomein no Irã, fruto da união de duas famílias sábias e de muito conhecimento. Seu pai, Ayatollah Assayed Mustafá Al-Mousawi, foi um grande sábio religioso e lutador pela causa justa. Sua mãe, a senhora Hajar era filha do Ayatollah Al-Mirza Ahmad, um membro da autoridade máxima religiosa de sua época. Estudou as ciências e o conhecimento religioso desde sua infância, sendo guiado por professores e sábios.

É autor de várias obras que abrangem a ciência e o conhecimento Islâmico geral, possui inúmeros pronunciamentos e palestras datadas antes e depois da Revolução em várias ocasiões sobre os problemas que interessam aos muçulmanos e aos outros de forma igual, como por exemplo, a Questão Palestina, que é a maior e principal causa dentre os árabes e muçulmanos. Era firme na sua fé em Deus, vivia longe dos pecados, se colocava divergente a seus instintos sendo obediente ao Senhor e amava verdadeiramente as pessoas, os oprimidos e os pobres no mundo todo. Era opositor à dinastia Pahlevino do Irã e de suas falsas reformas constitucionais que tinham como objetivo atingir o Islam e os muçulmanos. Manteve uma posição de oposição ao Shah por querer enfrentar e desafiar o Islam através de lei e decretos civis os quais não eram aceitas pelo Islam.

Liderou a conhecida rebelião de Khordad do ano 1963 em que milhares de autoridades religiosas e muçulmanas foram assassinadas e, por este motivo, foi preso pelo regime iraniano e depois foi extraditado para fora do Irã.

Foi preso diversas vezes por enfrentar os projetos dominantes e fazer oposição ao regime do Shah Mohammad Reza Pahlevi. Sua postura foi sempre firme em sua posição. Nunca se entregou e tão pouco olhou para trás fraquejando, pelo contrário sempre seguiu em frente. Foi exilado por sua feroz oposição a regime do Shah em 1964 para a Turquia. Depois se dirigiu ao Iraque aonde se instalou na cidade de Najaf por dezesseis anos, prosseguindo com sua vida religiosa e de luta.
Tinha contato com pessoas, estudantes, sábios e grandes líderes religiosos respeitando todos e reconhecendo cada um por si. Respeitava e mantinha contato até com as pessoas que eram contra as suas ideologias. Este atributo continuou nele até o último minuto de sua vida.

Retornou ao Irã em 1979, foi recebido por milhões de iranianos que o considerava como líder e guia da Revolução vitoriosa Islâmica e lá fundou a República Islâmica. Depois da Revolução, confirmou para o mundo que ele não era apenas o homem da Revolução, mas também o homem do Governo.

Depois da vitória da Revolução Islâmica, o regime de Saddam Hussein impôs uma guerra contra o Irã para que assim pudesse enfraquecer a Revolução. Esta guerra ocorreu através de alianças e colaborações de vários países exploradores. Nesta guerra injusta e imposta, milhares de pessoas foram mortas e centenas de cidades destruídas durante seus oito anos. Os prejuízos do Irã nesta guerra ultrapassaram os bilhões de dólares. Não devemos esquecer que os inimigos da Revolução iniciaram a sua guerra destruidora no Irã logo após a vitória da Revolução e tinha como vítimas membros e líderes da Revolução Islâmica além dos órgãos públicos do Governo Islâmico. Isso tudo possuía a finalidade de criar problemas e enfraquecer a Revolução Islâmica do Irã. Este movimento foi planejado pelo serviço secreto mundial, com a colaboração dos sionistas e dos E.U.A., mas com a ajuda de Deus, o Irã superou estas dores e etapas com muita força saindo vitorioso de todas estas guerras apoiando apenas em Deus e em si mesma.

Sempre acompanhava as notícias do mundo e os acontecimentos que atingiam oprimidos e injustiçados. Assim sabia dos planos dos opressores e dominadores do mundo. Recordava muito a Deus, lia muito, orava sempre, era temente a Deus, era um homem espiritual, sábio, político, líder religioso, humilde, delicado com os oprimidos e os pobres, forte e combatente contra os opressores e dominadores do mundo. Amava as crianças, brincava com elas e as divertia. Gostava de colocar os jovens presentes em todos os lugares, por serem os frutos e o futuro da revolução Islâmica.

