A Mensagem do Líder Ayatullah Assayed Al-Khamanei aos Jovens

Tradução de Ismail Ahmed Barbosa Júnior.

A Visita do Líder da Revolução a um Grupo de Jovens na ocasião do Dia da Juventude.

Como o Sr. se sente ao se encontrar com os jovens? E qual é a primeira coisa que o Sr. tem a dizer a eles?

Quando estou na companhia dos jovens e quando estou exposto ao ambiente da juventude, sinto-me como aquele que aspira o ar fresco da manhã. Sinto uma vitalidade e um frescor. A primeira coisa que normalmente vem a minha mente várias vezes é que eu sei que eles possuem uma estrela brilhando em suas frontes. Eu vejo esta estrela, mas eles também a vêem? A estrela da juventude é muito brilhante e repleta de boa sorte. Eu penso que se os jovens descobrirem esta valiosa e exclusiva vantagem em suas vidas, farão uso dela da melhor maneira, Se Deus Quiser.

Como o Sr. viveu o período de sua juventude?

De fato, a situação naquele tempo era muito diferente da dos dias atuais, era muito ruim. O ambiente dos jovens não era desejável, não apenas para mim como um estudante de teologia, mas como para todos os jovens (Eu gostaria de observar que eu estudei teologia simultaneamente com o período primário escolar). Nenhuma atenção era dada a eles. Uma grande quantidade de potencial foi destruído e testemunhamos este fenômeno com nossos próprios olhos. Eu vi isso tanto na escola de teologia como nas universidades, porque eu tive contato com estudantes universitários e estive muito próximo a eles por muitos anos).

Havia grande quantia de potencial, e havia também muitas pessoas que provavelmente não possuíam capacidade suficiente para os cursos em que estavam estudando, mas é possível que seriam mestres em outros campos, mas ninguém prestava atenção a eles e ninguém os compreendia. Como “Sr. Mir Baqheri” ressaltou, expressando corretamente, que antes da revolução eu dispendi o tempo integral de minha juventude com eles. Quando a revolução conquistou a vitória eu tinha 39 anos de idade, com isso, eu tinha gasto a maior parte da minha vida dos 17 ou 18 anos aos 39 com os jovens, quer seja com os estudantes de teologia ou com os de campos alheios a teologia. Eu percebi que o Regime de Muhammad Ridha Pahlavi tinha feito algo para que os jovens se desviassem para a decadência moral assim como também a decadência em sua identidade e mesmo em sua personalidade. Naturalmente eu não podia afirmar que aquele regime tinha deliberadamente planejado encorajar os jovens de nosso país para a uma vida de decadência, pode ou não pode ser desse modo, mas o que eu posso dizer com certeza é que eles tinham planejado e estavam dirigindo o país de tal maneira que necessitava que os jovens estivessem completamente distanciados dos assuntos da política e da vida.

Vocês acreditariam em mim se eu dissesse que as pessoas como eu, com seus vinte anos, não tinham ciência de quem eram as pessoas que governavam? E hoje, vocês conhecem alguém que não saiba quem é o ministro da educação? Ou quem é o ministro da economia, ou das finanças? Ou há alguém que não conheça quem é o presidente? Mesmo as pessoas nos recantos mais afastados do país estão cientes. Naquela época todas as camadas da sociedade, especialmente os jovens, estavam inconscientes das questões políticas. Os jovens estavam principalmente ocupados com os assuntos diários, e alguns deles tinham que trabalhar muito duro para conseguir um pedaço de pão para comer, naturalmente um parte do seu ganho não era apenas para gastar no que comer, era gasto em outras coisas também. Se vocês lerem os livros daquele período sobre a América Latina e a África (Franz Fanon e outros que estavam escrevendo livros naquela época que permaneceram em voga até os dias atuais em virtude de sua validade) descobrirão que a nossa situação era exatamente a mesma. Ninguém se aventurava a escrever sobre o Irã, mas se podia escrever facilmente, por exemplo sobre a África, ou o México ou o Chile. Lendo estes livros eu descobri que nossa situação era realmente a mesma daqueles países.

Eu quero dizer que os trabalhadores jovens que depois de trabalharem duro para ganhar apenas alguns centavos, gastavam metade de seu pagamento em sensualidade, busca de prazer e coisas desse tipo. Essas eram as mesmas coisas sobre as quais lemos naqueles livros e vimos que na realidade as mesmas condições prevaleciam em nossa sociedade. Era realmente muito ruim. O ambiente da juventude não era um bom ambiente. É evidente que, dentro de seus corações era diferente, porque o jovem é fundamentalmente cheio de alegria, de esperança e de entusiasmo. Eu mesmo, pessoalmente tive uma juventude muito excitante, antes do surgimento da revolução minhas atividades literárias e artísticas trouxeram algum entusiasmo em minha vida. E depois do início da Luta em 1341(ano Hijirita equivalente a 1962 DC), naquele tempo eu tinha 23 anos, naturalmente nós nos encontrávamos no coração da agitação do país, eu fui preso duas vezes em 1342, detenção e investigação, vocês sabem como tudo isso pode entusiasmar uma pessoa. Logo em seguida, sendo libertada, uma pessoa sente-se ainda mais entusiasmada ao ver as imensas massas do povo interessadas em tais coisas, e sendo uma testemunha de um Líder como o Imam Khomeini (K.S.), guiando-as e corrigindo suas ações e idéias, o entusiasmo cresceu ainda mais. Eis como a vida foi para pessoas como eu que estavam vivendo e pensando desta maneira, foi extremamente excitante, mas não foi assim para todos.

É evidente que os jovens se reúnem porque isso alegra seus corações. Eu quero dizer que há um tipo de felicidade em sua natureza. Eles gostam de comer e conversar, olhar-se no espelho, e aproveitar os feriados. Vocês jovens não acreditem que, quando uma pessoa tenha deixado de ser jovem não gostará, por exemplo, de uma boa comida tanto quanto vocês. Naquela época, algumas vezes nossos anciões, que tinham a mesma idade que eu tenho agora, diziam algumas coisas que nos deixava atônitos, nos perguntávamos a nós mesmos por que eles pensavam daquele jeito. Agora eu compreendo que aquelas pobres pessoas não estavam muito erradas. Naturalmente eu não me separei de modo completo dos jovens e ainda sinto algo de jovem dentro de mim que não deixarei que se perca. Mas aqueles que estavam submetidos à velhice, na realidade não sentiam a alegria que os jovens sentem em todos os aspectos de suas vidas. Era assim naquela época. Eu não digo que uma atmosfera de angústia dominava, mas havia uma atmosfera de negligência e inconsciência e uma falta de identidade.

Por isso é que nós, que estávamos pensando séria e profundamente nos assuntos da luta, nos esforçávamos para afastar os jovens tão longe quanto possível dos círculos de influência cultural do regime. Por exemplo, eu mesmo costumava ir a mesquita para ensinar Tafsir, pregar as pessoas após as preces e às vezes eu ia a outras cidades para fazer preleções. O ponto principal de minha atenção era o de tirar os jovens do laço cultural do regime. Eu o considerava um “laço invisível”. Eu dizia “há um laço invisível que está conduzindo todas as pessoas numa direção determinada”. E eu tinha que cortar este laço e libertar os jovens até onde fosse possível fazê-lo.

Aquele que se livrasse daquele laço mental, o que em primeiro lugar requeria piedade (temor a Deus) e em seguida, conversão às idéias do Imam Khomeini, tornar-se-ia imune. Era dessa maneira naqueles dias. Esta mesma geração alcançou os fundamentos da revolução. Agora, quando eu olho para nossa sociedade posso identificar muitos daqueles indivíduos, quer estejam relacionados a mim ou não. De um modo ou de outro vocês estão num melhor período hoje, a atmosfera é melhor. Naturalmente eu não digo que nossa juventude já tem tudo e que todas as coisas estão acontecendo como deveriam, mas em comparação àquele tempo, a situação atual é melhor. Em minha opinião um jovem pode dispor de uma boa vida hoje e encontrar sua identidade e personalidade humana se ele assim o quiser.

Qual a sua definição de um jovem Muçulmano e quais são suas características? Como pode um jovem alcançar seus objetivos no curso da vida?

É evidente que este curso não pode ser facilmente percorrido. A condição que você apresenta torna-se de difícil resposta para mim. Na realidade nem todo trabalho importante e sério pode ser feito facilmente. Se um homem quer realizar objetivos de valor, ele tem que suportar muitos problemas e esforços, isto é inevitável. Basicamente, entre as importantes características da juventude, eu considero três como as mais evidentes, e se essas são identificadas e conduzidas numa direção certa será factível responder esta pergunta. As três características são:

Energia, esperança e espírito inovador. Estas são as três mais destacadas características do jovem. Se a mídia, seja ela de profusão religiosa, cultural ou intelectual, T.V. rádio, ou etc, como assistência cultural puder dirigir estas três principais características, eu acredito, será muito fácil para um jovem encontrar o Caminho Islâmico porque aquilo que é requerido pelo Islam é que coloquemos nosso potencial em ação.

