7ª SURATA

AL A‘RAF”

(OS CIMOS)

Surat Al-A’ráf foi revelada em Makka, com exceção dos versículos de 163 a 170, que foram revelados em Madina, e consiste de 206 versículos. Leva o título a partir da palavra al-a’ráf, que ocorre nos versículos 46 e 48. Al-A’ráf é a altura entre o Paraíso e o Inferno. Esta Surata está intimamente ligada cronologicamente e em respeito ao argumento com as prévias suratas. Ela expõe a doutrina da revelação e a história espiritual do ser humano por ilustrações desde Adão em diante, através de vários profetas e os detalhes da luta de Moisés, até o tempo do Profeta Mohammad, com o qual a revelação de Allah é completada.

Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso.

1. Alef, Lam, Mim, Sad.

2. (Eis aqui) um Livro, que te foi revelado para que não haja receio em teu peito, e para que, com ele, admoestes os incrédulos, para que ele seja uma mensagem aos crentes.

3. Segui o que vos foi revelado por vosso Senhor e não sigais outros protetores em lugar d‘Ele. Quão pouco meditais!

4. Quantas cidades temos destruído! Nosso castigo tomou-os (a seus habitantes) de surpresa, enquanto dormiam, à noite, ou faziam a sesta.

5. Nada imploraram, quando os surpreendeu o Nosso castigo; não fizeram mais do que confessar, clamando: Fomos injustos!

6. Inquiriremos aqueles aos quais foi enviada a Nossa mensagem, assim como interrogaremos os mensageiros.

7. E lhes enumeraremos as ações com pleno conhecimento, porque jamais estivemos ausentes.

8. E a ponderação, nesse dia, será a equidade; aqueles cujas boas ações forem mais pesadas serão os bem-aventurados.

9. E aqueles, cujas boas ações forem leves serão desventurados, por haverem menosprezado os Nossos versículos.

10. Colocamo-vos na terra com autoridade, na qual vos proporcionamos subsistência. Quão pouco agradeceis!

11. Criamo-vos e vos demos configuração, então dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! E todos se prostraram, menos Lúcifer, que se recusou a ser dos prostrados.

12. Perguntou-lhe (Allah): Que foi que te impediu de prostrar-te, embora to tivéssemos ordenado? Respondeu: Sou superior a ele; a mim criaste do fogo, e a ele do barro.

13. Disse-lhe: Desce daqui (do Paraíso), porque aqui não é permitido te ensoberbeceres. Vai-te daqui, porque és um dos abjetos!

14. Implorou: Tolera-me até ao dia em que (os seres) forem ressuscitados!

15. Respondeu-lhe: Considera-te entre os tolerados!

16. Disse (Satanás): Juro que, por me teres extraviado, desviá-los-ei da Tua senda reta.

17. E, então, atacá-los-ei pela frente e por trás, pela direita e pela esquerda e não acharás, entre eles, muitos agradecidos!

18. Allah lhe disse: Sai daqui! Desgraçado! Rejeitado! Juro que encherei o inferno contigo e com aqueles que te seguirem.

19. E tu, ó Adão, habita com tua esposa o Paraíso! Desfrutai do que vos aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque estareis entre os transgressores.

20. Então, Satã lhes cochichou, para revelar-lhes o que, até então, lhes havia sido ocultado de suas vergonhas, dizendo-lhes: Vosso Senhor vos proibiu esta árvore para que não vos convertêsseis em dois anjos ou não estivésseis entre os imortais.

21. E ele lhes jurou: Sou para vós um fiel conselheiro.

22. E, com enganos, seduziu-os. Mas quando colheram o fruto da árvore, manifestaram-se-lhes as vergonhas e começaram a cobrir-se com as folhas das plantas do Paraíso. Então, seu Senhor os admoestou: Não vos havia vedado esta árvore e não vos havia dito que Satanás era vosso inimigo declarado?

23. Disseram: Ó Senhor nosso, nós mesmos nos condenamos e, se não nos perdoares e Te apiedares de nós, seremos desventurados!

24. E Ele lhes disse: Descei! Sereis inimigos uns dos outros e tereis, na terra, residência e gozo transitórios.

25. Disse-lhes (ainda): Nela vivereis e morrereis, e nela sereis ressuscitados.

26. Ó filhos de Adão, enviamos-vos vestimentas, tanto para dissimulardes vossas vergonhas, como para o vosso aparato; porém, o pudor é preferível! Isso é um dos sinais de Allah, para que meditem.

27. Ó filhos de Adão, que Satanás não vos seduza como seduziu vossos pais no Paraíso, fazendo-os sair dele, despojando-os dos seus invólucros (de inocência), para mostrar-lhes as suas vergonhas! ele e seus asseclas vos espreitam, de onde não os vedes. Sem dúvida que temos designado os demônios como amigos dos incrédulos.

28. Quando estes cometem uma obscenidade, dizem: Cometemo-la porque encontramos nossos pais fazendo isto; e foi Allah Quem no-la ordenou. Dize: Allah jamais ordena a obscenidade. Ousais dizer de Allah o que ignorais?

