A ciência convoca para a fé

“De pronto lhes mostraremos os Nossos sinais em todas as regiões (da terra), assim como em suas próprias pessoas, até que lhes seja esclarecido que ele (o Alcorão) é a verdade.” (41:53)

Louvado seja Deus, Senhor do Universo, e que a paz e a graça estejam com o Profeta Mohammad, o melhor dos mensageiros, com seus Familiares Purificados e Companheiros Sinceros. Deus o enviou com a orientação e a legislação evidente, a legislação perfeita que foi edificada sobre a verdade, a veracidade, o conhecimento e a realidade. Por isso, constitui uma legislação à qual o tempo e o conhecimento acrescentam solidez e clareza. Apesar de ser o único tratamento para todos os problemas da humanidade, indivíduos e comunidades, foi concedida para incentivar as pessoas na busca do conhecimento, mostrando-lhes o caminho para a ascensão e o saber, fornecendo-lhes exemplos científicos, tornando o nível dos sábios o mais alto.

Deus, exaltado seja, diz: “Allah dignificará os crentes, dentre vós, assim como os sábios” (58:11). Hoje, quando temos uma época repleta de opostos, vivemos uma realidade complexa, onde coexistem a crença e o ateísmo, o bem e o mal, a felicidade e a infelicidade. A humanidade está afundada num excesso de matéria e desejos, usando o conhecimento como meio para obter os lucros e benefícios pessoais, ingressando numa fase de ignorância que rivaliza com a época da ignorância dos tempos primevos . A corrupção, a injustiça e a imoralidade se espalharam. Os corações das pessoas se esvaziaram da fé, que é a base da justiça, da misericórdia, da fraternidade e da felicidade. Isso, apesar de a ciência moderna ter atingido uma etapa que não deixou para o ser humano uma escapatória a não ser crer no monoteísmo. Uma crença consciente, baseada na realidade, vai mostrar ao homem que cada ramo da ciência, e cada nova descoberta, se for investigada minuciosamente pela mente sã, indicará o poder enorme, a organização precisa, a criação admirável do universo, que não poderia ser obra de qualquer criatura, por mais poder que tenha, ou do acaso. A maravilha do universo mantém o homem, muitas vezes, estático, incapaz até de entendê-la, mesmo que tenha acreditado, no passado, de forma hipócrita ou tradicional, no que seus pais disseram, em milagres ou fenômenos perceptíveis.

Hoje, vivemos numa época em que encontramos em cada átomo evidências suficientes e provas incontestáveis para que o ser racional tenha uma crença inabalável no Onipotente. A ciência utilizada hoje em dia, em todos os lugares, constitui um belo meio para se conhecer Deus e reafirmar a crença n’Ele. Se o indivíduo O conhecer, irá amá-Lo, se O amar, irá obedecê-Lo e seguir as suas determinações. A legislação divina orienta para todo o bem e abrange toda boa conduta, felicidade e fraternidade. Se as pessoas seguissem esse caminho, a face do mundo se transformaria de sóbria para sorridente e feliz, dissipar-se-ia a preocupação e a infelicidade, fazendo prevalecer a felicidade e o bem estar.

Nas pesquisas dos cientistas, contudo, resta sempre uma janela do conhecimento que dá para o que Deus, glorificado seja, depositou em algumas de Suas criaturas em termos de criatividade, sabedoria e poder. Isso, muitas vezes, é suficiente para convencer qualquer ser humano, que possui algo de razão e visão, que Deus é o Criador de tudo, organizador de todas as questões. Em Suas Mãos está o destino de tudo, pois Ele é, glorificado seja, Maior e mais Glorioso do que qualquer ente do universo.