O Alcorão contém um ponto muito essencial e não é inconveniente que eu o expresse a vocês queridos jovens no que isto se foca no temor. Quando os indivíduos desejam ver-se em termos de piedade (temor), a prece, o jejum, a adoração, as boas ações, o dhikr (relembrança de Deus) e o dua’a (súplicas a Deus) vêm a suas mentes. Pode ser que todos esses itens sejam parte da piedade (temor), mas nenhum deles, por si próprios significam a piedade (temor) no sentido de ser o zelo consigo mesmo. Piedade (temor) significa que o ser humano deve saber o que ele esteja realmente fazendo, e que ele escolha todo seus movimentos de acordo com sua própria vontade, pensamento e decisão, é como uma pessoa que esteja montando um cavalo domado, segurando as rédeas e sabendo onde ele esteja indo, isto é piedade (temor). Uma pessoa que não tem temor, não tem controle sobre seus movimentos, decisões e seu futuro. De acordo com as palavras do Nahjul Balaghah “ele é como alguém que está montado num cavalo rebelde” sem ter nenhum controle sobre o mesmo. Tendo as rédeas em suas mãos, não sabe para onde vai e não possui nenhuma escolha senão ir para onde o cavalo vai e não há nenhuma salvação para ele.

Se adotarmos o temor com este significado em mente, em minha opinião será fácil atravessar esta jornada, porém não muito fácil. É possível para um jovem encontrar o caminho de vida Islâmico, se alguém é religioso, tem que ser zeloso sobre suas ações, sobre aquilo que está a empreender, sua palavra, seus relacionamentos de amizade, seu estudo e trabalho, esta ação e reflexão são corretas ou incorretas? Este próprio pensamento sobre a correção ou não de suas ações é temor.

Se alguém não é religioso, mas está, contudo, neste mesmo estado (de reflexão) será guiado para a religiosidade.

O Alcorão Sagrado diz : “(Este Livro) é um guia para os tementes.” (“åÏì ááãÊÞíä”). Não diz: “…um guia para os que crêem” ( “åÏÆ ááãÄãäíä”). A primeira expressão significa que uma pessoa não-religiosa pode ser guiada pelo Alcorão se tiver temor, é possível para uma pessoa não-religiosa ser temente no sentido que definimos. Porém, se um crente não possui temor, provavelmente ele não está firme em sua fé e sua existência dependerá de sua situação: se ele for colocado num ambiente favorável sua fé permanecerá com ele.

Portanto se utilizarmos estas três características no contexto do temor e orientá-los, será muito fácil para eles viver no caminho aconselhado pelo Islam, será assim especialmente em nosso país que é um país Islâmico. É um ponto muito importante a se notar que o governo, a autoridade nacional, esteja sob a influência do Islam. O povo que tem autoridade neste país acredita profundamente no Islam, e a fé possui raízes profundas na alma do povo também. Por conseguinte, o caminho está preparado para que o jovem seja um Muçulmano e viva como um Muçulmano. Eu darei um pequeno exemplo e concluirei minha resposta a vossa questão.

Durante a guerra imposta que, infelizmente, não fomos capaz de experimentar esse melhoramento social, é claro que, o fato de que alguém não tenha vivenciado uma guerra não é razão para se lamentar, mas o que alguém lamentará são aquelas características peculiares associadas a ela nesse respeito. Jovens exatamente como vocês, com dezoito ou vinte anos de idade, do ponto de vista da pureza espiritual estavam no mesmo nível de indivíduos que tinham empenhado quarenta anos trilhando a senda de Deus. Percebemos isso em seus próprios seres e tais indivíduos não eram poucos de modo algum.

Quando eu me deparava com tais jovens, sentia uma verdadeira humildade e não é que eu quisesse simular humildade. Vocês compreendem que quando um homem está na presença da grandeza e testemunha a perfeição dela, chega a entender sua própria fraqueza. Eu observava o mesmo sentimento em mim mesmo quando estava na presença de um jovem Bassiji ou um jovem combatente. A atmosfera era tal que podia transformar um jovem dessa maneira.

Vocês sabem como os jovens se encontram no mundo, com grupos musicais pérfidos e coisas similares e com todos os tipos de calamidades morais e mentais. Os jovens no mundo estão realmente sofrendo uma infinidade de infortúnios. Coisas similares a grupos pérfidos existiam também em nossa época. Naquele tempo os Beatles eram famosos, eu soube que hoje eles são senhores idosos. Algum tempo atrás eu li sobre eles numa revista estrangeira, sobre onde eles estavam e o que estavam fazendo. Aqueles problemas espirituais e complexos psicológicos os conduziram a tais desvios. Agora aquelas pessoas que os imitam nos países remotos e atrasados não compreendem que uma doença tinha afligido esses desafortunados. O que eles consideram como progresso é de fato decadência e atraso. Porém, enquanto o mundo se encontrava numa situação, nossa juventude se encontrava em outra, no Irã a juventude estava repleta e enriquecida de honra, no mais profundo de seu coração os jovens estavam felizes, eles tinham um senso de responsabilidade e estavam esclarecidos sobre seus objetivos, sobre o que estavam fazendo e para quem o estavam fazendo.

O Líder da Revolução aconselha os jovens na escolha dos modelos a seguir.

Como mulheres estudantes como podemos pautar nossa conduta na vida de Fátima Azzahra (A.S.)? Quem eram seus modelos exemplares que seguia durante a sua juventude?

Esta é uma boa pergunta. Primeiramente eu devo dizer que nenhum modelo exemplar deve ser apresentado a nós para que em seguida sejamos informados que se trata de nosso modelo a seguir. Este tipo de padrão de exemplo imposto e estipulado é um lugar comum e não é interessante. Devemos encontrar nosso próprio modelo a seguir, isto é, devemos explorar o horizonte de nossas reflexões e em seguida perceber aquela figura que com mais freqüência vêm a nossa mente, este será o nosso modelo exemplar. Acredito que não seja difícil para um jovem Muçulmano, especialmente que conheça as vidas dos Imames Purificados (A.S.), a família do Profeta (S.A.A.S.) e os primeiros Muçulmanos do Islam, para encontrar um modelo a seguir, do qual existem muitos.

Você mesmo, afortunadamente, mencionou o nome de Fátima Azzahra (A.S.) neste contexto. Eu gostaria de dizer umas poucas palavras sobre a sagrada existência dela (A.S.). Talvez, se observarmos as circunstâncias dos Imames Infalíveis (A.S.) e de outras grandes personalidades isso nos servirá como orientação. Você, uma jovem vivendo numa era de progresso tecnológico, industrial e científico, em um grande mundo de civilização materialista com uma infinidade de novos fenômenos na vida, estabelece como modelo, por exemplo, alguém que viveu 1400 anos atrás, em que área de sua presente situação este modelo seria útil a você? Você gostaria de saber como ela foi a universidade? Ou como pensava sobre os assuntos políticos? Esses fatores não podem ser encontrados.

Cada ser humano possui um certo número de características fundamentais que você deve delinear e buscar como um exemplo modelo neles. Como supõe, por exemplo, que um ser humano agiria ao se deparar com os acontecimentos a seu redor? Acontecimentos num ambiente que pode ser relativo a uma época que existam o trem, o metrô, o avião ou o computador e que ás vezes pode ser relativo a uma época onde nada dessas coisas exista. Entretanto é algo que sempre envolve o homem. O homem pode enfrentar esta questão de dois modos diferentes: uma, com o senso de responsabilidade ou outra, com indiferença.

Ter um senso de responsabilidade possui vários tipos e divisões: Com que tipo de mentalidade e com que tipo de percepção do futuro ele deverá ter? Uma pessoa deve buscar estas linhas básicas em alguém que possa ser seu modelo a seguir.

Certa vez eu tinha falado sobre esse assunto numa palestra. Algumas vezes em nossas palestras não se dá atenção a palavras importantes e nós as perdemos. Veja, Fátima Azzahra (A.S.), por exemplo, tinha em torno de seis ou sete anos de idade quando o evento de Shab-i- Abi Talib ocorreu (O bloqueio dos Muçulmanos por três anos), por parte de Quraix. Este foi um dos períodos mais difíceis na história do Islam. O Chamado público do Santo Profeta (S.A.A.S.) tinha se iniciado, ele tinha proclamado abertamente sua convocação e pouco a pouco, o povo de Makka, especialmente os jovens e os escravos gravitavam em direção ao Profeta (S.A.A.S.). Os líderes do Taghut tais como Abu Lahab, Abu Jahal e outros, não tiveram outra escolha senão exilar o Profeta (S.A.A.S.) e aqueles que estavam com ele, e assim o fizeram. Um grande número de pessoas, consistindo de dezenas de famílias dentre os quais estavam o Santo Profeta (S.A.A.S.) e sua Família, Abi Talib, ele próprio que era um dos líderes de Quraix, as crianças e os demais foram exilados de Makka, mas para onde poderiam ir? Abi Talib possuía algumas terras à algumas milhas de Makka, que se encontravam numa fissura montanhosa e era conhecida como Shib-i-Abi Talib (fissura ou vale estreito). Nós chamamos a isso de Bazeh (em persa). Abi Talib possuía um Bazeh ou Shib e eles foram informados que seria melhor que fossem para lá. Agora, pensem sobre isso, em Makka é muito quente durante o dia e muito frio à noite uma situação absolutamente intolerável, e eles viveram ali por três anos, apenas Deus sabe que sofrimentos e que fome sofreram. Foi um dos mais árduos tempos para o Santo Profeta (S.A.A.S.). Neste período ele não era apenas responsável por dirigir uma sociedade, mas tinha também que ajudar as pessoas que estavam sofrendo severas aflições.