29. Dize mais: Meu Senhor só ordena a equidade, para que vos consagreis a Ele, em todas as mesquitas, e O invoqueis sinceramente. Assim como vos criou, retornareis a Ele.

30. Ele encaminhou alguns, e outros mereceram ser desviados, porque adotaram por protetores os demônios, em vez de Allah, pensando que estavam bem encaminhados.

31. Ó filhos de Adão, revesti-vos de vosso melhor atavio quando fordes às mesquitas; comei e bebei; porém, não vos excedais, porque Ele não aprecia os que se excedem.

32. Dize-lhes: Quem pode proibir as galas de Allah e o desfrutar os bons alimentos que Ele preparou para Seus servos? Dize-lhes ainda: Estas coisas pertencem aos que creem, durante a vida neste mundo; porém, serão exclusivas dos crentes, no Dia da Ressurreição. Assim elucidamos os versículos aos sensatos.

33. Dize: Meu Senhor vedou as obscenidades, manifestas ou íntimas; o delito; a agressão injusta; o atribuir parceiros a Ele, porque jamais deu autoridade a que digais d‘Ele o que ignorais.

34. Cada nação tem o seu termo e, quando seu termo se cumprir, não poderão atrasá-lo nem adiantá-lo uma só hora.

35. Ó filhos de Adão, quando se apresentarem mensageiros, dentre vós, que vos ditarão Meus versículos, aqueles que temerem a Allah e n’Ele confiarem não serão presas do temor, nem se angustiarão.

36. Aqueles que desmentirem os Nossos versículos e se ensoberbecerem serão condenados ao inferno, onde permanecerão eternamente.

37. Haverá alguém mais injusto do que quem forja mentiras acerca de Allah ou desmente os Seus versículos? Eles participarão do que está estipulado no Livro, até que se lhes apresentem os Nossos mensageiros para separá-los de suas almas e lhes dizerem: Onde estão aqueles que invocáveis, em vez de Allah? Dirão: Desvaneceram-se! Com isso, confessarão que haviam sido incrédulos.

38. Allah lhes dirá: Entrai no inferno, onde estão as gerações de gênios e humanos que vos precederam! Cada vez que aí ingressar umas novas pessoas, (estas) irão amaldiçoar as pessoas aparentadas, até que todas estejam ali recolhidas; então, estas dirão acerca daquelas: Ó Senhor nosso, eis aqui aqueles que nos desviaram; duplica-lhes o castigo infernal! Ele lhes dirá: o dobro (disso) será para todos; porém, vós o ignorais.

39. Então, as primeiras dirão para as últimas: Não vos devemos favor algum. Sofrei, pois, o castigo, pelo que cometestes.

40. Àqueles que desmentirem os Nossos versículos e se ensoberbecerem, jamais lhes serão abertas as portas do céu, nem entrarão no Paraíso, até que um camelo passe pelo buraco de uma agulha. Assim castigamos os pecadores.

41. Terão o inferno por leito, cobertos com mantos de fogo. Assim castigamos os injustos.

42. Quanto aos crentes, que praticam o bem – jamais impomos a alguém uma carga superior às suas forças -, saibam que serão os diletos do Paraíso, onde morarão eternamente.

43. Extinguiremos todo o rancor de seus corações. A seus pés correrão os rios, e dirão: Louvado seja Allah, que nos encaminhou até aqui; jamais teríamos podido encaminhar-nos, se Ele não nos tivesse mostrado o caminho. Os mensageiros de nosso Senhor nos apresentaram a verdade. Então, ser-lhes-á dito: Eis o Paraíso que herdastes em recompensa pelo que fizestes.

44. E os diletos do Paraíso gritarão aos condenados, no inferno: Verificamos que era verdade tudo quanto nosso Senhor nos havia prometido. Porventura, comprovastes que era verdade o que o vosso Senhor vos havia prometido? Dirão: Sim! Um arauto, então, proclamará entre eles: Que a maldição de Allah caia sobre os injustos,

45. Que afastam os demais da senda de Allah, anunciam-na tortuosa e negam a Vida Futura!

46. E entre ambos haverá um véu e, nos cimos, situar-se-ão homens que reconhecerão a todos, por suas fisionomias, e saudarão os diletos do Paraíso: Que a paz esteja convosco! Eles (os dos cimos), ainda não entrarão no Paraíso, mas têm esperanças disso.

47. E, quando seus olhares se voltarem para os condenados ao Inferno, dirão: Ó Senhor nosso, não nos juntes com os injustos.

48. Os habitantes dos cimos gritarão a uns homens, os quais reconhecerão por suas fisionomias: De que vos serviram os vossos tesouros e a vossa soberbia?

49. Não são estes cuja graça e misericórdia de Allah dissestes que não alcançariam? (Allah dirá a estes): Entrai no Paraíso, onde não sereis presas do temor, nem vos atribulareis.