Os ministérios do corpo

Podemos comparar o corpo, até certa forma, com uma comunidade ou país. As células constituem os trabalhadores; o agrupamento das células numa só função parece-se com os departamentos e as instituições; as especialidades do corpo são comparadas aos ministérios, até certo ponto; o sistema nervoso central tem o papel da autoridade governamental – sincera, racional, sábia; todo o corpo representa o povo, envolvido em obediência e lealdade; quanto ao sistema circulatório, ele tem a função de transportar os alimentos e o oxigênio para os tecidos sedentos e famintos, retirando deles os resíduos gerados pelo metabolismo e os restos de alimentos. Esse sistema aplaina os caminhos, abre as ruas e melhora os transportes. Por isso, é parecido com o Ministério dos Transportes; quanto ao sistema digestivo, transporta para os intestinos os açúcares, as proteínas, as gorduras, a água, os sais minerais e as vitaminas, dispensando os resíduos desnecessários para o corpo. Por isso, se parece com o Ministério de Abastecimento do corpo; quanto às glândulas sudoríparas, assemelham-se ao Ministério do Turismo, resfriando o corpo e diminuindo a sua temperatura; quanto à pele, aos tecidos externos, às unhas e os pelos, representam a parte externa do ser humano e parecem-se com o Ministério do Exterior; no que diz respeito ao sistema respiratório, ele fornece os gazes necessário para o corpo, como o oxigênio, dispensando o gás carbono, filtrando o sangue das impurezas. Por isso, assemelha-se ao Ministério da Economia, porque importa e exporta; quanto aos músculos, às articulações e aos ossos, parecem-se com o Ministério de Defesa, porque agem na defesa do ser humano, atacando os elementos adversos, quando necessário. O fígado é o centro alfandegário, porque tudo que entra no corpo através do sistema digestivo passa por ele, afastando o que é suspeito, deixando ingressar o desejado. Ele também modifica o que é suspeito, enviando um observador para expulsá-lo para fora dos limites corporais, por intermédio dos rins. É o ácido sulfúrico. ; quanto ao baço, constitui-se no cemitério dos glóbulos vermelhos, porque os glóbulos não vivem mais do que dois meses, aproximadamente. O sistema de enterro no baço é curioso. Parece com o sistema de enterro islâmico: sepulta-se o corpo e se devolve o caixão, diferente do método em outras religiões, que enterram corpo e caixão juntos. Assim, os átomos de ferro retornam, para que o corpo se beneficie dele na constituição de novos glóbulos vermelhos.

Quanto ao tutano existente no meio dos ossos e em outras partes do corpo, parece com o Ministério da Indústria, porque forma os glóbulos vermelhos e brancos e as placas, além de outros elementos; o sistema urinário assemelha-se ao Ministério do Interior, porque joga os elementos suspeitos para fora dos limites corporais, conservando o sistema interno do corpo para sua harmonia. Também regula os líquidos que entram e saem das células. Portanto, é o grande filtro do corpo, que conserva sua harmonia interna.

Quanto aos sentidos, são extensões do Ministério do Exterior, ou seja, a pele. A língua e os órgãos do sistema vocal, por sua vez, são como o Ministério de Informações, que divulga os conhecimentos, fatos, pensamentos e entendimentos. A emissora é o centro do som, reunindo as cordas vocais, a garganta e suas cartilagens, a língua e seus músculos, o crânio, os lábios e a parte da frente da boca.

Fica a pergunta: Onde se situa o Ministério dos Bens Religiosos? A resposta: Não há necessidade de um local específico, porque todo o corpo, com suas glândulas, sangue, veias, músculos, cabelos, pele, ossos e tudo o mais segue o método e plano desenhados pelo Criador. Todas as células, tecidos, membros e sistemas estão em situação de adoração, submissão e crença em Deus, o Senhor do Universo. “Ó meus companheiros de prisão, que é preferível: deidades discrepantes ou o Deus Único, o Irresistível?” (12:39). Todos os elementos do corpo adoram e glorificam a Deus. Todos oram para Ele de acordo com suas funções: O sangue ora com seu fluxo, os pulmões oram com sua respiração, o coração ora com suas pulsações, os nervos oram com suas descargas elétricas: “Cada um está ciente do seu (modo de) orar e louvar. E Deus é Sabedor de tudo quanto faz (cada um).” (24:41).

 

 

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