Quando uma situação é agradável, as pessoas que tenham se reunido a um líder estarão satisfeitas e dirão “Deus abençoe a ele, que nos proporcionou uma boa situação”, mas na aflição e em face da incerteza eles dizem “ele nos guiou para isto e nós não desejamos tal situação” naturalmente, as pessoas de fé fortalecida resistem, porém, em última análise todos os sofrimentos são colocados na responsabilidade do Profeta (S.A.A.S.). Em meio a tão severa situação Abi Talib que era seu apoio e esperança e Khadijah al-Kubra (A.S.) a grande fonte de apoio psicológico para o Profeta (S.A.A.S.), ambos faleceram no espaço de uma semana, esta imprevista calamidade deixou o Profeta (S.A.A.S.) completamente só.

Eu não sei se você alguma vez já foi encarregada como chefe para um trabalho para compreender o que realmente significa responsabilidade? Uma situação como esta pode fazer uma pessoa sentir-se em total desespero. Em tais condições observe o papel de Fátima Azzahrah (A.S.). Quando se olha a história se encontram tais exemplos colocados de lado e infelizmente nenhum capítulo lhes dedica espaço.

Fátima Azzahrah (A.S.) foi como uma mãe, uma conselheira e uma assistente ao Profeta (S.A.A.S.). Por isso que ela é chamada “a mãe de seu pai” (Ãã ÃÈíåÇ), desde quando tinha seis ou sete anos. Na Arábia e em outros ambientes de altas temperaturas, as garotas crescem, física e mentalmente, muito rápido, e o equivalente de sua idade seria o de uma garota de doze anos em nosso ambiente, acompanhado de um alto senso de responsabilidade.

Não poderia isto ser um modelo para as jovens que as encorajaria a rapidamente perceber suas responsabilidades com relação às questões de seu ambiente social? Ela gastou aquele entusiasmo, aquela valiosa vantagem que permeava sua existência removendo o pó da tristeza e do descontentamento da face de seu pai que tinha então em volta de cinqüenta anos e era quase um homem idoso. Não poderia ela ser um modelo para as jovens? Isto é muito importante.

O exemplo seguinte é aquele de uma vida de casada e de ter um esposo. Quando alguém pensa sobre os assuntos da vida matrimonial pensa sobre a organização de refeições na cozinha, na limpeza dos aposentos, em arrumar camas como outrora, arrumar almofadas e esperar pelo marido que vem para casa do escritório ou da loja. Ser uma esposa, porém, não é apenas isso.

Observem a vida de casada de Fátima Azzahrah (A.S.). Fátima e Imam Ali (A.S.) tinham estado casados por volta de nove dos dez anos em que o Profeta (S.A.A.S.) passou em Medina. Guerras aconteceram, quase sessenta delas e na maior parte dessas guerras Imam Ali (A.S.) participou. Agora vejam, eis uma senhora que permanece em casa enquanto seu esposo está envolvido em batalhas regularmente, que sem sua presença no campo de batalha a luta seria paralisada, tanto que o sucesso da batalha dependia dele.

Ao mesmo tempo eles não tinham uma vida fácil, tal como sabemos. Como está dito no Alcorão: “Por amor a Deus, alimentam o necessitado, o órfão e o cativo. Dizendo: Em verdade vos alimentamos pela causa de Deus…”.(æíØÚãæä ÇáØÚÇã Úáì ÍÈå ãÓßíäÇ æíÊíãÇ æÃÓíÑÇ ÅäãÇ äØÚãßã áæÌå Çááå).

Realmente eles viviam uma vida de pobreza embora ela fosse a filha de um líder, a filha de um profeta, e também com grande senso de responsabilidade.

Vocês sabem que espírito forte um ser humano precisa a fim de auxiliar um marido assim, para livrar seu coração das distrações dos problemas familiares, para animá-lo e educar apropriadamente os filhos? Alguém pode argumentar que Imam Hassan (A.S.) e Imam Hussain (A.S.) eram ambos Imames e que possuíam a natureza própria do Imamato, mas Zainab (A.S.) não era uma Imam. Fátima Azzahrah (A.S.) tinha a educado durante esses nove anos. Depois do falecimento do Profeta (S.A.A.S.) ela não viveu por muito tempo. Ela foi do tipo de dona-de-casa, do tipo de esposa que dirigia o lar e deste modo este eixo da vida familiar está permanentemente escrito na história. Não pode este ser um modelo para uma jovem? Uma mulher que seja dona de casa, uma senhora que seja honrada como uma dona de casa, isto é muito importante.

Depois do falecimento do Profeta (S.A.A.S.), ela (Fátima Azzahrah (A.S.)) foi à mesquita e um impressionante discurso. Aqueles que conhecem o Islam compreendem o quão foi extraordinário. Uma garota de dezoito, vinte ou no máximo vinte quatro anos (sua idade é incerta porque a data de nascimento não foi bem determinada) passando por aquelas aflições e calamidade vem à mesquita e na presença de uma multidão faz um discurso o qual cada palavra permanecerá nos anais da história.

Os árabes são famosos por terem boa memória. Um homem podia compor uma poesia de oitenta linhas e em seguida, dez pessoas a escreviam. As poesias que sobreviveram ao tempo se originaram assim. Poemas eram lidos em reuniões sociais e eram memorizados. Discursos e dizeres foram registrados da mesma maneira, através da memorização ou da escrita e eles permaneceram até os nossos dias.

Conversas vãs não permanecem na história, tampouco qualquer tipo de palestra, imensa quantidade de palavras têm sido expressas, imensa quantidade de poemas têm sido compostos, mas não sobrevivem ao tempo e ninguém presta atenção a eles. Aquilo que a história mantém e que após 1400 anos enche qualquer pessoa de humildade quando apreciado, isto demonstra magnificência e em minha opinião isto pode ser um modelo para uma jovem.

Você está correta, errados estão aqueles que são encarregados destes assuntos. Naturalmente eu não me refiro aos encarregados dos assuntos de governo, me refiro aos assuntos religiosos e espirituais, nós que não comunicamos aos jovens os conhecimentos religiosos como gostaríamos, mas vocês mesmos podem trabalhar nesta área. Existem casos similares a serem observados nas vidas dos Imames (A.S.) também.

A vida do Imam Al-Jawad (A.S.) é também um modelo. Imam Al-Jawad (A.S.) a despeito de sua estatura moral e magnitude faleceu quando tinha apenas vinte cinco anos de idade, estas não são nossas palavras, mas as palavras da história, uma história escrita por aqueles que não eram Xiitas. Este homem magnânimo durante sua infância e juventude atingiu uma magnificência aos olhos de Al-Mamoun e de todo o povo. Isto é muito importante e pode também ser visto como um modelo para todos nós.

Naturalmente, em nosso tempo temos também um modelo. Imam Khomeini (possa seu espírito ser santificado) é um modelo, estes jovens voluntários são modelos, tanto os que foram martirizados, como os que ainda estão vivos. É natural que a cultura humana torne mais fácil falar sobre as pessoas que tenham sido martirizadas ou que tenham falecido. Observem, pois, os modelos que podemos encontrar. Vimos pessoas na guerra que tinham abandonado suas cidades e aldeias como pessoas comuns (medianas). Eu tinha mencionado anteriormente que o regime antigo não pôde elevar e nem mesmo perceber este potencial humano. No regime antigo estas pessoas foram seres humanos normais, mas, neste sistema elas vieram para o campo de batalha que foi um campo de ação e repentinamente seu potencial se realizou, tornaram-se “grandes generais” e mais tarde foram martirizados. Estes casos foram muitos.

Alguns anos atrás eu estava escrevendo sobre eles num panfleto intitulado “Meu Comandante” contando as memórias de jovens acerca de seus comandantes no campo de batalha. Eu não sei se este trabalho continuou ou não. Eles narravam histórias curtas ou memórias breves, que manifestavam a grandeza desse tipo de personalidade humana. Estes podem ser modelos para nós. E evidentemente, em nossas personalidades científicas, esportivas, literárias e também nas artísticas podemos encontrar modelos, personalidades que são verdadeiramente notáveis.