50. Os condenados ao inferno clamarão aos diletos do Paraíso: Derramai por sobre nós um pouco de água ou algo com que Allah vos agraciou. Dir-lhes-ão: Allah vedou ambas (as coisas) aos incrédulos,

51. Que tomaram sua religião por diversão e jogo, e os iludiu a vida terrena! Esquecemo-los hoje, como eles esqueceram o comparecimento, neste dia, bem como por terem negado os Nossos versículos,

52. Não obstante lhes termos apresentado um Livro, o qual lhes elucidamos sabiamente, e é orientação e misericórdia para os crentes.

53. Esperam eles, acaso, algo além da comprovação? O dia em que esta chegar, aqueles que a houverem desdenhado, dirão: Os mensageiros de nosso Senhor nos haviam apresentado a verdade. Porventura obteremos intercessores, que advoguem em nosso favor? Ou retornaremos, para nos comportarmos distintamente de como o fizemos? Porém, já terão sido condenados, e tudo quanto tiverem forjado desvanecer-se-á.

54. Vosso Senhor é Allah, Que criou os céus e a terra em seis dias, assumindo, em seguida, o Trono. Ele ensombrece o dia com a noite, que o sucede incessantemente. O sol, a lua e as estrelas estão submetidos ao Seu comando. Acaso, não Lhe pertencem a criação e o poder? Bendito seja Allah, Senhor do Universo.

55. Invocai vosso Senhor humílima e intimamente, porque Ele não aprecia os transgressores.

56. E não causeis corrupção na terra, depois de haver sido pacificada. Outrossim, invocai-O com temor e esperança, porque Sua misericórdia está próxima dos benfeitores.

57. Ele é Quem envia os ventos alvissareiros, por Sua misericórdia, portadores de densas nuvens, que (Ele) impulsiona até uma comarca árida e delas faz descer a água, mediante a qual produzimos toda a classe de frutos. Do mesmo modo ressuscitamos os mortos, para que mediteis.

58. Da terra fértil brota a vegetação, com o beneplácito do seu Senhor; da estéril, porém, nada brota, senão escassamente. Assim elucidamos os versículos para os agradecidos.

59. Enviamos Noé ao seu povo, ao qual disse: Ó povo meu, adorai a Allah, porque não tereis outra divindade além d‘Ele. Temo, por vós, o castigo do dia terrível.

60. Os chefes, dentre seu povo, disseram: Vemos-te em um erro evidente.

61. Respondeu-lhes: Ó povo meu, não há erro em mim, pois sou o mensageiro do Senhor do Universo.

62. Comunico-vos as mensagens do meu Senhor, aconselho-vos, e sei de Allah o que ignorais.

63. Estranhais, acaso, que chegue uma mensagem do vosso Senhor por intermédio de um homem da vossa raça? Isto é para admoestar-vos e para que temais a Allah, a fim de que sejais compadecidos.

64. Porém, desmentiram-no, e o salvamos, juntamente com os que com ele estavam na arca, afogando aqueles que desmentiram os Nossos versículos, porque eram de um povo cego.

65. E ao povo de ‘Ad enviamos seu irmão Hud, o qual disse: Ó povo meu, adorai a Allah, porque não tereis outra divindade além d‘Ele. Não O temeis?

66. Porém, os chefes incrédulos, dentre seu povo, disseram: Certamente, vemos-te em insensatez e achamos que és mentiroso.

67. Respondeu-lhes: Ó povo meu, não há insensatez em mim, e sou o mensageiro do Senhor do Universo.

68. Comunico-vos as mensagens do meu Senhor e sou vosso fiel conselheiro.

69. Estranhais, acaso, que vos chegue uma mensagem do vosso Senhor, por um homem da vossa raça, para admoestar-vos? Reparai em como Ele vos designou sucessores do povo de Noé, e vos proporcionou alta estatura. Recordai-vos das mercês de Allah (para convosco), a fim de que prospereis.

70. Disseram-lhe: Vens, acaso, para fazer com que adoremos só a Allah e abandonemos o que adoravam os nossos pais? Faze, pois, com que se cumpram as tuas predições, se estiveres certo.

71. Respondeu-lhes: Já vos açoitaram a abominação e a indignação do vosso Senhor! Ousareis, acaso, discutir comigo, a respeito de nomes que inventais, vós e vossos pais, aos quais Allah não concedeu autoridade alguma? Aguardai, pois, que eu aguardarei convosco.

72. Salvamo-lo, e a quem com ele estava, mercê de Nossa misericórdia, e extirpamos aqueles que desmentiram os Nossos versículos, porque não eram crentes.

73. Ao povo de Samud enviamos seu irmão, Sáleh, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Allah, porque não tereis outra divindade além d‘Ele. Chegou-vos uma evidência do vosso Senhor. Ei-la aqui: a fêmea de camelo de Allah é um sinal para vós; deixai-a pastar nas terras de Allah e não a maltrateis, porque vos açoitará um doloroso castigo.

74. Lembrai-vos de que Ele vos designou sucessores do povo de ‘Ad, e vos enraizou na terra, em cujas planuras ergueis palácios, e em cujas (encostas de) montanhas cavais moradias. Recordai-vos das mercês de Allah para convosco e não causeis flagelo nem corrupção na terra.

