Imam Hussein ibn Ali ibn abi Taleb Seyyed Al-Shuhada (A.S.) O senhor dos jovens do paraíso e o terceiro Imam dos Ahlul Bait (A.S.)

Nascimento: Medina, 3 de Sha ́ban do ano 4 Hejerita (equivalente a 10 de outubro de 626 d.C.)

Martírio: Karbala, 10 de Moharram do ano 61 Hejerita (equivalente a 12 de outubro de 680 d.C.)

Tempo de Imamato: 11 anos / Sua idade abençoada: 57 anos

Seu assassino: Shemer ibn Zil Jaushan e o exército de Yazid ibn Mu ́awiyah

Seu abençoado sepultamento: Karbala

Seu pai é o Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.), o qual o Mensageiro de Deus dizia sobre ele: “Ali está com o Alcorão e o Alcorão está com o Ali”. Sua mãe é Fátima Azzahra (A.S.), a filha do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Seu nascimento foi no dia 3 de Sha ́ban do ano 4 Hejrita (equivalente a 10 de outubro de 626 d.C.) na cidade de Medina. O próprio mensageiro de Deus (S.A.A.S.) pegou o Imam Al-Hussein (A.S.) em seu colo quando nasceu e fez o Azan em seu ouvido direito e o Iqama em seu ouvido esquerdo, e o chamou de Hussein, e no sétimo dia após o seu nascimento foi oferecido um banquete em nome da criança, onde foram distribuídos alimentos para os pobres e necessitados, da mesma forma como feito no nascimento do Imam Al-Hassan (A.S.).

O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o recordou em diversas passagens e ditos sagrados e assinalou a grandiosidade de sua elevada posição para todos os muçulmanos. Ele (S.A.A.S.) disse: “Hussein é de mim e eu sou de Hussein. Deus ama aquele que ama Hussein…” e em outro dito mencionou o seguinte: “Aquele que desejar olhar pra o senhor dos jovens dos habitantes do paraíso então que olhe para Hussein ibn Ali”. Diversos versículos e tradições foram revelados em sua virtude e em virtude do seu irmão Imam Al-Hassan (A.S.), sendo que ele é também um membro dos Ahlul Bait (A.S.), os quais Deus mencionou no Versículo da Puri cação dizendo: “…Deus só deseja afastar de vós a abominação, ó Ahlul Bait, bem como puri car-vos integralmente” (C. 33 – V.33). E como ele é um dos membros da casa Deus o Altíssimo nos ordenou a amá-lo e segui-lo no seguinte versículo: “Isto é o que Deus anuncia aos Seus servos fiéis, que praticam o bem. Dize-lhes: Não vos exijo recompensa alguma por isto, senão o amor aos meus parentes (Ahlul Bait)…” (C. 42 – V. 23), e ele também estava entre os familiares do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) no episódio da Mubahala (Duelo) com os cristãos: “Porém, àqueles que discutem contigo a respeito dele, depois de te haver chegado o conhecimento, dize-lhes: Vinde! Convoquemos os nossos filhos e os vossos, e as nossas mulheres e as vossas, e nós mesmos; então, deprecaremos para que a maldição de Deus caia sobre os mentirosos.” (C. 3 – V. 61).

Há dezenas de tradições do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) que citam Hassan e Hussein (A.S.), tal como a seguinte tradição: “Hassan e Hussein são os senhores dos jovens habitantes do paraíso” e também “Hassan e Hussein são Imames em todas as situações” e “Aquele que me amar e amar estes dois (Hassan e Hussein) e o seu pai (Ali) e sua mãe (Fatima), estará comigo em minha posição no dia do Juízo Final”.

O Imam Al-Hussein (A.S.) viveu com seu avô o grandioso Profeta Mohammad (S.A.A.S.) por sete anos, e aprendeu muito de sua tradição, moral e conduta grandiosa. Ele testemunhou o falecimento do seu avô e vivenciou a grande tragédia que recaiu sobre o Islam e os muçulmanos após o seu falecimento, como também viveu a grande crise e a opressão que o seu pai Imam Ali o Príncipe dos Fieis (A.S.) sofreu por trinta anos, quando o afastaram do governo e do poder. Hussein (A.S.) permaneceu ao lado da verdade e não temia nada além de Deus em sua luta contra a opressão.