De fato, a pessoa escolhe seu modelo de acordo com seus próprios critérios. Você pode escolher qualquer modelo que queira, mas eu peço a você que considere o temor (piedade) como um critério, temor é algo que não pode ser negligenciado. É necessário para a vida material e espiritual.

Em resposta a sua pergunta quanto a quais personalidades tinham me impressionado eu devo dizer que foram muito variadas. A pessoa que me impressionou muito em minha juventude foi o mártir Navab Safavi (K.S.). Eu tinha uns quinze anos quando ele chegou a Mash-had. Eu estava muito impressionado por ele. Quando ele deixou Mash-had e foi martirizado de uma maneira terrível, apenas alguns meses tinham se passado. Isto aprofundou sua impressão em mim. Depois, Imam Khomeini (K.S.) impressionou-me sobremaneira. Antes que eu partisse para Qom e antes do início da luta eu tinha ouvido o nome de Imam Khomeini (K.S.), eu não o tinha visto ainda, mas já estava interessado nele, porque todos os jovens na escola teológica de Qom nutriam grande interesse em suas preleções que eram dirigidas a eles. Quando eu parti para Qom eu não hesitei em ir para suas aulas. Desde o início eu compareci a elas e continuei assistindo-as enquanto eu permaneci em Qom. Ele me impressionou muito. Meus pais também tiveram grande impressão sobre mim. Minha mãe especialmente, me impressionou bastante. Ela foi uma mulher muito ativa.

Considerando seu interesse em arte e literatura, quem dentre os poetas contemporâneos o senhor leu e quem são os que mais lhe interessam?

Eu divido os poetas contemporâneos em:

Poetas que compuseram poemas satíricos, poetas que compuseram poemas líricos e poetas que compuseram poesia moderna. Cada uma dessas categorias consiste de alguns indivíduos em quem eu estive interessado. Dentre os poetas líricos há o falecido Amiry Firouzkouhy que foi meu amigo e que tinha grande afeição por mim. Nós mantivemos contato por muitos anos depois da Revolução. Ele faleceu durante minha gestão como Presidente. Além de Amiry houve, um ou dois outros poetas líricos cujos trabalhos me atraíam., um deles foi o falecido Rahy Moayery, eu não fui muito próximo dele, o outro foi o falecido Shahriar, eu me interessei muito por seus poemas e também o conheci depois da revolução, antes dela não nos relacionamos. Um dos melhores entre os compositores de poesia satírica foi Malekashoara Bahar cujos poemas foram muito atraentes para mim. O falecido Amiry Firouzkouhy costumava compor um tipo de poema satírico no estilo de Khaghany, um famoso e destacado compositor, que me interessava bastante.

Havia duas ou três pessoas da área da poesia moderna cujo trabalho eu achei muito interessante, um deles é Akhavan. Sua poesia era excepcional. Existem alguns outros que são notáveis, mas não é preciso mencioná-los. Durante nossa juventude havia indivíduos que eram mestres na arte da poesia moderna e eu acredito que compuseram neste estilo ainda melhor do que Nima Youshij, embora ele tenha sido pioneiro, em minha opinião estas pessoas foram melhores compondo com mais maturidade e de modo mais notável. Naturalmente, nenhum possuía a sinceridade de Nima Youshij ou de Akhavan, ou de outros que não foram mencionados. Nima Youshij, ao contrário das más línguas, foi um homem religioso. O falecido Amiy foi seu amigo íntimo e contou-me que ele foi religioso. Era interessado em poemas tradicionais, e também em seu estilo moderno. Você sabe, que ele imitou os europeus em seu estilo.

Basicamente, o estilo de nossa poesia moderna não é um estilo original num sentido verdadeiro, é um estilo de poesia européia, com muitas características que estes poemas possuem, mesmo padrões de estrutura de sentença do idioma inglês foram introduzidos na moderna poesia persa.

Dentre os poetas da atualidade, temos alguns muito bons, temos também bons poemas líricos e para ser justo, entre aqueles que dizemos que são bons poetas, temos aqueles que escrevem poesia moderna também, Entre os poetas da Revolução, alguns são realmente bons e talentosos. Permitam-me não entrar em comentários sobre os poetas contemporâneos.

A literatura atual está diretamente mesclada com pontos de vista políticos, por conseguinte confundindo os escritores da geração jovem. Qual a sua opinião neste caso?

Não entendo o que você está querendo dizer quando diz que a literatura se misturou com a política. Isso significa que tem um conteúdo político? Por exemplo, suponhamos que se diga que, há um poeta que está em oposição com o nosso raciocínio corrente do ponto de vista político, mas que seja um poeta notável, se seus poemas encontram espaço nas universidades e atraem a atenção, isso pode ser útil, portanto não deveria ser tão usado. Evidentemente eu não sei como tal poesia possa ser encontrada dentro das universidades. Se realmente tivéssemos um poeta que tivesse uma alta posição do ponto de vista artístico de maneira que um estudante pudesse realmente fazer uso de sua poesia na universidade eu não o criticaria. Mesmo se este poeta estivesse se opondo a revolução se introduzindo na aula e sendo sujeito à atenção, mas honestamente eu não conheço qualquer poeta assim.

Você fala da separação do poema e da prosa moderna dos poemas da era anterior. Naquele tempo quando este assim chamado poeta notável compunha este poema, nós provavelmente tínhamos dez outros poetas que podiam ter a mesma fama ou serem mais famosos. Agora esta poesia de um poeta em particular, e eu não desejo mencionar o seu nome e não o farei, se introduz na universidade, mas a poesia de Akhavan não, e eu não acho que este tipo de poesia era a melhor manifestação da poesia daquele período. Akhavan era meu amigo, durante minha gestão presidencial tivemos um relacionamento estreito e depois também. Logo depois de retornar de uma viagem de um ano à Europa, ele me escreveu uma carta e compôs um poema, e algum tempo depois faleceu. Portanto não há nada errado com Akhavan. De fato, por que não deveríamos gravitar para tal homem que poderia ser útil para nós? Em outras palavras, se realmente temos grandes poetas agora não vejo nenhum problema em que os estudantes da universidade façam uso de sua poesia, não vejo nenhum problema nisso, pelo menos isto não está proibido de minha parte. Eu não estou desatento sobre tais programas mas eu não conheço esses poetas.

Você deve saber que existem algumas pessoas que tem nomes famosos, mas realmente não são tão grandes em seus poemas e nem tem tanta importância. Quando expostos à crítica, e pondo de lado seu status como poetas ao considerar-se o bom e o ruim em detalhe então se torna claro que alguns deles são fraudes. Normalmente eu não sou desinformado sobre estes poetas contemporâneos. Alguns desses chamados poetas compõem poemas e afirmam que são isto e que são aquilo, que são as raízes da poesia neste país, enquanto que nós sabemos que eles não são nada disso. No tempo em que seu trabalho era melhor eles eram de categoria secundária, alguns deles eram de terceira categoria enquanto haviam muitos no país que eram muito melhores que eles. Poemas contemporâneos devem ser pesquisados. Você não encontrará ninguém na poesia lírica que seja melhor do que Rahy Moayery em seu tempo. Rahy é da mesma geração que está ligada a este período, e acontece o mesmo com o falecido Amiry Firouzkouhy, e estes são poetas absolutamente notáveis, ou o falecido Gholam Reza Qodsi ou o Sr. Qahraman que se encontra agora em Mash-had e que não é um famoso poeta mas seus poemas líricos são excelentes. Ou por exemplo em Kermanshah há o Sr. Behzad. Estes são os poetas notáveis neste período. Os jovens poetas atuais realmente não poderão encontrar poetas melhores que estes. Temos excepcionais poetas que infelizmente a geração jovem não conhece. Muitos deles são também boas pessoas. Pessoas que estão alinhados com a revolução, com o sistema e o Islam, assim como o povo que a apóia a Revolução no Irã. Não há nenhuma oposição ou separação. Eles podem ser muito úteis a nós, porém, nossos jovens estão um tanto negligentes no campo da pesquisa, da investigação e do trabalho nesta área. Se isso não for demasiado presunçoso, aos jovens deve-se dizer: Se eles procurarem um pouco e forem sérios poderão descobrir muito boas fontes. Agora mesmo em nossa universidade em Teerã temos excelentes e notáveis poetas a quem as pessoas prestam pouca atenção.

Temos observado que nas questões sociais e políticas, algumas pessoas tomam posições extremistas e tiram conclusões a partir delas. Qual a sua orientação aos jovens a esse respeito?