75. Porém, os chefes dos que se ensoberbeceram, dentre seu povo, perguntaram aos crentes submetidos: Estais seguros de que Sáleh é um mensageiro do seu Senhor? Responderam: Nós cremos em sua missão.

76. Mas os que se ensoberbeceram lhes disseram: Nós negamos o que credes.

77. E esquartejaram a fêmea de camelo, desacatando a ordem do seu Senhor, e disseram: Ó Sáleh, faze, pois, com que se cumpram as tuas predições, se és um dos mensageiros.

78. Então, fulminou-os um terremoto, e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares.

79. E Sáleh distanciou-se deles, dizendo: Ó povo meu, eu vos comuniquei a mensagem do meu Senhor e vos aconselhei; porém, vós não apreciais os conselheiros.

80. E (enviamos) Lot, que disse ao seu povo: Cometeis abominação como povo nenhum no mundo jamais cometeu antes de vós,

81. Acercando-vos licenciosamente dos homens, em vez (de vos acercardes) das mulheres. Realmente, sois um povo transgressor.

82. E a resposta do seu povo só consistiu em dizer (uns aos outros): Expulsai-os da vossa cidade porque são pessoas que desejam ser puras.

83. Porém, salvamo-lo, juntamente com sua família, exceto a sua mulher, que se contou entre os que foram deixados para trás.

84. E desencadeamos sobre eles uma tempestade. Repara, pois, qual foi o destino dos pecadores!

85. E aos madianitas enviamos seu irmão Xu‘aib, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Allah, porque não tereis outra divindade além d‘Ele! Já vos chegou uma evidência do vosso Senhor! Sede leais na medida e no peso! Não defraudeis os humanos em seus bens e não causeis corrupção na terra, depois de ela haver sido pacificada! Isso será melhor para vós, se sois crentes.

86. Não vos posteis em caminho algum, obstruindo a senda de Allah e ameaçando quem n‘Ele crê, esforçando-vos em fazê-la tortuosa. Recordai-vos de quando éreis uns poucos e Ele vos multiplicou, e reparai qual foi o destino dos depravados.

87. E se entre vós há um grupo que crê na missão que me foi confiada e outro que a nega, aguardai, até que Allah julgue entre nós, porque Ele é o mais equânime dos juízes.

88. Os chefes que se ensoberbeceram, dentre o seu povo, disseram-lhe: Juramos que te expulsaremos da nossa cidade, ó Xu‘aib, juntamente com aqueles que contigo creem, a menos que retorneis aos nossos credos. (Xu‘aib) retrucou: Ainda que os deploremos?

89. Forjaríamos mentiras a respeito de Allah, se retornássemos aos vossos credos, sendo que Allah já nos livrou deles. É impossível que os abracemos, sem que Allah, nosso Senhor, o queira, porque nosso Senhor tudo abrange sapientemente, e n’Ele confiamos. Ó Senhor nosso, decide com equidade entre nós e o nosso povo, porque Tu és o mais equânime dos juízes.

90. Mas os chefes incrédulos, dentre o seu povo, disseram: Se seguirdes Xu‘aib, sereis desventurados!

91. Então, fulminou-os um terremoto, e a manhã encontrou-os jacentes em seus lares.

92. Aqueles que desmentiram o Xu‘aib foram despojados das suas habitações, como se nunca nelas houvessem habitado. Aqueles que desmentiram o Xu‘aib tornaram-se desventurados.

93. Xu‘aib afastou-se deles, dizendo: Ó povo meu, já vos comuniquei as mensagens do meu Senhor, e vos aconselhei. Como poderei eu atribular-me por um povo incrédulo?

94. Jamais enviamos um profeta a cidade alguma, sem antes afligirmos os seus habitantes com miséria e adversidade, a fim de que se humilhassem.

95. Depois lhes trocamos o mal pelo bem, até que se constituíssem em uma sociedade e, não obstante, dissessem: A adversidade e a prosperidade experimentaram-nas nossos pais. Então, de repente, surpreendemo-los com o castigo, quando menos esperavam.

96. Mas, se os moradores das cidades tivessem acreditado (em Allah) e O tivessem temido, tê-los-íamos agraciado com as bênçãos dos céus e da terra. Porém, como rejeitaram (a verdade), chamamo-los a prestarem conta, por seus malfeitos.

97. Estavam, acaso, os moradores das cidades, seguros de que o Nosso castigo não os surpreenderia durante a noite, enquanto dormiam?

98. Ou estavam, acaso, seguros de que o Nosso castigo não os surpreenderia em pleno dia, enquanto se divertiam?

99. Acaso, pensam estar seguros dos desígnios de Allah? Só pensam estar seguros dos desígnios de Allah os desventurados.

100. Não é, porventura, elucidativo para aqueles que herdaram a terra dos seus antepassados que, se quiséssemos, exterminá-los-íamos por seus pecados e selaríamos os seus corações para que não compreendessem?

101. Tais foram as cidades, de cujas histórias te narramos algo: sem dúvida que seus mensageiros lhes haviam apresentado as evidências; porém, era impossível que cressem no que haviam desmentido anteriormente. Assim, Allah sigila os corações dos incrédulos.

