Imam Ali ibn Al-Hussein ibn Ali ibn abi Taleb, Zeinol Abedin (A.S.) O quarto Imam dos Ahlul Bait (A.S.)

Nascimento: Medina, 5 de Sha ́ban do ano 38 Hejrita (equivalente a 5 de janeiro de 659 d.C.)

Martírio: Medina, 25 de Moharram do ano 95 Hejrita (equivalente a 25 de outubro de 713 d.C.)

Tempo de Imamato: 34 anos / Sua idade abençoada: 57 anos

Seu assassino: Hisham ibn Abdel Malek (por envenenamento)

Seu abençoado sepultamento: Medina (Cemitério de Al-Baqui)

Seu pai é o Imam Hussein ibn Ali (A.S.), o senhor dos jovens do paraíso. Seu avô o Príncipe dos Fiéis, Ali ibn abi Taleb (A.S.), e sua mãe Shah Zanan bent Yazdejerd, da Pérsia. O nome dela foi trocado pelo Príncipe dos Fiéis (A.S.) para Shar Banu (ou seja, a senhora da cidade) e dizem que também a chamou de Mariam e Fátima. Ela foi trazida como prisioneira de guerra após a conquista da Pérsia, e então o Imam Hussein (A.S.) casou com ela e ela deu a luz à mais devota das criaturas, o Imam Zeinol Abedin (A.S.).

Seu nascimento foi em Medina no dia 5 de Sha ́ban do ano 38 Hejrita (equivalente a 5 de janeiro de 659 d.C.). Seu pai o chamava de filho dos nobres, pois do lado árabe era o filho de Quraish e Bani Hashem, e do lado materno era filho da realeza persa. Seus irmãos são Ali Al-Akbar e Abdullah o recém-nascido, e ambos foram martirizados em Karbala. Também tinha um outro irmão chamado Jafar, que faleceu jovem. Suas irmãs são Sukaina, Fátima e Rukaia, a qual perdeu sua vida enquanto estava aprisionada em Sham (Damasco) e foi enterrada lá mesmo. Hoje ela possui um grande santuário no local, que é visitado por milhões de amantes e seguidores dos Ahlul Bait (A.S.).

Seus apelidos eram Zeinol Abedin (o melhor dos devotos), Zeinol Sajedin (o melhor dos prostradores), Al-Zaki (o puri cado), Al-Amin (o confiante) e Zul Thafanat (o marcado), sendo que cada um de seus apelidos representava alguma característica pessoal sua. O Imam (A.S.) dava muita caridade aos pobres, recordava constantemente de Deus, orava bastante e chorava muito perante a Deus. Ele se empenhava para realizar os pedidos e necessidades das pessoas e dos fiéis, e levava alegria aos seus corações. Aconselhava muito a que se estreitasse os laços com os familiares, ajudasse aos pobres e aos necessitados e retribuísse a confiança depositada. Ele orava muito, jejuava e amava a peregrinação e a visita à casa de Deus, e peregrinou mais de vinte vezes a pé. Costumava comprar escravos, alimentá-los, vesti-los, educa-los e por fim libertava-os. Ele libertou tantos escravos que foi conhecido como o “Libertados de Escravos”.

Continuou a caminhada do seu pai Imam Hussein (A.S.) desde quando partiu de Medina até Meca e em seguida à Karbala. O Imam Zeinol Abedin (A.S.) tinha 23 anos quando testemunhou os acontecimentos de Karbala em seus mínimos detalhes e vivenciou aquele trágico acontecimento que atingiu os Ahlul Bait (A.S.). Ele viveu e carregou aquelas barbaridades e tristes fatos em suas costas desde jovem, coisas que nem as montanhas suportavam. Ele testemunhou o assassinato cruel de seu pai, de seu tio, dos seus irmãos e dos companheiros de todos eles. Viu com seus próprios olhos como os inimigos atacaram e incendiaram as tendas e insultaram e ofenderam a família do grandioso Profeta Mohammad (S.A.A.S.), que foi levada como prisioneira de Karbala para Kufa, e em seguida de Kufa para Sham, de uma forma humilhante e traumática, sendo exposta como um troféu para todas as pessoas. Em Kufa ele discursou condenando os seus habitantes por ter traído seu pai, o Imam Al-Hussein (A.S.). Ele enfrentou corajosamente o tirano governante de Kufa, Ubaidillah ibn Ziyad, enquanto estava acorrentado sob pressão. Mesmo assim ele enfrentou a tirania da realeza daquela época. O mesmo fez a sua tia Zainab (A.S.), que com grande coragem e força e ficou perante o tirano de sua época e o desafiou com seu brilhante discurso.

