Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.) ibn Abdel Mutaleb ibn Hashem – o primeiro Imam dos Ahlul Bait (A.S.)

Nascimento: Meca – 13 de Rajab do ano 23 antes da Hejira (equivalente a 13 de setembro de 601 d.C.)

Martírio: Al-Kufa – 21 de Ramadan do ano 40 Hejerita (equivalente a 30 de janeiro de 661 d.C.)

Tempo de Imamato: 30 anos / Sua abençoada idade: 63 anos

Seu martírio: atacado pela espada do assassino Abdel Rahman ibn Muljam Al-Khareji durante sua oração

Seu abençoado sepultamento: Najaf Al-Ashraf

Ele é o príncipe dos fiéis (A.S.), o primeiro dos doze Imames dos Ahlul Bait (A.S.), o senhor dos sucessores e o pai dos purificados Imames, os quais Deus e o seu Mensageiro (S.A.A.S.) ordenaram a segui-los e obedecê-los.

Seu nascimento foi no dia 13 de Rajab do ano 23 antes da Hejira (equivalente a 13 de setembro de 601 d.C.) dentro da Caaba, e isso foi um grande privilégio que Deus o Altíssimo lhe concedeu devido sua grandiosidade e sua posição de elevado caráter.

Em verdade ele é o Príncipe dos Fiéis e o Senhor dos Sucessores, e foi preparado pelo Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) em pessoa, um preparo divino e especial que ocorreu desde o início da divulgação islâmica, concedendo-lhe responsabilidades religiosas e políticas, além da liderança da nação. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) ordenou os muçulmanos a segui-lo e a obedecê-lo, sendo que ele uniu em si mesmo uma grande gama de virtudes, as quais são tão grandiosas que todos tem deficiência em descrevê-las apropriadamente. Suas virtudes não tem limites, sendo que centenas delas foram citadas nos versículos do Alcorão Sagrado e nas tradições do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), e por isso que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) ordenou os muçulmanos a segui-lo e obedecê-lo, caminhando pelo seu método.

Cresceu sob cuidados de seus dignos pais, Abd Munaf (Abu Taleb) e Fátima bent Açad, sendo que o próprio Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) assumiu sua instrução desde criança, e o Ali (A.S.) acompanhava sempre, pois o Profeta (S.A.A.S.) era o seu exemplo e guia, e com ele Ali (A.S.) aprendeu e se educou. Sobre isso ele (A.S.) disse: “Me colocava em seu colo e me abraçava contra seu peito, pois era carinhoso comigo e sempre me alimentava”. E disse também: “Eu o seguia como um bezerro seguia a sua mãe, me ensinava todo dia algum conhecimento novo oriundo de sua conduta, e me ordenava a segui-lo como exemplo. Todo ano ele passava uma época na gruta de Hirá e ninguém o via exceto eu. Nenhuma casa conseguiu unir o Islam em suas paredes como a casa do Mensageiro de Deus e Khadijah, e eu era a terceira pessoa. Eu via a luz da revelação e da mensagem e sentia o cheiro da profecia. E então, eu dizia: ó Deus nosso eu fui o primeiro em retornar para Ti, em atender a Ti e escutar a Ti, fui precedido apenas pelo Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) nas orações, pois foi o primeiro entre os fiéis…” E além disso, o Imam Ali (A.S.) disse: “O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) me ensinou o caminho de mil portais de conhecimento, dos quais se abrem mil portais de cada um. Isso leva a mil portas de mil portas até eu conhecer tudo que houve e o que haverá, até o dia do juízo final. Eu aprendi sobre os mistérios da vida, as tragédias e a palavra final (a verdade)”. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) falou sobre a elevada posição e a proximidade de Ali com a verdade: “Ali está com a verdade e a verdade está com ele. Ela (A verdade) o acompanha onde ele for”.

O Imam Ali (A.S.) teve a honra de ser o genro do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) casando-se com sua única filha Fátima Azzahra (A.S.), a senhora de todas as mulheres do universo, desde o começo até o fim, pois ninguém estaria a altura dela exceto Ali ibn abi Taleb (A.S.). E ele foi agraciado com dois grandiosos Imames, Hassan e Hussein (A.S.), os senhores dos jovens do parais, como também teve duas filhas grandiosas, Zainab Al-Kubra e Om Kolthum (A.S.).

No décimo ano após a Hejira o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) realizou a peregrinação à casa sagrada de Deus, e naquele ano, no dia 18 de Zul Hijah, quando estava no caminho de volta para Medina, parou numa região chamada Ghadir Khom, e com a ordem de Deus nomeou Ali (A.S.) como o seu sucessor e governante dos muçulmano após ele. Este evento, mais conhecido como Bai´at Al-Ghadir (O voto de fidelidade de Ghadir) foi testemunhado e presenciado por milhares de muçulmanos, que estavam ali na companhia do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), e então, eles apresentaram seus votos de fidelidades ao Imam Ali (A.S.) e lhe disseram: “Felicitações e parabéns ó Ali, tu agora és nosso senhor e o senhor de todo fiel”. Esta foi o maior e mais importante voto de fidelidade no Islam, pois foi ordenada por Deus e anunciado pelo Seu Mensageiro, e os votos foram dados na presença do próprio Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Todos os companheiros do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e as esposas do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) estavam presentes e prestaram seus votos, e isso foi o ornamento do ato do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) estabelecer a tutela de Ali, após diversos episódios onde já tinha recomendado a tutela de Ali e a que os muçulmanos seguissem seu caminho e método, se distanciando dos demais caminhos.