102. Porque nunca encontramos, na maioria deles, promessa alguma, mas sim achamos que a maioria deles era depravada.

103. Depois destes mensageiros enviamos Moisés, com Nossos sinais, ao Faraó e aos chefes; mas estes se condenaram, ao rechaçá-los. Repara, pois, qual foi o destino dos corruptores.

104. Moisés disse: Ó Faraó, sou o mensageiro do Senhor do Universo.

105. Justo é que eu não diga, a respeito de Allah, mais do que a verdade. Sem dúvida que vos trago uma evidência do vosso Senhor. Permiti, portanto, que os israelitas partam comigo.

106. Respondeu-lhe: Se de fato trazes um sinal, mostra-no-lo, se estiveres certo.

107. Então Moisés jogou o seu cajado, e eis que este se converteu numa autêntica serpente.

108. E mostrou a mão, e eis que era de um fulgor branco para os espectadores.

109. Os chefes do povo do Faraó disseram: Sem dúvida que és um mago habilíssimo.

110. (O Faraó disse): Ele pretende expulsar-vos da vossa terra. Que aconselhais?

111. Responderam-lhe: Retém-no, juntamente com o seu irmão, e manda recrutadores às cidades.

112. Que tragam todo mago hábil (que encontrarem).

113. Quando os magos se apresentaram ante o Faraó, disseram: É de se supor que teremos uma recompensa se sairmos vencedores.

114. Ele lhes respondeu: Sim, e vos contareis entre os mais chegados (a mim).

115. Perguntaram: Ó Moisés, lançarás tu, ou então seremos nós os primeiros a lançar?

116. Respondeu-lhes: Lançai vós! E quando lançaram (seus cajados), fascinaram os olhos das pessoas, espantando-as, e deram provas de uma magia extraordinária.

117. Então, inspiramos Moisés: Lança o teu cajado! Eis que este devorou tudo quanto haviam simulado.

118. E a verdade prevaleceu, e se esvaneceu tudo o que haviam forjado.

119. (O Faraó e os chefes) foram vencidos, e foram humilhados.

120. E os magos caíram prostrados.

121. Disseram: Cremos no Senhor do Universo,

122. O Senhor de Moisés e de Aarão!

123. O Faraó lhes disse: Credes nele sem que eu vos autorize? Em verdade isto é uma conspiração que planejastes na cidade, para expulsardes dela a população. Logo o sabereis.

124. Juro que vos deceparei as mãos e os pés dos lados opostos e então vos crucificarei a todos.

125. Disseram-lhe: É certo que retornaremos ao nosso Senhor.

126. Vingas-te de nós só porque cremos nos sinais de nosso Senhor quando nos chegam? Ó Senhor nosso, concede-nos paciência e faze com que morramos muçulmanos!

127. Então, os chefes do povo do Faraó disseram: Permitirás que Moisés e seu povo façam corrupção na terra e te abandonem, a ti e aos teus deuses? Respondeu-lhes: Sacrificaremos os seus filhos; contudo, deixaremos viver as suas mulheres e assim seremos os seus dominadores.

128. Moisés disse ao seu povo: Implorai o socorro de Allah e perseverai, porque a terra só é de Allah e Ele a dá em herança a quem Lhe apraz dentre os Seus servos. A recompensa será para os tementes.

129. Disseram-lhe: Fomos maltratados, antes e depois que tu nos chegaste. Respondeu-lhes: É possível que o vosso Senhor extermine os vossos inimigos e vos faça herdeiros na terra, para ver como vos comportais.

130. Já havíamos castigado o povo do Faraó com os anos (de seca) e a diminuição dos frutos, para que meditassem.

131. Porém, quando lhes chegava a prosperidade, diziam: Isto é por nós! Por outra, quando lhes ocorria uma desgraça, atribuíam-na ao mau augúrio de Moisés e daqueles que com ele estavam. Qual! Em verdade, o seu mau augúrio está com Allah. Porém, a sua maioria o ignora.

132. Disseram-lhe: Seja qual for o sinal que nos apresentares para fascinar-nos, jamais em ti creremos.

133. Então lhes enviamos as inundações, os gafanhotos, as lêndeas, os sapos e o sangue, como sinais evidentes; porém, ensoberbeceram-se, porque eram pecadores.

134. Mas quando os açoitou o castigo, disseram: Ó Moisés, implora por nós, de teu Senhor, o que te prometeu; pois, se nos livrares do castigo, creremos em ti e deixaremos partir contigo os israelitas.

135. Porém, quando os livramos do castigo, adiando-o para o término prefixado, eis que perjuram!

136. Então, punimo-los, e os afogamos no mar por haverem desmentido e negligenciado os Nossos versículos.

137. Fizemos com que o povo que havia sido escravizado herdasse as regiões orientais e ocidentais da terra, às quais abençoamos. Então, a sublime promessa de teu Senhor se cumpriu, em relação aos israelitas, porque foram perseverantes, e destruímos tudo quanto o Faraó e o seu povo haviam erigido.