Possuía atributos poucas vezes reunidos em uma única personalidade. Este grande líder possuía tamanha influência e admiração de seu povo que todo o Irã estava disposto a dar a sua vida por ele. Não aceitou residir em uma casa além da casa mais humilde e mais simples do Irã, esta que foi construída ao lado da Husseiniah de Jamaran, o local onde o Imam (K.S.) tinha seus encontros e fazia seus discursos.

Não devemos esquecer da participação fundamental do Imam Khomeini (K.S.) na fundação da resistência Islâmica do Líbano. Ele sempre o apoiou e os considerava como sua esperança. Dava forças e esperanças para lutar a fim de conquistar a vitória para libertar seus territórios ocupados e no dia 25 de maio de 2000, data em que surgiu o mais belo fruto desta resistência patriótica, uniu e apontou a arma perante o ocupador exército israelense. Este grandioso dia passou a se chamar “Dia da resistência e da libertação” e é festejado todos os anos.

O movimento civilizado do Imam Khomeini (K.S.) foi apoiado pelos povos do mundo todo e, hora após hora e minuto por minuto, todos os líderes livres acompanhavam a evolução desta nova revolução. Os povos do mundo o amaram por ser um movimento cheio de mensagens e de caráter libertário no séc. XX contra a ditadura, o domínio e a pobreza. O Imam Khomeini (K.S.) dava direito às pessoas de reproduzirem suas opiniões, mesmo em coisas que possuía certeza, ele não queria impor nada às pessoas. Por isso a primeira coisa que o Imam (K.S.) fez foi estabelecer um Estado Islâmico que buscaria sua legitimidade a partir do povo e por meio da eleição e do apoio, pois era do conhecimento de todos que o Islam era o sistema mais justo para a solução de seus atuais problemas e se existisse conflitos e controvérsias, o motivo não seria o Islam, e sim os muçulmanos.

Durante estes dez anos de liderança da Revolução Islâmica do Irã, o Imam (K.S.) fundou um projeto civilizado e muito bem planejado para a construção de uma nação completa. Uma nação que honra seus princípios, generosa em sua personalidade e grandiosa em seus objetivos. Durante este período o Imam Khomeini (K.S.) fundou muitas organizações dentre elas:

– Sepahe Pasdaraneh Iran, os guardiões da Revolução, exército que protege a Revolução.
– Basij, os voluntários, exército voluntário reservista.
– Boniad Sho-hada, a organização dos mártires, organização que dá atenção para a família dos mártires.
– Boniad Mostaz’afin, a organização dos oprimidos, organização que acaba com as necessidades dos indivíduos e levanta seus níveis em todos os aspetos.
– Vezarateh Jehade Sazandegi, ministério do empenho e da construção, um órgão que desenvolve projetos de reconstrução e avanço do país.

E muitas outras fundações e organizações de cunho social, científica e civilizada.

O mundo, os muçulmanos, os oprimidos e os pobres perderam um grande líder poucas vezes testemunhado pela história. Em 13 de Khordad de 1368 (H.S.) que coincide com 28 de Shawal do ano 1409 Hejríta, o equivalente à 03 de Junho de 1989, milhões disseram “Adeus” com tristeza e muita dor no coração a este grande líder que ficou exposto ao público por três dias. Milhões de pessoas de diferentes classes como: sábios, religiosos, estudantes, trabalhadores, políticos, diplomatas, mulheres, homens, crianças e idosos foram dar seu adeus ao líder. Por luto, todo o Irã se vestiu de preto e todos os olhos estavam cheios de lágrimas por seu falecimento. Isto por ele ser um homem verdadeiro com Deus e com sua causa. Um homem que era digno de seu povo sem hipocrisia alguma devido ao fato de ser verdadeiro com si mesmo. Ele representava uma revolução verdadeira e corajosa na palavra divina. Abalou o sentimento de milhões quando foi preso pelo regime do Shah Mohammad Reza Pahlevi, resultando numa manifestação popular em que todos saíram às ruas clamando a sua libertação dizendo: “A morte ou o Khomeini”. Assim é quando o povo se centraliza ao redor de sua liderança e isso resulta em grandes acontecimentos.
Comandou a Revolução a partir do seu exílio em Najaf, passando por Paris e quando retornou a Teerã. Nunca deixou de liderar o seu povo, sempre estava presente em seu coração e todos estavam presentes no coração de seu grande líder.