Com o falecimento do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e o início do velório, os ritos fúnebres foram todos realizados pelo Imam Ali (A.S.) e os Ahlul Bait (A.S.), os Bani Hashem estavam consternados por esta tragédia que recaiu sobre a nação islâmica, mas um grupo de companheiros aproveitou da situação para se reunir e nomear alguém entre eles como o governante dos muçulmanos, e com isso causaram uma grande intriga dentro da nação, que poderia devastar o Islam se não fosse a sabedoria e a paciência do Imam Ali (A.S.). Então, ele (A.S.) foi afastado da governo e teve seu poder usurpado, e assim todos abandonaram o conselho do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) como se ele nem tivesse nomeado e ordenado a sucessão através do Imam Ali (A.S.) no Dia de Al-Ghadir, e como se eles não tivessem prestado seus votos de fidelidade a ele e lhe prometido lealdade e obediência. Eles invadiram a casa do Imam (A.S.) exigindo o voto de fidelidade dele ao novo Califa, e tiraram o direito de Fátima Azzahra (A.S.) da herança do seu pai (Fadak). Tomaram o direito do Imam Ali (A.S.) no governo por 25 anos, mas ele permaneceu paciente para preservar a essência do Islam e a união entre os muçulmanos. Ele (A.S.) cumpriu sua missão compilando o Alcorão Sagrado e teve o papel principal no ensinamento e na orientação, recomendando o bem e coibindo o mal, sendo assim um guardião verdadeiro da identidade islâmica. Ele salvou os califas da época em diversas situações críticas e crises que eles e seus governos enfrentaram, apresentando soluções e respondendo perguntas difíceis sobre as jurisprudências islâmicas que eles sequer sabiam as respostas. Em verdade, o Imam Ali (A.S.) foi um verdadeiro comandante desta grande embarcação em mar cheio revolto pelas ondas da intriga, funcionando como um guia para obterem segurança e paz, e salvando todos do risco da destruição e dos desvios, protegendo o Islam da extinção.
No ano 35 Hejerita a nação foi em direção ao Imam como um mar, realizando passeatas e manifestações e pedindo a ele (A.S.) que assumisse o governo após ter vivenciado o estado de injustiça, transgressão, corrupção e humilhação dos governos passados. O Imam Ali (A.S.) assumiu o governo do ano 35 ao ano 40 Hejerita, e estabeleceu durante este período um estado justo e verdadeiro, devolveu todos os direitos das pessoas, que foram tomados pelos governos passados, e igualou a distribuição de dádivas entre as pessoas, certamente aquele foi um governo exemplar. Então, os prejudicados pelo novo sistema justo do governo do Imam Ali (A.S.) começaram a se agrupar e se movimentar, impondo-lhe três guerras, Seffin, Jamal, Nahrawam, e nestas três batalhas foram feitas milhares de vítimas que perderam a vida por causa de opressores e injustos que se negaram a prestar voto de lealdade ao Imam Ali (A.S.) e o desobedeceram.

A vida do Imam Ali (A.S.) foi tragicamente interrompida por um plano dos desertores Khawarej, que enviaram um mercenário chamado Abdel Rahman ibn Muljam para assassinar o Imam Ali (A.S.) durante a oração da manhã, na Mesquita de Kufa, no dia 19 de Ramadan do ano 40 Hejerita (equivalente a 28 de janeiro de 661 d.C.) com uma espada envenenada. O Imam Ali (A.S.) ficou gravemente ferido no ataque e alcançou o martírio em 21 de Ramadan do ano 40 hejerita (30 de janeiro de 661 d.C.), sendo sepultado na cidade de Najaf Al-Ashraf. Seu túmulo ficou desconhecido por mais de cem anos para defendê-lo dos planos malignos e desumanos de seus inimigos. Mas hoje, o seu santuário é o destino de milhões de fiéis amantes da justiça e da verdade que o Imam (A.S.) representa.

A herança do Imam Ali, o Príncipe dos Fiéis (A.S.)

A compilação do Alcorão Sagrado com base na ordem de sua revelação, contendo também a ocasião na qual aquele versículo foi revelado e sua interpretação. Sendo que esta versão do Alcorão Sagrado é única e é herdada de Imam à Imam.

Assahifa (Os salmos) que contém as jurisprudências das Diyah (compensação por matar alguém).

Nahjul Balaghah contém suas cartas, ditos, sermões e demais ciências, um livro coletado e compilado pelo sábio Sharif Al-Radhi.

Al-Jami´ah contém tudo que as pessoas precisam saber a respeito do que é lícito e ilícito no Islam.

Kitab Al-Jafr contém profecias sobre acontecimentos futuros, mensagens dos profetas, ditos, passagens e demais ciências. Entre outras obras compiladas por Al-Nisa´i, Al-Amadi, Abu Ishaq, Al-Jahez e Al-Tabrasi.

Assahifa Al-Alawiyah (Os Salmos Alawitas) compilados por Ibn Muzahem.

Entre outros milhares de ditos, tradições, sabedorias e mensagens que o Imam Ali (A.S.) nos deixou de herança para servir de bagagem para toda a humanidade em sua jornada de vida e como método e sistema de trabalho para alcançar a felicidade nesta e na outra vida.

 

 

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