Uma pessoa não deve ter medo de variedade nos gostos. Variedade nas predileções não é uma coisa má. Agora, por exemplo, se existem duas orientações políticas e um jovem acredita numa delas e outro acredita na outra, isso não é problema, o que é prejudicial é agir sem reflexão e sem análise partindo para decisões apressadas, tornar-se agitado e realizar atividades sem análise apropriada. Eu aviso aos meus caros jovens para tomarem cuidado com essa atitude. Ser jovem não significa necessariamente ter pressa na tomada de decisões. É evidente, que juventude significa intrepidez no agir, o que implica que o homem não deve entregar-se ao desespero pelas complicações e dificuldades do trabalho que ele queira realizar. Isso não significa tornar-se agitado e agir sem metodologia e sem deliberação. Os jovens podem agir sem deliberação, mas eles podem também trabalhar com deliberação, que é trabalhar completamente, com reflexão e de modo sábio. Estas características, isto é, as características da deliberação, da meditação do estudo e a da busca da verdade, todas elas podem existir nos jovens. Se alguns jovens, por exemplo, podem ser buscadores da verdade que é basicamente parte de seus atributos, não haverá nenhuma objeção a eles terem variadas predileções e isso não será causa de erro, pelo menos não causará nenhum prejuízo sério.

Com respeito a atitude de negar o outro lado, como nos assuntos sociais, uma pessoa adota uma posição e diz que é cem por cento assim e assim e nada mais, não é uma atitude correta. Não é uma boa atitude a tomar. Naturalmente, devemos ser assim em relação a alguns princípios de nossas crenças religiosas, isto é, uma pessoa deve segui-los conscientemente e tomar uma posição num ponto fixo e bem estabelecido, e decisivamente dizer que isto é isto e nada mais. Neste caso não é mal dizer isso, ao contrário, é bom, mas nas questões sociais ou nos assuntos políticos e nos vários encontros sociais não é certo dizer que isto é o certo e não há mais nada. Em minha opinião o homem deve tolerar opiniões contrárias a sua, e com respeito ao efeito sobre seus pensamentos e opiniões, deve estabelecer a deliberação como o critério e a base de sua ação. Em minha opinião não haverá problema algum se este for o caso.

Até agora, no decorrer de suas atividades, até que ponto o Sr. tem dado responsabilidade aos jovens e qual a vossa experiência a esse respeito? Em vossa opinião, qual é a responsabilidade dos jovens no progresso científico do país?

No início da revolução, eu dei responsabilidades aos jovens nas áreas de trabalho que estavam sob meu controle, nas forças armadas, no trabalho governamental ou durante a minha gestão como presidente. Minha experiência é que, se confiamos na juventude, em um jovem que possua capacidade a qual seja dada a responsabilidade, ele se provará competente. Isto não significa “a todos jovens, toda responsabilidade”. Comparados a jovens de outros povos os nossos foram melhores e mais responsáveis no desempenho de suas tarefas, eles também progrediram mais rapidamente, sendo mais inovadores e diligentes no desempenho de suas funções; em outras palavras, mantiveram um método progressivo de trabalho. Por outro lado, era possível para pessoas mais velhas realizar suas atuais tarefas perfeitamente bem, mas elas interromperam seu progresso, na prática, e de costume este é o caso.

Quando estávamos no Conselho Revolucionário, alguns amigos e nós mesmos, tínhamos objeções relativas a esta questão, haviam indivíduos mais velhos, de sessenta, setenta, setenta e cinco anos que tinham assento no Conselho e não tinham muita fé na juventude. Eles costumavam dizer: “Por que vocês colocam jovens à frente para que desempenhem tarefas de grande importância sem a devida segurança?” Eles não gostavam de ceder muito terreno aos jovens. Certamente preferiam que os jovens os obedecessem e os seguissem. Costumavam dizer que como eram jovens e eles eram velhos, os primeiros deveriam segui-los. Não estavam absolutamente prontos para colocar sua confiança na juventude, mas nós tínhamos colocado nossa confiança nela. Com a experiência prática que os jovens estavam tendo, estávamos dando a eles a resposta, o trabalho era bem executado e estava se fazendo progresso.

Quanto a outra parte da sua questão, referente ao avanço científico do país. Lembre-se que o tempo da juventude é o tempo da capacidade. Como, e para que esta capacidade pode ser empregada? Em minha opinião, deve ser utilizada principalmente em adquirir conhecimentos, em purificar a alma, em infundir temor (piedade) em si mesmo e em fortalecer o corpo através do exercício. Estas três áreas são fundamentais, tanto que se numa curta sentença eu fosse perguntado “O que você deseja dos jovens?” Eu diria a quem me perguntasse: que adquiram uma educação, um refinamento espiritual e físico. Eu penso que os jovens devem buscar estas três principais características.

Adquirir uma educação inclui pesquisa e trabalho intelectual. Porque esta habilidade reside nos jovens, eles devem se esforçar muito em adquirir esta educação. Atualmente, eu tenho ouvido que os jovens não estão dispostos a aceitar esta pesada responsabilidade científica. Isto não é bom. Como podemos aconselhar um jovem que não esteja adquirindo uma educação, seu programa secundário escolar abandonado e o seu não-comparecimento à universidade a qual ele deve ir e estudar, como então aconselhar um estudante universitário que não está se dedicando ao estudo na universidade? Vocês devem ir a universidade para progredir no Conhecimento. Em minha opinião os jovens devem aplicar sua energia que é, na realidade, o poder de sua juventude, na busca do conhecimento.

Quanto a sua questão se o abismo entre os países avançados e o nosso pode ser resolvido ou não, eu acredito também, penso que pode ser definitivamente resolvido. Naturalmente é possível que não tenhamos como resolver isso seguindo o mesmo caminho que eles seguiram, entretanto, atalhos existem no mundo. Não conhecemos muito bem este mundo que Deus criou. Existem milhares de caminhos. Um caminho é este que a civilização industrial contemporânea tomou, e depois de cada passo que mapearam, outros passos surgem. Por que não deveríamos ser esperançosos de que se abra uma nova porta e se faça uma nova descoberta? Houve um tempo em que a eletricidade não tinha sido descoberta, eu quero dizer, existia no mundo, mas as pessoas não tinham consciência dela, de repente a descobriram e passaram a utilizá-la. Sim, elas tinham conhecido a força a vapor, e um pouco antes não conheciam nem mesmo o fogo, porém, mais tarde, vieram a conhecê-lo. Assim, por que deveríamos nos desesperar de vir a conhecer algo maior e desconhecido, exatamente como a cada dia algo que antes era desconhecido torna-se conhecido? Devemos trabalhar nesta área, alcançar um caminho, nosso caminho, que preparará o rápido progresso científico. O único remédio para nossos jovens é trabalhar duro, especialmente os que estão envolvidos na ciência, na educação e na pesquisa.

Uma pessoa pode realizar qualquer que seja a tarefa que queira durante sua juventude, principalmente naquelas três áreas: do conhecimento, da auto-purificação e do esporte, que são as melhores a serem realizadas quando se é jovem. Todos certamente sabem que o exercício físico quando alguém já é velho não é efetivo ao ponto que se compare quando se é mais jovem. A maioria das pessoas, contudo, não conhece sobre a purificação da alma, imaginam que quando um ser humano envelhece então é o tempo para praticar a adoração e o auto-conhecimento. A purificação neste momento é exatamente quando ela se torna difícil, algumas vezes ate impossível. Na terceira idade, a autopurificação é a coisa mais difícil. Em nosso tempo, porém, o tempo da juventude, a autopurificação é muito fácil. De qualquer modo, um jovem deve considerar seriamente estas três tarefas.

Com respeito a moda sendo considerada como uma característica especial do ser humano, que, de alguma maneira demonstra-se em modos que incluem a maquiagem e estilo de vestir. Qual a sua opinião quanto a como se deve encarar este assunto? O que a máquina estatal fez até agora? Tem sido bem-sucedida?

Em resposta a sua pergunta, o que eu tenho a dizer é que o princípio subjacente a inclinação para o belo, o embelezamento e o gosto pela beleza é algo que se encontra na natureza essencial do ser humano (Fitrah). Naturalmente isso é um pouco diferente do conceito de consciência da moda. Esse conceito é algo mais genérico. A questão da maquiagem, da roupa e de coisas desse tipo que você mencionou é uma categoria particular, isto é, as pessoas, principalmente os jovens, gostam da beleza e do embelezamento e gostam de serem bonitas também, não há nenhum mal nisso, é algo natural e normal é não é proibido no Islam, o que é proibido é provocar a corrupção e a intriga. Beleza e embelezamento não devem ser causa de corrupção e decadência na existência social. Em outras palavras não deve introduzir a decadência moral na sociedade. Como pode fazer isso? Seus meios são claros. Se as relações homem-mulher são irresponsáveis e irrestritas, isso causa corrupção. Se o centrismo obsessivo da moda assume uma forma extrema, causará corrupção. Se o tópico do embelezamento, cultivando as aparências externas, as roupas e similares, se torna a principal ocupação da vida isto leva ao desvio e a decadência. Será como no tempo da tirania (taghut), quando as mulheres da aristocracia e aquelas dentre a nobreza se sentavam à penteadeira. E quanto tempo você acha que ficavam sentadas ali? Seis horas! É verdade, eu tenho informações seguras sobre este fato que elas permaneciam seis horas ali. Um ser humano gastando todo esse tempo por querer, por exemplo, ir a um casamento e ter que arrumar seu cabelo e sua face de um modo especial! Se a obsessão pela moda chega a isso, é um desvio e uma decadência. Todavia, em si, não há nenhum mal em dar atenção a sua aparência externa e seu modo de vestir, enquanto isso não for por ostentação e para demonstrar seus atrativos (Tabarruj).