Mesmo quando ele estava no hospital, nunca deixou de ter noticias de sua pátria e de seu povo. O Imam Khomeini (K.S.) não deixou de utilizar nenhuma força em prol de Deus, o Único, e este é o atributo mais belo e mais grandioso do Imam Khomeini (K.S.). Foi através deste atributo que ele confirmou e colocou em prática o dito do profeta Mohammad (S.A.A.S.):

“Quem reconstruir entre si e Deus, Deus reconstruirá entre ele e as pessoas”.

Outra revolução se deu em seu velório e sepultamento, pois ele fez com que todos, inclusive inimigos, chorassem por sua morte.

O Imam (K.S.) não possuía preocupação alguma alem de unir as pessoas em um único centro que era o Islam, por isso, podemos dizer que ele deixou uma grande nação, ou seja, o Irã não tem sentido e significado sem o Imam Khomeini (K.S.).

Dizemos que ele faleceu apenas de corpo, mas seu pensamento, metodologia, ideologia e mensagem continuam vivos, por estar presente no coração dos crentes e dos livres, não somente no Irã, mas em todos os continentes, isso foi o que testemunhei em minhas viagens por muito países do mundo.

Foi velado e enterrado no cemitério de Beheshteh Zahra, em Teerã, em um mausoléu aberto a visita dos milhões de fiéis que vieram do mundo. Atualmente há um templo e uma grande Mesquita que é visitada por milhões de fiéis, seguidores e devotos do mundo todo. Seu túmulo se transformou em um dos maiores símbolos da Revolução. Todos os dias a sua Mesquita fica repleta por milhares de pessoas dentre as quais estão presentes oradores e devotos, leitores do Alcorão e das Súplicas entre outros. Assim a vida nos ensina:

“Quem estiver com Deus, Deus ligará o coração da pessoas nele”.

Os líderes e os povos do mundo acompanharam as notícias do movimento Khomeinita antes e depois da revolução e uma grande tristeza tomou os vossos corações após o falecimento do Imam (K.S.).

Foram realizados cerimoniais e orações em nome deste grande líder que comandou a Revolução Islâmica no mundo, sua morte chocou a todos e até hoje, todos os anos, é relembrada a data de seu falecimento por seus fiéis e seguidores não somente no Irã mas em cada lugar em que seus trabalhos e esforços foram reconhecidos.

O Imam Khomeini (K.S.) nos deixou quatro preciosos legados:

1. A nação tem que estar unida em todas as suas raças, porque a força de uma nação está em sua união.
2. A Revolução que resultou na vitória da justiça sobre a injustiça e a liberdade sobre a opressão.
3. Um Governo que deve representar a Revolução e seus objetivos
4. Uma ideologia, fruto de uma Revolução que caminhou em direção a um governo que interage com os princípios Islâmicos. Princípios estes derivados do Islam puro e original, o Islam do profeta Mohammad (S.A.A.S.) e a metodologia de seus purificados Ahlul Bait (A.S.).

Pedimos a Deus que o deixe no mais altíssimo grau e que o envie junto aos profetas, benfeitores e purificados Imames (A.S.) companheiros verdadeiros. Que Deus nos ajude em conhecê-lo mais profundamente e que aprendamos com ele como um homem pode criar a história de uma nação sem ser excluído da vida.

Que a paz esteja com ele quando nasceu, quando nos deixou e quando renascerá. Louvado seja Deus, o Senhor do universo e que a paz e a benção de Deus esteja com o profeta Mohammad (S.A.A.S.), seus purificados Ahlul Bait (A.S.) e com seus bons companheiros.

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