Durante o governo do seu pai, o Príncipe dos Fiéis (A.S.), ele era um soldado corajoso e valente pela causa da verdade e seus princípios, participando ao lado do Imam Ali (A.S.) em todas as batalhas com bravura e coragem. Ele foi um grande combatente e corajoso guerreiro nas batalhas de Jamal, Se n e Nahrawan, e quando seu pai foi martirizado na Mesquita de Kufa durante a oração declarou seu voto de lealdade ao seu irmão Imam Al-Hassan (A.S.), o qual por direito era o Imam legitimo após o martírio do Imam Ali (A.S.). O Imam Al-Hussein (A.S.) ficou ao lado do seu Imam, o seu líder, e enfrentou o opositor do Imamato, Mu ́awiah ibn abi Su yan, sendo obediente às ordens do seu irmão Imam Al-Hassan ibn Ali (A.S.).

O Imam Al-Hussein (A.S.) assumiu o Imamato logo após o martírio do seu irmão, no ano 50 Hejrita (equivalente a 670 d.C.). A situação geral começou a piorar, e a opressão e a injustiça expandiam dia após dia, inclusive a perseguição aos mais fiéis e seguidores dos Ahlul Bait (A.S.), que crescia através do con sco de bens, aumento de impostos e violência, e pouco a pouco Mu ́awiyah começou a preparar o ambiente para nomear o seu filho Yazid como seu sucessor.

No ano 60 Hejrita (equivalente a 680 d.C.) Mu ́awiyah morreu e nomeou seu filho como o seu sucessor e governante dos muçulmanos, sendo que Yazid era um homem pecador, corrupto, opressor, bêbado e assassino, e foi imposto sobre as pessoas, pois todos deveriam declarar lealdade a este tirano. Então, foi pedido ao Imam Al-Hussein (A.S.) que declarasse sua lealdade a Yazid e ele negou, dizendo: “Somos os Ahlul Bait da profecia, a essência da mensagem e o destino dos anjos. Conosco Deus iniciou (a Mensagem) e a selará. Yazid é um homem pecador, bêbado, assassino de inocentes e corrupto, e alguém como eu jamais declarará lealdade à alguém como ele…”. Então o Imam Al-Hussein (A.S.) migrou de Medina para Meca no final do mês de Rajab do ano 60 Hejrita (equivalente a abril de 680 d.C.), e quando chegou em Meca no início do mês de Sha ́ban permaneceu na cidade por alguns meses e saiu dela no dia 8 de Zul Hijah do ano 60 hejrita (o equivalente a 11 de setembro de 680 d.C.) rumo ao Iraque, atendendo ao pedido de milhares habitantes do Iraque que o convocaram para liderar a revolta contra a opressão e a tirania de Yazid. Cumprindo a sua obrigação, e com base na sua responsabilidade, ele atendeu aos pedidos e se dirigiu à cidade de Kufa anunciando assim sua primeira declaração: “… Não me levantei despreocupadamente nem de forma dissipada, mas sim para aplicar a reforma na nação do meu avô Mohammad (S.A.A.S.), ordenando o bem e coibindo o mal. Quem aceitar isto sem dúvida que Deus é merecedor dele, caso contrário, perseverarei até que Deus julgue a verdade entre eu e o povo, pois Ele é o Melhor dos Juízes…”. O Imam Hussein (A.S.) então se dirigiu junto com sua família e companheiros, chegando na região de Karbala no dia 2 de Muharram do ano 61 Hejrita (equivalente a 4 de outubro de 680 d.C.), e com a ordem de Yazid ibn Mu ́awiyah o governante de Kufa, Ubaidillah ibn Ziyad, preparou um exército de 18 mil soldados para reprimir o Imam Hussein (A.S.), sendo que a ordem era tomar o voto de lealdade dele a força ou providenciar a sua rendição.