Tabarruj é Haram (vedado) no Islam. Significa o ato das mulheres se mostrarem diante dos homens a fim de atraí-los e encorajar perturbações. Este é um tipo de fitnah que possui um monte de malefícios com ele. Um jovem cair em pecado com uma jovem não é o único problema, isto é apenas o começo. Fundamentalmente, este tipo de relacionamento irrestrito, incondicional e desenfreado é uma porção mortal para as fundações da instituição familiar, porque uma família com amor é algo vivo. Em princípio, o amor é a base da família. Se este amor é apenas um amor a beleza, um amor ao sexo oposto como disponível em cem diferentes lugares, então o forte apoio necessário para a estabilidade da família desaparecerá e as famílias se tornarão instáveis. Infelizmente hoje, a situação realmente chegou a esse ponto nos países ocidentais, especialmente na Europa e nos E.U.A.. Os E.U.A. estão agora gravemente afligidos por este problema, as famílias estão se desintegrando e isto se tornou uma grande calamidade. As conseqüências negativas deste desastre em seu nível mais primário, afetam as próprias mulheres. São, naturalmente, muito difíceis para os homens também, porém, afetam mais as mulheres. Em seguida, isso afeta a geração a nascer. Vejam que geração delinqüente e criminosa temos no mundo e nos E.U.A.. Todos eles se originam disto. É o mal começo e a chave depois do qual a perversão vem a seguir.

O Islam dá importância a questão da beleza. Ouvimos com freqüência o dizer: Deus é belo e ama a beleza :Åä Çááå Ìãíá íÍÈ ÇáÌãÇá . Existem muitas narrativas em nossos livros de tradições que tratam de modo especial do cuidar da aparência externa. No Livro do Casamento (Nikah) é discutido em detalhes que o homem e a mulher devem prestar atenção a sua aparência exterior. Algumas pessoas imaginam que os homens, por exemplo, devem raspar a cabeça. Mas na lei religiosa é recomendado (mustahabb) que os rapazes deixem seu cabelo, é narrado que: “Um belo cabelo está entre as bênçãos de Deus, assim, que seja tratado devidamente (ÇáÔÚÑ ÇáÍÓä ãä ßÑÇãÉ Çááå ÝÃßÑãæå) ou, por exemplo, é narrado que sempre que o Profeta (S.A.A.S.) queria seguir com seus companheiros ele costumava olhar-se num recipiente de água e verificar sua aparência. Naqueles dias quando os espelhos como nós os conhecemos não existiam, Medina era uma cidade pobre também, assim o Profeta (S.A.A.S.) tinha um recipiente de água que usava como um espelho quando queria sair com seus amigos. O que é evidente aqui é que cuidar da aparência exterior, vestindo belas roupas e inclinar-se para a beleza foram coisas almejadas desde o começo do Islam. Mas o que é mau e prejudicial é que isso se torne um instrumento de fitnah e Tabarruj. Como eu tinha dito antes, o prejuízo atingirá as famílias e a geração que se seguirá.

Recentemente eu vi mencionado numa revista americana, e que foi também veiculado em nossos jornais, que dois rapazes de dez e doze anos de idade tinham armado uma emboscada e atirado num grupo de professores e crianças com uma metralhadora! Primeiro, eles soaram o alarme de modo que as crianças se reunissem, então os alvejaram. Quão mal e doloroso é para uma sociedade encontrar-se em tal condição. Foi um ato criminoso inimaginável e a sangue-frio, por causa da má educação. Tudo isso resulta desta mesma falta de restrições.

Como pode um jovem satisfazer sua necessidade de entusiasmo e fazer uso disso?

Esta é uma boa pergunta. Embora também seja difícil. Veja, entusiasmo está numa área especial concernente àquelas coisas em que o entusiasmo se torna evidente, por exemplo, os esportes, principalmente em esportes como o futebol, que é uma prática excitante. O futebol é assim por natureza e difere de outros esportes como o voleibol e o tênis, do ponto de vista da natureza básica do jogo, é arquitetado de tal maneira que há uma grande margem de competitividade, excitação, e coisas assim. De modo geral o esporte é algo excitante, os trabalhos artísticos, também evocam esse sentimento. Mas o entusiasmo não está confinado apenas a essas áreas. Se um jovem for capaz de encontrar um campo de atividade que seja atrativo para ele, pode facilmente satisfazer este entusiasmo em si. Eu senti este entusiasmo quando eu era jovem e vesti a roupa de estudante religioso. A roupa e o ambiente eram restritivos, no entanto, eu estava entusiasmado e também satisfeito. Como? Eu gostava de poesia. Pode ser difícil para você acreditar. Costumava ir a encontros de poesia com quatro ou cinco amigos que eram todos aficcionados por esta arte, onde nós ficávamos por três ou quatro horas, apenas conversando sobre o assunto e lendo poesia. Isto é muito bom para uma pessoa que esteja interessada naquele tipo de coisa. Satisfaz sua disposição entusiástica da mesma forma que o assistir a um jogo de futebol faz para um jogador ou para um torcedor. Assim, isto não é um campo restrito.

Um outro exemplo está relacionado ao próprio exemplo que você deu sobre um estudante universitário de engenharia. Você disse que ele estuda, mas não está entusiasmado com isso. Quando o nome do estudo é citado, alguém pode pensar que não é algo excitante. É verdade que uma classe de aula pode não ser um local excitante, porém, se você presume que um local de trabalho seja montado junto a classe, quer seja dentro da universidade ou do lado de fora, como está agora em voga com os jovens durante o programas curriculares de engenharia que são inter-relacionados com fábricas. Tal jovem sentirá que este centro de trabalho conterá a possibilidade para que ele se inicie e busque as inovações que deseja ou as idéias que surjam em sua mente naquele ambiente. Você acha que ele estará menos entusiasmado? De fato estará ainda mais.

Como eu estava dizendo aos irmãos, pesquisem, a pesquisa deve ser feita com amor e entusiasmo. A pesquisa em que alguém força uma pessoa, dizendo a ele “vá pesquisar” certamente será algo estéril, desinteressante e inútil, mas no caso de um campo de estudo para o qual uma pessoa tem um grande gosto e afeição, para o qual tenha se inscrito nos exames de admissão, os quais vocês estão agora estudando na universidade, onde contam com um bom professor, e agora, têm um centro de trabalho bem equipado à sua disposição, onde podem por em prática os resultados de suas idéias e inovações, isto é excelente.

Gostaria de expressar deste modo, que não devemos considerar a questão da satisfação do senso de entusiasmo dos jovens de maneira a que se pense nisso como algo questionável ou como uma causa de preocupação. Não. Se o campo da vida está aberto em várias áreas, os próprios jovens as adentrarão onde tenham um interesse a fim de satisfazer seu entusiasmo. Quanto às autoridades e também as pessoas que estejam interessadas neste país, incluindo as organizações governamentais e não-governamentais e em particular aquelas concernentes a juventude, devemos abrir áreas de atividade saudáveis e apropriadas paras os jovens . Então, por exemplo, um jovem pode estar interessado na área de literatura, ou economia. Normalmente, o curso de economia não possui laboratórios, porém, se de repente possa se anunciar que tal e tal economista, da região ou de fora dela, em tal e tal lugar, dará uma aula, um seminário ou uma palestra. Isto será muito significativo para um jovem que seja interessado. Comprará uma entrada, e irá para lá imediatamente para fazer suas perguntas ao professor, com entusiasmo. Com a graça divina, se o campo de trabalho e de atividade frente ao jovem for expandido, uma tendência que tem progredido desde o início da Revolução, os jovens poderão satisfazer seu senso de entusiasmo, que é uma de suas bênçãos. Naturalmente, eu concordo que isso não tem ido tão a frente como deveria por causa dos problemas que tem havido nestes dezenove anos. Em oito desses dezenove anos houve uma guerra real em ação (guerra Irã versus Iraque). Nos primeiros dois ou três anos, os que exerciam a autoridade careciam de experiência, informações e “know-how”, então, pouco a pouco começamos a avançar.