138. Fizemos os israelitas atravessar o mar, e eis que encontrando (depois) um povo devotado a alguns de seus ídolos, disseram: Ó Moisés, faze-nos um deus como os deuses deles! Respondeu-lhes: Sois um povo de ignorantes!

139. Porque em verdade, tudo quanto eles adorarem será aniquilado, e em vão será tudo quanto fizerem.

140. Disse: Como poderia apresentar-vos outra divindade além de Allah, uma vez que vos preferiu aos vossos contemporâneos?

141. Recordai-vos de quando vos livramos do povo do Faraó que vos infligia os piores castigos, sacrificando os vossos filhos e deixando com vida as vossas mulheres; naquilo tivestes uma grande prova do vosso Senhor!

142. Ordenamos a Moisés trinta noites (de solidão), às quais aumentamos de outras dez, de maneira que o tempo fixado por seu Senhor foi, no total, de quarenta noites. E Moisés disse ao seu irmão Aarão: Substitui-me, ante meu povo; age de modo correto e não sigas a senda dos depravados.

143. E quando Moisés chegou ao lugar que lhe foi designado, e seu Senhor lhe falou, orou assim: Ó Senhor meu, permite-me que Te contemple! Respondeu-lhe: Nunca poderás ver-Me! Porém, olha o monte e, se ele permanecer em seu lugar, então Me verás! Porém, quando a majestade do seu Senhor resplandeceu sobre o Monte, este se reduziu a pó e Moisés caiu esvanecido. E quando voltou a si, disse: Glorificado sejas! Volto a Ti contrito, e sou o primeiro dos crentes!

144. Disse-lhe: Ó Moisés, tenho-te preferido aos (outros) homens, revelando-te as Minhas mensagens e as Minhas palavras! Recebe, pois, o que te tenho concedido, e sê um dos agradecidos!

145. Nas Tábuas prescrevemos-lhe toda a classe de exortação, e a elucidação de todas as coisas, (e lhe dissemos): Recebe-as com fervor e recomenda ao teu povo que observe o melhor delas. Logo, vos mostrarei a morada dos depravados.

146. Afastarei dos Meus versículos aqueles que se envaidecem sem razão, na terra, pois mesmo quando virem todo o sinal, nele não crerão; e, mesmo quando virem a senda da retidão, não a adotarão por guia. Em troca, se virem a senda do erro, tomá-la-ão por guia. Isso porque rejeitaram os Nossos sinais e os negligenciaram.

147. Quanto àqueles que desmentiram os Nossos versículos e o comparecimento à Outra Vida, suas obras tornar-se-ão sem efeito. Acaso, esperarão alguma retribuição, exceto pelo que houverem feito?

148. O povo de Moisés, em sua ausência, fez, com suas próprias jóias, a imagem de um bezerro, que emitia mugidos. Não repararam em que não podia falar-lhes, nem encaminhá-los por senda alguma? Apesar disso o adoraram e se tornaram injustos.

149. Mas, quando se aperceberam de que estavam desviados, disseram: Se nosso Senhor não se apiedar de nós e não nos perdoar, contar-nos-emos entre os desventurados.

150. Quando Moisés voltou ao seu povo, colérico e indignado, disse-lhes: Que abominável é isso que fizestes na minha ausência! Quisestes apressar a decisão do vosso Senhor? Arrojou as Tábuas e, puxando pelo cabelo seu irmão, arrastou-o até si, e Aarão disse: Ó filho de minha mãe, o povo me julgou débil e por pouco não me matou. Não faças com que os inimigos se regozijem da minha desdita, e não me contes entre os injustos!

151. Então (Moisés) disse: Ó Senhor meu, perdoa-nos, a mim e ao meu irmão, e ampara-nos em Tua misericórdia, porque Tu és o mais clemente dos misericordiosos!

152. Quanto àqueles que adoraram o bezerro, a abominação de seu Senhor os alcançará, assim como a vergonha, nesta vida. Assim castigaremos os forjadores.

153. Quanto àqueles que agem mal e logo se arrependem e creem, fica sabendo que Teu Senhor é, depois disso, Indulgente, Misericordiosíssimo.

154. Quando a cólera de Moisés se apaziguou, ele recolheu as tábuas em cujas escrituras estavam a orientação e a misericórdia para os que temem ao seu Senhor.

155. Então Moisés selecionou setenta homens, dentre seu povo, para que comparecessem ao lugar por Nós designado; e quando o tremor se apossou deles, disse: Ó Senhor meu, quisesses Tu, tê-los-ias exterminado antes, juntamente comigo! Porventura nos exterminarias pelo que cometeram os tolos dentre nós? Isto não é mais do que uma prova Tua, com a qual desvias a quem faz isso, e encaminhas a quem Te apraz; Tu és o nosso Protetor. Perdoa-nos e apieda-Te de nós, porque Tu és o mais equânime dos indulgentes!

156. Concede-nos uma graça, tanto neste mundo como no Outro, porque a Ti nos voltamos contritos. Disse: Com Meu castigo açoito quem quero e Minha clemência abrange tudo, e a concederei aos tementes (a Allah) que pagam o zakat, e creem nos Nossos versículos.