O Imam Hussein (A.S.) permaneceu em Karbala juntamente com seus cem companheiros por sete dias, dialogando e negociando com os soldados inimigos, na tentativa de fazer com que eles retomassem a razão e deixassem de combatê-lo, mas isso não deu grandes resultados, pois no décimo dia do mês de Muharram ocorreu a grande tragédia. Os inimigos privaram o Imam Hussein (A.S.), seus familiares e companheiros do acesso à água e comida, e começou a batalha na qual todos os companheiros do Imam Hussein (A.S.) foram martirizados, um a um, juntamente com os Ahlul Bait (A.S.), e em seguida o Imam Hussein (A.S.), neto do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), foi martirizado cruelmente, isso no décimo dia de Muharram do ano 61 Hejrita (equivalente a 12 de Outubro de 680 d.C.). Os inimigos também queimaram as tendas da caravana do Imam (A.S.), prenderam o que restou de sua família, e levaram todos os prisioneiros de Karbala até Kufa, e em seguida de Kufa até Sham, sob condições desumanas, enquanto soldados marchavam com as cabeças do Imam (A.S.) e dos companheiros erguidas na ponta de lanças, para assombro dos prisioneiros e dos habitantes dos locais por onde passavam, com o intuito de colocar medo no coração de todos e afrontar o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e sua família, e para que ninguém ousasse enfrentar a injustiça e a tirania.

O Imam Al-Hussein (A.S.) nos deixou um grande legado moral, educacional, religioso e teológico em todos os sentidos destas palavras, além de uma grande lição em seu eterno levante pela honra, liberdade e dignidade. Esta foi a primeira nota da declaração emitida pelo Imam Al-Hussein (A.S.), que explicava as razões de seu levante conta o governante da época, o tirano Yazid ibn Mu ́awiyah: “Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso. A seguir está o legado de Hussein ibn Ali ibn abi Taleb para seu irmão Mohammad, conhecido como Ibn Al-Hana a. Hussein testemunha que não há divindade além de Deus, o único e sem associados, e que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que veio com a verdade da parte do Verdadeiro. Que o paraíso e o inferno são reais e verdadeiros, e que a hora (morte) chegará, e não há dúvidas quanto a isto. E que Deus ressuscitará aqueles que estão em suas tumbas. Não me levantei despreocupadamente nem de forma dissipada, mas sim para aplicar a reforma e buscar a orientação na nação do meu avô (Profeta Mohammad) e do meu pai Ali ibn abi Taleb (A.S.).

Quem aceitar isto, sem dúvida que será merecidamente admitido por Deus, caso contrário, perseverarei até que Deus julgue a verdade entre eu e o povo, pois Ele é o Melhor dos Juízes e Ele (Deus) é o melhor dos sábios. Este é meu legado ó, meu irmão! Meu êxito só se encontra em Deus, Nele confio e para Ele me volto. A paz esteja contigo e com quem segue a orientação, e não há força nem poder senão em Deus, o Altíssimo, o Grandioso”.

Numa outra passagem o Imam Al-Hussein (A.S.) fala a respeito da posição e da grandiosidade da morte digna: “A morte com dignidade vale mais que uma vida em humilhação…”. Como também disse numa outra ocasião quando foi pressionado para se humilhar e se submeter ao tirano: “Juro por Deus que jamais me entregarei como humilhado e nem fugirei como um escravo…” e disse também: “Em verdade, aquele que se julga como o Príncipe dos Fiéis, me colocou perante duas opções, entre a ameaça e a submissão, e saibam que está longe de nós a humilhação. Deus jamais deseja isso, nem Seu Mensageiro e nem os fiéis. As bondosas, puri cadas e pacientes almas jamais se entregam, nunca desejariam que déssemos preferência a obedecer aos egoístas no lugar de obedecer aos dignos. Em verdade estarei numa jornada com esta família, mesmo com o pouco número de apoiadores e a traição dos amigos”. Ele (S.A.A.S.) disse também: “Como a morte é fácil pela causa da dignidade e o estabelecimento da verdade. A morte para conquistar a dignidade é vida eterna, e a vida com humilhação é uma morte eterna que jamais possui vida…”. Também disse: “Somos de Deus e a Ele retornamos. O Islam estará em total submissão caso a nação seja governada por um governante como Yazid. Eu ouvi o meu avô, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), que disse: “O governo é proibido sobre a família de Abi Su an, portanto, se virem Mu ́awiyah sobre meu púlpito o matem”. Os habitantes de Medina viram Mu ́awiyah sobre o púlpito do Mensageiro de Deus e não o mataram, e por isso que recaiu a grande tragédia do estado e seu governante através do pecador e opressor Yazid”.

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