Você é um artista, e Louvado Seja Deus, você também é famoso, temos visto você na TV. Vocês artistas são os mais capacitados a servir o povo. O povo pode aprender com vocês. Se um artista estiver realmente de posse daquele temor (piedade) de eu estava falando, de modo que, quando estiver desempenhando este papel, quando estiver atuando tiver em mente que um grande número de jovens, de crianças, de mulheres e homens estarão olhando para ele e estarão aprendendo com ele, se essa intenção seja de maneira a que seu trabalho seja bem feito e seja da maior excelência, eu imagino que será o mais capacitado para desempenhar essa função. A arte possui uma expressão de linguagem que nenhum outro meio possui, quer seja a linguagem científica, ou a linguagem verbal comum, ou o sermão. Nenhum deles tem a capacidade de expressão da linguagem da arte. Um dos segredos do sucesso do Alcorão é sua expressão artística. O Alcorão está, sobretudo, no pináculo da arte, e isso é absolutamente extraordinário, de fato, ele encantou as pessoas daquele tempo, de outro modo, se o Nobre Profeta (S.A.A.S.) tivesse se sentado com as pessoas e, sem uma linguagem artística, falado com elas numa linguagem puramente realista (pragmática), talvez ele tivesse encontrado um pequeno grupo interessado no que tinha a dizer, mas aquele “raio”, aquele “trovão” aquele “brilho” aquela “tempestade” não teria existido. É a arte que faz este tipo de coisa. A arte tem esta espécie de efeito. Mesmo agora, quando alguém lê a poesia de Hafiz, ele pode perceber uma grandeza nela. Esta poesia o impressiona. Ao mesmo tempo, a influência dessas artes de performance (representação) é muito mais sentida em comparação com a poesia e a literatura, embora eu não saiba se são mais duradouras ou não. É possível que alguém diga que em certas áreas sejam ou não mais duradouras, mas em qualquer caso sua influência é mais rápida e mais decisiva e mais dominante. Vocês todos (artistas) podem promover uma impressão muito bem. Eu quero pedir aos escritores de scripts, aos roteiristas, aos atores, diretores, decoradores e aos designers que, a propósito, é um dos mais importantes aspectos do trabalho artístico, porém é o mais desconsiderado, porque as roupas que vocês vestem servem como modelo para um grupo e são muito atraentes para eles. Eu gostaria de pedir para que fossem cientes do que estão fazendo, que devem pensar sobre os resultados de seu trabalho. De um modo ou de outro, é um bom campo de atividade e queira Deus, eu espero que seja bem sucedido.

Por que não vemos uma política forte nos esportes? E por que o esporte não é utilizado como um poderoso instrumento contra a invasão cultural? O assunto que você mencionou relativo ao que está faltando nos esportes está absolutamente correto. Não se tem feito muita coisa nos esportes. Ao dirigirmos nossa atenção para esta área percebemos duas grandes deficiências:

Primeiro, investimento deve ser feito no planejamento de um vasto programa e na tomada de decisões fundamentais quanto a escolha do esporte. Há a demanda e o potencial na sociedade iraniana. Que esporte deve ser levado em consideração? Qual deve ser o critério de decisão e como deve ser conduzido a uma conclusão? Neste mesmo contexto, eu tinha falado detalhadamente com atletas e autoridades esportivas nacionais há um ou dois anos atrás. Acredito que se investirmos nesta área e planejarmos convenientemente, sem dúvida, acontecerá no mundo da arena esportiva o mesmo que tinha ocorrido na guerra com nossas forças voluntárias e organizações militares, que se encontravam completamente aleijadas do equipamento moderno do mundo. Vocês viram que honra eles alcançaram. Mesmo agora, no voleibol, para os deficientes e os heróis de guerra mutilados, o mesmo tem acontecido, estes irmãos têm alcançado de modo consistente honra e glória, ou, por exemplo, na luta romana (olímpica), você mesmo (se dirigindo à Rasul Khadim, lutador iraniano) seu irmão e outros irmãos alcançaram grande honra para este país. Podemos nos assemelhar a isso em toda área dos esportes. Não há nenhuma razão para que não possamos ingressar no campo entre os mais distintos atletas do futebol mundial, do voleibol, das competições eqüestres ou em alguns de nossos esportes tradicionais como o pólo, ou nas artes marciais ou na natação. A razão para que a situação seja tão desorganizada no momento é porque não há nenhum programa aplicado para o treinamento ou para o aprimoramento ou a utilização de técnicas relevantes. Isto é um problema.

O segundo problema, que está muito ligado ao primeiro, é a falta de uma atmosfera cultural e espiritual nos esportes. Não é que os atletas não sejam boas pessoas, de modo algum, existem muito bons, crentes e piedosos, pessoas abstêmias entre eles, todavia, é preciso ser mais do que apenas isso. Nosso ambiente esportivo deve ser um ambiente de modéstia. Modéstia possui um significado muito vasto e intrigante. É a integridade da alma de uma pessoa onde quer que ela esteja. O ambiente esportivo deve ser um ambiente modesto, licenciosidade, descrédito, ou qualquer forma de vaidade não deve ser encontrada nele, devemos criar esta atmosfera em nosso ambiente esportivo e se for assim, ele brilhará no mundo e nossos esportes se tornarão como uma estrela.

Vejam, nossos filmes estão ingressando nos festivais internacionais de cinema, e o aspecto que se mostra muito atraente para os juízes e as platéias é a modéstia que já é característica dos filmes iranianos. Alguns diretores e produtores naturalmente procuram seguir isto agora, depois de alguns outros, contudo a modéstia é algo que se impõe, eles não têm escolha senão retratar as mulheres, os homens e as relações familiares de uma maneira que esteja em conformidade com a atmosfera corrente na República Islâmica. É exatamente isto que faz o cinema iraniano destacar-se no mundo. De modo contrário ao que tem sido imaginado, o mundo não gosta desta falta de limites e desta lascívia, está cansado disso. O Islam recomendou a mesma condição de castidade, de decência, de integridade e conveniência que é tão natural para a sociedade iraniana. Devemos tornar isso predominante no ambiente esportivo e em outras áreas também, isto tornará a atmosfera esportiva espiritual e cultural. Será exatamente como eu estou dizendo. Pois com respeito a adentrar o campo de batalha da invasão cultural, devemos nos firmar em nossa própria cultura, isto está absolutamente correto.

Portanto, se no mundo dos esportes, as autoridades prestarem atenção a estas duas tarefas, que são, por um lado, alcançar os conhecimentos e traçar um programa preciso em cada aspecto, tais como a técnica de seleção, o trabalho, o treinamento e o exercício, e por outro, alcançar uma atmosfera cultural no esporte, eu acredito que nosso ambiente esportivo progredirá, o que será muito bom. Contudo, eu gostaria de pedir aos jovens que não fiquem a esperar por esse dia, e eles não devem dizer que “quando os esportes chegarem a isso então começaremos a participar”, não, os jovens devem sem exceção, se exercitar. Agora, quando dizemos “jovens” não significa que aqueles que não o são não devam participar dos esportes, devem praticar também, embora os esportes contenham muita coisa que somente seja atingível pelos jovens, um assunto que não repetirei porque tenho tratado dele com freqüência. O exercício é também um dever para os mais velhos, para aqueles que tenham passado por seu tempo de juventude, para aqueles que têm quarenta ou cinqüenta anos, o exercício é requerido, eles devem se exercitar.

Por que não há uma política específica centrada nos assuntos da juventude? Por que os diferentes órgãos ligados aos assuntos dos jovens, como o casamento, por exemplo, não são coordenados entre si?

Naturalmente, isto tem sido realizado até certo ponto, com o estabelecimento do Conselho superior para a Juventude, o primeiro passo tem sido dado nessa direção, e eu espero que o primeiro passo nos conduza ao resto do caminho. Sem dúvida alguns órgãos governamentais como o Ministério da Educação, o Ministério da Educação Superior e o da Medicina estão relacionados aos assuntos da juventude, porém, com respeito ao principal centro que possa considerar esses assuntos de maneira abrangente e exaustiva ele é o Conselho Superior para a Juventude. Até agora, em minha opinião, os irmãos têm feito um bom trabalho até onde sua responsabilidade concerne. Eles devem cumprir a função de uma central enquanto que a tarefa de executar as diretivas cabe aos órgãos governamentais.