157. São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram mencionado em sua Tora e seu Evangelho, o qual lhes recomenda o bem e lhes proíbe o ilícito, prescreve-lhes todo o bem e veda-lhes o imundo, alivia-os dos seus fardos e livra-os dos grilhões que os deprimem. Aqueles que nele creram, honraram-no, defenderam-no e seguiram a Luz que com ele foi enviada, são os bem-aventurados.

158. Dize: Ó humanos, sou o Mensageiro de Allah, para todos vós; Seu é o reino dos céus e da terra. Não há mais divindade além d‘Ele. Ele é Quem dá a vida e a morte! Crede, pois, em Allah e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que crê em Allah e nas Suas palavras; segui-o, para que vos encaminheis.

159. Entre o povo de Moisés existe uma comunidade que se rege pela verdade, com a qual julga.

160. Havíamo-los dividido em doze tribos, formando nações; e, quando o povo sedento pediu a Moisés o que beber, inspiramo-lo: Golpeia a rocha com o teu cajado! E, de pronto, brotaram dela doze mananciais, e cada tribo reconheceu o seu. Logo, os sombreamos com cúmulos e lhes enviamos o maná e as codornizes, dizendo-lhes: Comei de todo o bem com que vos temos agraciado. Porém, (desagradeceram e, com isso,) não Nos prejudicaram; outrossim, condenaram-se a si mesmos.

161. Recorda-te de quando lhes foi dito: Habitai esta cidade e comei do que for de vosso agrado, e dizei: Remissão! e entrai pela porta, prostrando-vos; então, perdoaremos os vossos pecados e aumentaremos (a porção) dos benfeitores.

162. Porém, os injustos dentre eles permutaram a Palavra por outra que não lhes havia sido dita. Por isso, desencadeamos sobre eles um castigo do céu, por sua injustiça.

163. Interroga-os a respeito da cidade próxima ao mar, de como os seus habitantes profanavam o sábado, pescando; de como, quando profanavam o sábado, os peixes apareciam à flor d‘água; em troca, não lhes apareciam nos dias que não eram sábado. Assim os pusemos à prova, por suas transgressões.

164. Recorda-te de quando um grupo deles disse (para outro grupo): Por que exortais um povo que Allah exterminará ou atormentará severamente? O outro grupo disse: Fazemo-lo para que tenhamos uma desculpa ante o vosso Senhor; quem sabe O temerão (depois disso!)

165. Mas quando se esqueceram de toda a exortação, salvamos aqueles que pregavam contra o mal, e infligimos aos injustos um severo castigo, por suas transgressões.

166. E quando, ensoberbecidos, profanaram o que lhes havia sido vedado, dissemos-lhes: Sede símios desprezíveis!

167. E de quando teu Senhor declarou que enviaria contra eles (os judeus) alguém que lhes infligiria o pior castigo, até ao Dia da Ressurreição; em verdade, o teu Senhor é destro no castigo, assim como é Indulgente, Misericordiosíssimo.

168. Separamo-los em grupos pela terra; entre eles há aqueles que são justos e há aqueles que não o são; pusemo-los à prova, com a prosperidade e a adversidade, com o fim de que se convertessem.

169. Sucedeu-lhes uma geração que herdou o Livro, a qual escolheu as futilidades deste mundo, dizendo: Isto nos será perdoado! E se lhes fosse oferecido outro igual, tê-lo-iam recebido (e transgredido novamente). Acaso, não lhes havia sido imposta a obrigação, estipulada no Livro, de não dizer de Allah mais que a verdade? Não obstante, haviam estudado nele! Sabei que a morada da Outra Vida é preferível, para os tementes. Não raciocinais?

170. Quanto àqueles que se apegam ao Livro e observam a oração, saibam que não frustraremos a recompensa dos conciliadores.

171. E (recorda-te) de quando arrancamos o monte (Sinai), elevando-o sobre eles como se fosse um teto! Creram que lhes fosse desmoronar em cima, e então lhes dissemos: Observai fervorosamente o que vos temos concedido e recordai o seu conteúdo, para que Me temais.

172. E de quando o teu Senhor extraiudas entranhas dos filhos de Adão os seus descendentes e os fez testemunhar contra si próprios, dizendo: Não é verdade que sou o vosso Senhor? Disseram: Sim! testemunhamo-lo! Fizemos isto com o fim de que no Dia da Ressurreição não dissésseis: Não estávamos cientes.

173. Ou não dissésseis: Anteriormente nossos pais idolatravam, e nós, sua descendência, seguimo-los. Exterminar-nos-ias, acaso, pelo que cometeram os fúteis?

174. Assim elucidamos os versículos, a fim de que desistam.

175. Repete-lhes (ó Mensageiro) a história daquele ao qual agraciamos com os Nossos versículos e que os desdenhou; assim, Satanás o seguiu, e ele se contou entre os seduzidos.

176. Mas, se quiséssemos, tê-lo-íamos dignificado; porém, ele se inclinou para o mundo e se entregou à sua luxúria. O seu exemplo é semelhante ao do cão que, se o acossas, arqueja; se o deixas, assim mesmo arqueja. Tal é o exemplo daqueles que desmentem os Nossos versículos. Refere-lhes estes relatos, a fim de que meditem.