O Imam Zeinol Abedin (A.S.) continuou a sua jornada dolorosa e cansativa saindo de Kufa rumo à Sham, passando por diversos vilarejos e cidades, em alguns recebia apoio e em outros encontrava pessoas agressivas que repreendiam os Ahlul Bait (A.S) e louvavam os Bani Umaiah por ter humilhado a nobre família do profeta. O doloroso caminho foi longo e difícil, e depois de dias de uma jornada de viagem a pé ele e sua caravana chegaram em Sham para se encontrar com o tirano da época, o vil Yazid ibn Mu ́awiyah, e então o Imam Zeinol Abedin (A.S.) não temeu aquele tirano e o enfrentou com coragem e com um espirito pouco visto na história da humanidade. Ninguém imaginava que alguém como ele, depois de tudo o que tinha passado, ainda poderia dizer algo com tanta força, convicção, eloquência e efeito. Primeiro ele se apresentou e apresentou a posição dos Ahlul Bait (A.S.), os quais muitos desconheciam na época, e em seguida repudiou e condenou severamente o que o Yazid tinha praticado, pois foi o responsável pelo martírio dos senhores nobres dos Ahlul Bait (A.S.) e seus companheiros.

Em seguida sua tia Zainab (A.S.) assumiu o posto e deu continuidade ao seu discurso, o qual foi um discurso caloroso e revolucionário, jamais feito por uma mulher naquelas condições, perante um tirano louco. Neste discurso ela humilhou e rebaixou tanto o tirano Yazid perante as pessoas que muitos começaram a mudar a opinião. En m, depois de uma breve permanência em Sham eles retornaram para Medina, passando por Karbala para dar um último adeus ao senhor dos mártires, o Imam Al-Hussein (A.S.), e renovar seus votos de lealdade ao caminho da rebelião contra a opressão e a tirania. Eles tinham consigo a cabeça do Imam Hussein (A.S.), a qual tinha sido decapitada e levada junto com o exército de Yazid em toda a jornada, pois estavam levando-a de volta para Karbala, e assim a enterraram com o corpo. E o mesmo ocorreu com todas as demais cabeças dos mártires. Naquele momento foi realizado o primeiro Majlis (encontro de lamentação) diante do martírio do Imam Al-Hussein (A.S.) e seus companheiros. Em seguida eles retornaram para Medina.

O Imam (A.S.) continuou sendo um ativista reformista e muito ativo na sociedade, recomendando o bem e coibindo o mal. Ele realizava os Majlis em nome do seu pai o Senhor dos Mártires (A.S.) para relembrar as pessoas da tragédia de Karbala. Como também ensinava e educava as pessoas por diversos meios, entre os mais destacados os ensinamentos que proporcionava através da súplicas que se transformaram em seu legado.

Assahifa Assajdiyah (Os Salmos Sajjaditas), uma coletânea de súplicas e salmos de elevado nível espiritual.

O tratado dos direitos, que contém cinquenta tipos de direitos que devem ser observados pelo ser humano perante a Deus, perante si mesmos, seus familiares, seus amigos, seus vizinhos e etc…

O Imam (A.S.) deixou um grande número de súplicas e orações, que devem ser lidas continuamente, fora o legado em jurisprudências islâmicas, ensinamentos do Alcorão Sagrado e sabedorias islâmicas.

O Imam Zeinol Abedin (A.S.) viveu por 34 anos após o martírio seu pai, e este foi o tempo do seu Imamato e liderança, que se deu entre os anos 61 e 95 Hejrita. Neste período ele jamais esqueceu por um instante a tragédia e o acontecimento de Karbala e o que tinha ocorrido com o seu pai Hussein (A.S.) e seus apoiadores no dia de Ashura. O Imam Zeinol Abedin dizia: “Cada vez que eu via minhas tias e irmãs lembrava da fuga desesperada delas de uma tenda para outra enquanto os cruéis gritavam: Queimem as casas dos tiranos…!”. No dia 25 de Muharram do ano de 95 Hejrita (equivalente ao 25 de outubro de 713 d.C.), o governante omíada da época, Hisham ibn Abdel Malek, colocou veneno na comida do Imam Zeinol Abedin (A.S.), e com este atentado foi martirizado. Seu filho, o Imam Al-Baqer (A.S.) começou os preparativos do velório e do enterro, e concedeu ao Imam Ali ibnol Hussein (A.S.) um velório grandioso na cidade de Medina, sendo enterrado no Cemitério de Al-Baqui, ao lado do seu tio Imam Al-Hassan Ali ibn abi Taleb (A.S.). Que as saudações estejam com ele no dia do seu nascimento, no dia de sua morte e no dia em que será ressuscitado vivo.

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