A “Carta dos Jovens” que alguns senhores tinham preparado ano passado e que me foi apresentada era muita boa, muito abrangente e útil e podia ser uma excelente e lógica base para as organizações da República Islâmica planejarem seu trabalho. O governo ou mesmo o Conselho superior para a Juventude pode, evidentemente, deliberar sobre o assunto do casamento que você mencionou. A questão do casamento, todavia, é uma questão inteiramente individual, um problema pessoal. As famílias devem pensar sobre isso e os órgãos públicos e governamentais se limitar a dar recomendações gerais. A minha recomendação é que se torne o casamento fácil, não se torne o dote (mahr) muito alto, os enxovais não sejam muito caros, as festas de casamento não sejam pródigas e extravagantes. Estas coisas devem ser postas em prática. Será muito bom se isso for propagado por intermédio da cultura e da arte para que se consiga que as pessoas o adotem. Se este caminho for adotado, eu acredito que o casamento será muito mais fácil. Igualmente, a idade em que os indivíduos devem se casar não deve ser dessa maneira, num extremo, temos algumas pessoas pensando que o casamento deve acontecer na mais tenra juventude. Não, eu discordo disso. Não há nenhuma objeção se alguém quiser se casar no início da puberdade, não há nenhum problema nisso, mas a este respeito não é necessário que insistamos nesta questão. Nem se deve estar no extremo oposto, como aquilo que os ocidentais fazem, casando-se aos trinta ou quarenta anos de idade. Naturalmente, em minha opinião, o egocentrismo pode ser tão dominante que um homem de trinta, quarenta ou cinqüenta anos não verá nenhum problema em casar-se com uma jovem, o que eu quero dizer é que estes anos a mais são aqueles dos homens maduros, à procura de uma moça muito mais jovem, com uma grande diferença de idade, o que é encontrado no ocidente, o mesmo lugar onde os casamentos inseguros acontecem, e assim, temos uma grande quantidade de solteiros nos países ocidentais, pessoas que, pela vida inteira, têm vivido só, algo que é, felizmente, muito raro no Irã e em outros países Islâmicos. De qualquer modo, casamentos devem ser facilitados e não serem com a intenção de procurar prestígio, de maneira que seja mais fácil para os jovens alcançarem a posição de contrair matrimônio. Isto deve surgir dentro das famílias, entre os jovens e dentro dos próprios rapazes e moças. Não deve haver nenhuma barreira para o casamento. Se o governo puder proporcionar facilidades será muito bom.

Eu sempre me empenhei para isso, sempre aconselhando as autoridades com respeito a habitação, empréstimos e outras necessidades básicas para os jovens, nós consideramos tudo isso, porém, eu gostaria de dizer que o primeiro nível de responsabilidade nesta tarefa cabe a família e aos próprios interessados.

Em sua opinião, quais meios existem para proteger os valores e prolongar a atmosfera espiritual dos anos de guerra para a juventude atual?

Você está absolutamente certo em cada palavra que disse. Eu também acredito neste mesmo ponto. Acredito e tenho orgulho de pessoas como você. É uma discussão, não sobre indivíduos, é uma sobre estados de espírito, uma discussão sobre intenções, sobre uma vida renovada e esses difíceis testes que esta revolução tem dado a nosso país. Nas circunstâncias em torno da Vitória da “Operação Bustan” o Imam Khomeini (K.S.) nos deu uma mensagem em que esta vitória era mudada para “Fath Al Futuh” (A Vitória das Vitórias). Algumas pessoas imaginaram que Fath Al Futuh era a Batalha de Bustan em si, contudo, o Imam (K.S.) não dizia isso, ele estava dizendo que Fath Al Futuh era a vitória ou o Desfile dessas almas conscientes e despertas.

Verdadeiramente a maior vitória da República Islâmica foi que conseguiu levar esta juventude ao nível de grandeza e exaltação espiritual de maneira que podiam acreditar em si mesmos, serem capazes de se levantar e defender o país, defender a si próprios e defender o Islam contra a grande agressão de um mundo unido, que manifestava a Guerra Imposta, e que tem continuado até agora. Ainda hoje estamos enfrentando um ataque mundial. Eu tenho percebido que alguns dos órgãos de imprensa, os jornais, os jornalistas, que não têm nenhuma idéia do que está acontecendo, são realmente desinformados, senão parciais. Estas pessoas parecem pensar que é um tipo de arte forçar este país a retroceder ao estado de banalidade que existia antes da revolução, e eles estão, neste momento, tentando ativamente fazer isso. Que ação irresponsável! Que pena! Nossos jovens, durante sua juventude foram capazes de salvar a si próprios da estupefação que tinha dominado o país, conseguiram mudar e libertar o Irã. O Irã estava acabado e nós estávamos perdidos. Estávamos totalmente arruinados. A torrente de detrito cultural do Ocidente que marcou a introdução do domínio econômico, político e colonial no verdadeiro sentido da palavra, realmente nos destruiu. Em meio a tudo isso, a poderosa mão da Revolução e o Islam, por intermédio desses próprios jovens, resgatou o país. Agora um grupo de jovens quer que este orgulhoso período seja confiado ao seio do esquecimento e que as pessoas voltem aquele estado de estupefação que existia antes.

Quem quer esta situação? Os inimigos deste país e desta nação querem isso. Eu acho que mencionei isto num discurso antes. Recentemente, antes do Eid (Festividade Islâmica) numa revista americana, um famoso escritor americano escreveu um editorial, que, em resumo, disse, falando sobre o confronto com países como o Irã, a que ele, a propósito, se referia com menosprezo, como um estado fora-da-lei, dando a entender que não podiam operar por meios econômicos e militares. Ele disse que tais meios tinham sido tentados, mas tinham falhado. Ele disse “que nós devemos nos infiltrar por meios culturais” deixando isso claro mais uma vez. Alguém pode perguntar, como eles podem se infiltrar? No meio da mesma página a figura de uma mulher totalmente nua estava estampada, e ele dizia que este era o meio. Disse também que “devemos promover isto para que consigamos vencê-los”. Ele está certo, este é o meio. Infelizmente, há um grande número de pessoas que não têm nenhuma idéia do que estão realmente fazendo para o país, mas decerto, com o Poder e a força Divina não permitiremos que eles consigam. Não deixaremos que esta traição aconteça a nosso país e contra esta revolução, e que ambos tenham fim, não obstante, estas pessoas continuam a cometer estes caprichos e desejam fazer o povo retornar àqueles dias infelizes.

Em minha opinião, nossos jovens hoje são bons, crentes e de bom coração. Olhe e veja a situação da universidade, a situação de nossos trabalhadores, veja que tipo de ambiente prevalece em nosso país. Olhe para aqueles dias quando fizemos manifestações, como o dia 22 de Bahman ou o Dia de Al Quds (Dia de Jerusalém). Quem formava a maioria das pessoas que afluíam para as ruas como uma torrente? Eram estes mesmos jovens, com aquele mesmo espírito, com aquele mesmo entusiasmo, aquele divino “relâmpago” que ainda é encontrado no país e que está plenamente ativo. Este espírito levará uma vez mais este país às praias da salvação.

Agora mesmo, não há dúvida que temos dificuldades e problemas na área econômica e outras, e estas dificuldades terminarão um dia, mas aquilo que as eliminará não é nada mais do que esta atitude espiritual e o firmar-se ao Islam e a Revolução, nada mais. Novamente, serão estas moças e rapazes que salvarão este país. Eu tenho dito continuamente que a jovem geração é aquela que resolve os períodos de grande dificuldade e sofrimento. Quando eles entram em cena, e Louvado seja Deus, eles estão em cena agora, os intrincados problemas e dificuldades são resolvidos. Nossos jovens são crentes (mu’minin), religiosos, amam seu país e o Islam e se opõem aos norte-americanos e à dominação estrangeira. É isso exatamente o que será efetivo. Estas pessoas estão também num processo de tramar conspirações e tecer mentiras. Isto não terá nenhum efeito, Se Deus quiser. Deus nos ajudará. Hadrat Baqyyatullah (nossas almas sejam sacrificadas por ele) também apoiará este caminho, este esforço e estes jovens.

Finalmente há um ponto que eu gostaria de lembrar: estes esforços que os jovens estão fazendo não são de menor dimensão. O estudo em si, eu estou dizendo, o próprio trabalho na pesquisa, o trabalho na arte, nos esportes, todos esses não são esforços pequenos. Eu peço a vocês, aqueles que estejam envolvidos nessas atividades, não pensem que seu trabalho seja insignificante, não, este mesmo trabalho, entre os enormes trabalhos agregados deste país, transforma-se num elemento determinante. Suponham que um certo artista decida, por si próprio fazer um grande trabalho de arte, ele não pode dizer “eu estou fazendo um trabalho individual, eu sozinho, e este não é senão um trabalho insignificante” de modo algum, este trabalho bem feito que você fez, mesmo se uma centena de outras pessoas pensem como você, aquele tremendo melhoramento, mesmo este grande trabalho acontecerá do mesmo jeito. É a mesma coisa nos esportes, no estudo, na pesquisa e nos esforços especiais dos jovens. Isto é exatamente do mesmo jeito que naquele dia da Manifestação. Se nós todos disséssemos “Agora eu sou uma pessoa, que efeito eu poderei ter?” Aquela torrente humana de milhões no Dia 22 de Bahman ou na prece de Sexta-Feira não aconteceria, muito embora todos ainda sentissem que estavam cumprindo seu dever naquele momento.

Eu gostaria de enfatizar e repetir que os esforços individuais desses jovens, em todo lugar e em toda área em que estejam trabalhando, na área do Alcorão, no ensino, na educação, na escola teológica, na universidade ou na literatura, são esforços importantes. Estes mesmos esforços que, se Deus quiser elevarão nosso país.

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