177. Que péssimo é o exemplo daqueles que desmentem os Nossos versículos! Em verdade, com isso se condenam.

178. Quem Allah encaminhar estará bem encaminhado; àqueles que desencaminhar serão desventurados.

179. Temos criado para o inferno numerosos gênios e humanos com corações com os quais não compreendem, olhos com os quais não veem, e ouvidos com os quais não ouvem. São como as bestas, quiçá pior, porque estão desatentos (às admoestações).

180. Os mais sublimes atributos pertencem a Allah; invocai-O, pois com eles, e evitai aqueles que profanam os Seus atributos, porque serão castigados pelo que tiverem cometido.

181. Entre os povos que temos criado, há um que se rege pela verdade, e com ela julga.

182. Quanto àqueles que desmentem os Nossos versículos, apresentar-lhes-emos gradativamente, o castigo, de modo que não o percebam.

183. E lhes concederemos folgança, porque o Meu plano é firme.

184. Não refletem no fato de que seu companheiro não padece de demência alguma? Que não é mais do que um elucidativo admoestador?

185. Não reparam no reino dos céus e da terra e em tudo quanto Allah criou e em que, quiçá, seu fim se aproxima? Em que mensagem, depois desta (Alcorão), crerão?

186. Àqueles a quem Allah desviar (por tal merecerem) ninguém poderá encaminhar, porque Ele os abandonará vacilantes em suas transgressões.

187. Perguntar-te-ão acerca da Hora (do Desfecho): Quando acontecerá? Responde-lhes: Seu conhecimento está só em poder do meu Senhor e ninguém, a não ser Ele, pode revelá-lo; (isso) a seu devido tempo. Pesada será, nos céus e na terra, e virá inesperadamente. Perguntar-te-ão, como se tu tivesses pesquisado sobre ela (a Hora do Desfecho). Responde-lhes: Seu conhecimento só está em poder de Allah; porém, a maioria das pessoas o ignora.

188. Dize: Eu mesmo não posso lograr, para mim, mais benefício nem mais prejuízo do que aquele que for da vontade de Allah. E se estivesse de posse do desconhecido, aproveitar-me-ia de muitos bens, e o infortúnio jamais me açoitaria. Porém, não sou mais do que um admoestador e alvissareiro para os crentes.

189. Ele foi Quem vos criou de um só ser e, do mesmo, plasmou a sua companheira, para que ele convivesse com ela e, quando se uniu a ela (Eva), injetou-lhe uma leve carga que nela permaneceu; mas quando se sentiu pesada, ambos invocaram a Allah, seu Senhor: Se nos agraciares com uma digna prole, contar-nos-emos entre os agradecidos.

190. Mas quando Ele os agraciou com uma prole digna, atribuíram-Lhe parceiros, no que lhes havia concedido. Exaltado seja Allah de tudo quanto Lhe atribuíram!

191. Atribuíram-Lhe parceiros que nada podem criar, uma vez que eles mesmos são criados.

192. Nem tampouco poderão socorrê-los, nem poderão socorrer a si mesmos.

193. Se os convocardes para a Orientação, não vos ouvirão, pois para eles é o mesmo se os convocardes ou permanecerdes mudos.

194. Aqueles que invocais em vez de Allah são servos, como vós. Suplicai-lhes, pois, que vos atendam, se estiverdes certos!

195. Têm, acaso, pés para andar, mãos para castigar, olhos para ver, ou ouvidos para ouvir? Dize: Invocai vossos parceiros, conspirai contra mim e não me concedais folgança!

196. Meu protetor é Allah, Que (me) revelou o Livro, e é Ele Quem ampara os virtuosos.

197. Aqueles que invocais além d‘Ele não podem socorrer-vos, nem socorrer a si mesmos.

198. Se os convocardes para a Orientação, não vos ouvirão; e tu (ó Mensageiro) verás que olham para ti, embora não te vejam.

199. Conserva-te indulgente, recomenda o bem e afasta-te dos ignorantes.

200. E quando alguma tentação de Satanás te assediar ampara-te em Allah, porque Ele é Oniouvinte, Sapientíssimo.

201. Quanto aos tementes, quando alguma tentação satânica os acossa, recordam-se de Allah; ei-los iluminados.

202. Quanto aos seus irmãos (malignos) arremessam-nos mais e mais no erro, e dele não se retraem.

203. E se não lhes apresentas um sinal, dizem-te: Por que não o inventas? Dize: Eu não faço mais do que seguir o que me revela o meu Senhor. Este (Alcorão) encerra discernimentos do vosso Senhor e é, por isso, orientação e misericórdia para os que creem.

204. E quando for lido o Alcorão, escutai-o e calai, para que sejais compadecidos.

205. E recorda-te do teu Senhor intimamente, com humildade e temor, sem manifestação de palavras, ao amanhecer e ao entardecer, e não sejas um dos tantos negligentes.

206. Porque aqueles que estão próximos do teu Senhor não desdenham em adorá-Lo, e O glorificam, prostrando-se ante Ele.

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