Olhai o mundo como aqueles que dele se abstêm e dele fogem. Por Deus, ele logo se descartará de seus habitantes e causará o infortúnio à felicidade e à segurança. Aquilo que se vai deste mundo jamais volta e aquilo que está por vir não é sabido ou antecipado. Sua alegria é misturada com tristeza. Nele a firmeza do homem se inclina para a fraqueza e a languidez. A maioria das coisas que vos apraz aqui não devem desviar-vos, porque aquilo que vos ajudaria seria de pouco valor. Que Deus mostre sua misericórdia àquele que pondera e aprende a lição sempre que pode, e quando a aprende, obtém iluminação. O que quer que esteja presente neste mundo brevemente não existirá, ao passo que qualquer coisa que vá existir já está em existência. Todas as coisas contáveis passarão. Toda a antecipação será tida como estando acontecendo e tudo aquilo que virá deverá ser tido como estando perto.

(Do mesmo Sermão)

Estudado é aquele que conhece a sua valia. É bom que um homem permaneça ignorante se não conhece o seu valor. Em verdade, o mais odioso diante de Deus é aquele a quem Ele deixou entregue ao seu próprio ego. Este se extravia do caminho certo e se movimenta sem um guia. Se for chamado à ação neste mundo, fica ativo, mas se é chamado à realização do outro mundo, torna-se lerdo. É como se aquilo para o que ele é ativo lhe fosse obrigatório, enquanto aquilo para o que é lerdo não fosse dele requerido.

(Do mesmo Sermão)

Haverá um tempo em que somente um crente inativo estará a salvo, de modo que se estiver presente não será descoberto, mas se estiver ausente, será procurado. Estes são os fachos da diretriz e os estandartes das viagens noturnas. Eles não espalham calúnias, não revelam os segredos, não difamam. São aqueles a quem Deus abre as portas da sua misericórdia e mantém afastadas deles as agruras do seu castigo. Ó povo, vereis um tempo em que o Islam estará embarcado como um barco é, com todo seu conteúdo. Ó povo, Deus tem vos protegido do fato de que Ele fosse duro convosco, mas não vos poupará de serdes postos a prova. Deus, o mais sublime de todos os oradores, disse: “Em verdade nisto há sinais, conquanto já os tenhamos provado.” (Alcorão C.23 – V.30)

Nota: Sayyed Al-Radi diz que com respeito às palavras de Amirul Muminin “kullu muminin nawnmatin”, está implícito aquele do qual pouco se fala e que não faz mal algum. A palavra “masáih” é plural da palavra “misiah”. Trata-se daquele que causa problemas entre as pessoas por meio de malefícios e calúnias. E a palavra “Mazáii” é plural de “Miziah”. É aquele que ao ouvir uma coisa má sobre alguém espalha-a e vocifera sobre isso. E ainda, “bazuru” é o plural de “bazur”, ou seja, aquele que excede em tolices, e tem a língua ferina.

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